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A Inglaterra voltou a não convencer e não foi além do nulo contra a Eslovénia, em partida a contar para a 3.ª jornada do Grupo C do Euro 2024. Ainda assim, o empate acabou por saber a vitória já que foi suficiente para os comandados de Gareth Southgate terminarem no primeiro lugar do grupo.
Uma vitória, dois empates e dois golos marcados. Foram os serviços mínimos, mas mais que suficientes para que a Inglaterra fosse líder do Grupo C. Contudo, não faltaram oportunidades para os comandados de Gareth Southgate desatarem o nulo contra a Eslovénia.
O primeiro quarto de hora foi bem disputado do ponto de vista tático. Apesar de o espetáculo não ter sido de encher o olho nesta fase, Inglaterra e Eslovénia mostraram que fizeram muito bem o trabalho de casa e iam conseguindo anular-se uma à outra. A primeira grande oportunidade só acabou por surgir à passagem dos 21 minutos.
Passe atrás de passe, os ingleses chegaram à área eslovena onde Foden, com um grande passe, serviu Saka que atirou para o fundo das redes de Oblak. No entanto, após análise do VAR, o golo acabou por ser anulado por fora de jogo de Foden no início da jogada.
Perto do fim da primeira parte, os ingleses voltaram a ter uma grande oportunidade para desfazer o nulo. Trippier cruzou para o segundo poste e, tanto Gallagher como Kane falharam os respetivos desvios. O empate sem golos prevaleceu ao intervalo.
Em cima da hora de jogo, os ingleses voltaram a dispôr de uma boa ocasião para fazer funcionar o marcador. Na sequência de um canto, Sesko, por duas vezes, fez de defesa central e tirou a bola muito próximo da linha de golo.
Se o jogo na primeira parte foi repartido, o mesmo não se pode dizer da segunda onde a Eslovénia quase não saiu do seu meio campo. Ainda assim, valeu o grande trabalho da defesa de Matjaz Kek para impedir que a Inglaterra criasse perigo e, desta forma, segurar o nulo até ao final da partida.
Este resultado acabou por servir aos interesses dos ingleses que, sem grandes exibições, conseguiram terminar no topo do Grupo C. Já a Eslovénia, empatou em todos os critérios com a Dinamarca e termina na terceira posição. Foi preciso recorrer a quem teve melhor classificação na qualificação para o torneio para se encontrar o segundo classificado que, neste caso, é a Dinamarca.
Com um empate a zero, Ucrânia e Bélgica selaram destinos diferentes neste Euro 2024. Belgas apanham França, ucranianos... vão para casa.
Se, por um lado, a Bélgica entrou igual a si própria para este jogo decisivo, Serhiy Rebrov decidiu apostar numa linha de cinco defesas, com Yaremchuk e Dovbyk em conjunto na frente, algo inédito neste Campeonato da Europa. Essa linha podia ter sido quebrada logo ao início, com De Bruyne a soltar Lukaku, que falhou. De Bruyne voltou a tentar, num livre ainda distante, mas não conseguiu acertar no alvo.
Este foi um jogo de poucas chances. Yaremchuk e Dovbyk combinaram bem, mas poucos foram os remates à baliza de Casteels. Na segunda parte, Yannick Carrasco podia fazer a diferença, mas Trubin, guarda-redes do Benfica, esteve bem entre os postes.
Malinovskyi entrou e quase marcava um golo, não fosse Castagne colocar-se à frente. Já na compensação, Sudakov teve o apuramento - e a liderança do grupo - nos pés, mas a bola ficou nas mãos de Casteels. Um desperdício que valeu a despedida para os ucranianos que, apesar de terem os mesmos quatro pontos que todos os elementos do grupo, ficaram em último devido à diferença de golos. Aquela derrota por 0-3 na primeira jornada, com a Roménia, voltou para atormentar os ucranianos. A Bélgica, por seu turno, ficou no segundo posto, garantindo assim o primeiro grande jogo dos oitavos de final: um França-Bélgica.
É a grande surpresa deste Euro 2024: a Roménia terminou no primeiro lugar do Grupo E, grupo esse que eram composto por Bélgica, Eslováquia e Ucrânia. O feito histórico dos romenos foi possível graças ao empate obtido, esta quarta-feira, na última jornada da fase de grupos, contra a Eslováquia.
A tarefa da Roménia era simples: para passar à próxima fase, bastava não perder contra a Eslováquia. O primeiro lugar, esse já estaria dependente do resultado do Ucrânia-Bélgica. Mas vamos por partes, apesar do início muito intenso em que a Eslováquia esteve por cima, a primeira grande ocasião foi dos romenos. Aos 11 minutos de jogo, Ratiu testou os reflexos de Dubravka que defendeu bem o remate do lateral.
O jogo esfriou, apesar do calor que se fazia sentir em Frankfurt, e esfriou também a vontade dos romenos. Aos 24 minutos, os dois centrais da Roménia deixaram que Ondrej Duda se desmarcasse na área para receber o cruzamento de Kucka. O médio foi às alturas e cabeceou de forma certeira para bater Nita, que pouco podia fazer neste lance.
A derrota não servia aos interesses dos romenos e o golo foi o mote para que começasse a reação. Numa altura em que o conjunto de Edward Iordanescu estava por cima do jogo, Hagi foi derrubado na área da Eslováquia sendo, posteriormente e após análise do VAR, assinalada grande penalidade para a Roménia. Na marca dos onze metros, Razvan Marin (37') não tremeu e restableceu a igualdade de forma irrepreensível.
O calor que se fazia sentir na primeira parte, deu lugar à forte chuva quando se iniciou o segundo tempo. Ainda assim, a chuva não esfriou a vontade dos jogadores. A Eslováquia ia insistindo pelo lado esquerdo onde Haraslín, um dos melhores em campo, causava muitas dificuldades aos defesas romenos. Do outro lado, Razvan Marin e Dragus tiveram, no mesmo minuto, duas belas oportunidades para fazera reviravolta, mas acabaram por esbarrar em Dubravka e na barra da sua baliza, respetivamente.
Nita também fez a sua parte e negou, por várias vezes, o golo aos eslovacos. O resultado não sofreu mais alterações e estava confirmada a grande surpresa do Euro com a Roménia a liderar o grupo à frente da poderosa Bélgica, que não foi além do nulo contra a Ucrânia. O empate também acabou por servir aos interesses da Eslováquia que, desta forma, qualificou-se como um dos melhores terceiros lugares.
Incapaz de gerir emoções – e muito menos jogos -, a Turquia sofreu em excesso para garantir a passagem para lá da fase de grupos do Campeonato da Europa, algo que não conseguia desde 2008, ano em que só parou nas meias-finais.
Embora mais talentosa do que a Chéquia, a equipa de Vincenzo Montella teve muito pouco discernimento para gerir um jogo que até lhe correu de forma bastante favorável. Partiu em situação pontual mais favorável, ficou cedo em superioridade numérica e até esteve a ganhar, mas chegou a parecer emocionalmente mais frágil, até surgiu o golo libertadores, em período de compensação.
A paixão turca passa aos oitavos de final, mas tem de aprender, de uma vez por todas, a ter mais cabeça, enquanto que a falta de jeito dos checos dita eliminação.
A equipa de Ivan Hasek estava obrigada a procurar a vitória para seguir em frente, mas cedo confirmou a falta de qualidade individual e coletiva para assumir as despesas do jogo, ainda que Provod tenha obrigado Mert Gunok a defesa apertada logo no segundo minuto.
De regresso à titularidade na seleção turca, Arda Guler respondeu com um remate de longe, aproveitando um raro momento com espaço, mas quando Hranac cabeceou por cima, em excelente posição, a Chéquia avisou logo que ia agarrar-se à bola parada. Sobretudo depois da expulsão de Antonín Barak, logo ao minuto 20, por acumulação de amarelos.
O jogo entrou numa fase pouco entusiasmante, com domínio territorial inofensivo da Turquia, e a Chéquia empenhada em fechar linhas para a sua baliza e em forçar a expulsão de um adversário para equilibrar as contas.
Embora em situação (ainda mais) privilegiada, a equipa de Vincenzo Montella geriu mal a superioridade numérica, sem presença mais vincada na área e com Çalhanoglu perdido no meio do bloco defensivo do adversário.
Uma perda de bola de Arda Guler quase confirmava a tendência turca para complicar tudo, mas Mert Gunok negou o golo ao benfiquista David Jurásek.
Uma entrada bem mais acutilante, na segunda parte, permitiu logo à Turquia tirar dividendos, com o capitão Hakan Çalhanoglu a bater Jindrich Stanek, que ainda por cima saiu lesionado.
Tudo parecia indicar que a Chéquia estava arrumada, mas o resgate das bolas paradas ainda estava válido, e um lançamento lateral permitiu a Soucek restabelecer a igualdade, num lance contestado pelo guarda-redes turco, que reclamou carga na pequena área.
Os derradeiros minutos foram exacerbado nervosismo turco - com Montella a lançar o benfiquista Orkun Kokçu para tentar contrariar isso -, mas já em período de desconto surgiu uma recompensa para tanta ânsia, com o experiente Cenk Tosun a garantir o triunfo num jogo que ainda acabou com ânimos exaltados.
Portugal fechou a fase de grupos do Euro 2024 com uma derrota diante da Geórgia por 2-0 em Gelsenkirschen, esta quarta-feira. A seleção nacional, que já tinha assegurado o primeiro lugar do grupo na ronda anterior, termina com seis pontos, e vai defrontar a Eslovénia nos oitavos de final.
Os golos de Kvaratskhelia e Mikautadze colocam a Geórgia, estreante em Europeus, nos oitavos de final, onde vão jogar contra a Espanha. Um feito inédito para o país.
Na revolução operada por Roberto Martínez na equipa titular (só restaram Cristiano Ronaldo e Diogo Costa do jogo com a Turquia), a cada soldado foi dada a missão de provar o seu valor e lançar a sua candidatura a uma eventual promoção no onze. Isto porque, contrariamente a outros campeonatos, a matemática para Portugal ficou fechada logo à segunda jornada. Logo, vencer para ser, à par da Espanha, a única seleção a ganhar todos os jogos da fase de grupos era o objetivo.
Era ganhar ritmo e confiança, jogar à-vontade, mas não à-vontadinha como entendeu António Silva logo no segundo minuto de jogo. Passe disparatado para Mikautadze, uns metros de corrida e bola na hora certa para bilhar a estrela maior da Geórgia. Khvicha Kvaratskhelia correu isolado, bateu cruzado e deixou Diogo Costa frustrado. Primeiro golo do avançado do Nápoles neste Euro 2024, o seu 16.º em 33 jogos pela Geórgia.
Nem o forte calor que se fazia sentir em Gelsenkischen à hora do jogo - 31 graus no abafado Veltins Arena - podia servir de desculpas para a lentidão de processos de Portugal. Tudo a duas velocidades, parado e devagar, sem vontade, sem fome de vencer. Toques para trás e para o lado, ninguém a tentar desmarcar-se nas costas dos centrais para quebrar a densa barreira defensiva georgiana. Só aos 42 minutos Diogo Dalot tentou esse movimento, que ninguém respeitou.
O pontapé na monotonia do jogo português foi dado por Cristiano Ronaldo, num livre que Mamardashvili sacudiu com os punhos, aos 16 minutos.
Taticamente pouco se podia destacar de Portugal. Os passes falhados, mesmo sem qualquer pressão, eram o espelho de uma equipa desconcentrada, desligada do jogo. Emocionalmente a equipa também não estava bem. Cristiano Ronaldo, que fartou-se de esbracejar, a pedir todas as bolas, viu amarelo por protesto, num lance onde pedia penálti. Pedro Neto viu amarelo por simulação.
A Geórgia, obrigada a vencer para se apurar, corria mais, lutava mais, metia o pé, pressionava, empurrava, metia mais o físico. Portugal não estava a gostar, até porque o árbitro suíço Sandro Schaerer não estava com ouvidos para queixas portuguesas. Era para jogar.
Com dificuldades em entrar na área, os remates de longe eram uma solução. João Palinha testou a pontaria duas vezes, aos 23 e 43 minutos para fora e para defesa de Mamardashvili. João Neves e João Félix também tentaram, com o mesmo desfecho.
Os solados portugueses pediam uma pausa na batalha de Gelsenkirschen, que chegou com o intervalo. Eram precisas ideias novas, estratégias diferentes para bater os que estavam no outro lado da barricada. O comandante Roberto Martinez deu-lhes um voto de confiança, excepto para João Palhinha, rendido por Ruben Neves.
A conversa ao intervalo parecia fazer efeito, com Portugal a criar duas oportunidades logo a abrir, por Cristiano Ronaldo e Danilo em dois lances de bola parada, mas os remates foram desviados pela floresta de pernas. A melhor oportunidade de Portugal saiu dos pés de Diogo Dalot aos 54 minutos, num remate em arco em zona central, com GPS para golo, não fosse a monstruosa intervenção de Mamardashvili. Provavelmente, a defesa deste Europeu.
Antes deste lance, tinha havido uma queda na área lusa, num lance entre Gonçalo Inácio e Lochosvilli. O VAR avisou o árbitro que, após rever o lance no monitor, marcou grande penalidade para a Geórgia. Mikautadze não tremeu e atirou colocado, para o fundo das redes. A estirada de Diogo Costa não foi suficiente.
Diga-se, aliás, que o 2-0 dos georgianos podia ter chegado mais cedo, os 50, num remate falhado de Kvaratskhelia, após corte falhado de Gonçalo Inácio na área lusa. Incrível a passividade!
Aos 60 minutos, Roberto Martínez disse, 'já chega' e trocou Cristiano Ronaldo e António Silva (erro de casting) por Nelson Semedo e Gonçalo Ramos. Portugal desfazia o 3-4-3 (na verdade, António Silva, Gonçalo Inácio e Danilo formavam o trio de centrais, Diogo Dalot e Pedro Neto eram os alas, no apoio a Ronaldo, João Félix e Francisco Conceição), passava para o 4-3-3, na tentava de resgatar algo do jogo, nem que fosse apenas o orgulho de lutar por algo diferente.
15 minutos depois, novas mexidas, com as saídas de Pedro Neto e João Neves e as entradas de Diogo Jota e Matheus Nunes. A verdade é que o problema não se resolvia com a mera de troca de jogadores. Era mental. Os georgianos quiseram ganhar o jogo desde o primeiro minuto, Portugal entrou a ver no que dava, sem qualquer preocupação com o resultado.
Depois do 2-0, os homens do francês Willy Sagnol acantonaram-se ainda mais perto da baliza de Mamardashvilim para defender as trincheiras com unhas e dentes. O resultado colocava-os nuns oitavos de final e nada iriam fazer para estragar esse momento.
Nos minutos finais, Diogo Jota falhou um golo cantado, Mamardashvili voltou a brilhar a remate de Dalot, e a Geórgia quase que terminava com o 3-0, em dois lances de contra-ataque.
Na classificação final deste Grupo F, Portugal termina com seis pontos, Turquia no segundo posto com quatro (venceu os checos por 2-1), os mesmos da Geórgia. A Chéquia, com dois pontos, fica pelo caminho.
Portugal, que já tinha assegurado o primeiro lugar do Grupo F na ronda anterior, vai defrontar a Eslovénia no dia 01 de julho em Frankfurt, em jogo dos oitavos de final. Já a Geórgia, que faz história ao estar nos oitavos de final de um Europeu logo na sua estreia, medirá forças com a Espanha.
O (ainda) campeão em título está fora do Campeonato da Europa, mas só pode abrir a boca de espanto quem não viu o jogo com a Suíça, ou mesmo as impressões deixadas na primeira fase do torneio.
Em paz com aquilo que vale, a equipa helvética geriu o jogo como quis, fruto do tempo de maturação que encontrou. Serena e competente, está nos quartos de final pela segunda vez consecutiva.
Os sinais deixados na fase de grupos já apontavam para uma Suíça mais confiante, mas talvez não fosse assim tão expectável a forma autoritária como a equipa de Murat Yakin pegou no jogo logo de início. Instalada no meio-campo contrário, a beneficiar da experiência de Akanji, Ricardo Rodríguez, Aebischer e Xhaka para uma construção segura, e depois a soprar na nuca dos italianos assim que perdia a bola.
Faltava alguma acutilância no ataque, com Embolo algo só na frente, mas ainda assim a conseguir isolar-se para a primeira grande ocasião do jogo, negada por Gigi Donnarumma. A Itália tentou despertar, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Chiesa intercetado por Akanji.
Ao juntar verticalidade à versatilidade com que os jogadores trocavam de posições, a Suíça chegou à vantagem. A movimentação de Embolo criou um buraco na defesa italiana que Remu Freuler explorou, servido por Vargas.
Luciano Spalletti foi para o intervalo visivelmente irritado, e até tratou de lançar logo Zaccagni, o herói do apuramento, mas os azzurri não voltaram mais despertos. Depois da assistência para o tento inaugural, Vargas aumentou a vantagem suíça logo na primeira jogada da etapa complementar, com um fantástico pontapé em arco.
Só com alguma solidariedade suíça é que a seleção italiana conseguiu aproximar-se do golo, com Schar a desviar de cabeça para o poste da baliza de Sommer, apanhado a meio do caminho.
A partir daí o jogo mudou de resto, mas foi mais por opção helvética do que propriamente por mérito transalpino. A equipa de Spalletti ainda atirou novamente ao poste, mas Scamacca, mas revelou-se estática, previsível, aborrecida.
O BVB Stadion, na designação uefeira, ou o Signal Iduna Park, na versão mais corriqueira, é conhecido, nos jogos do seu Borussia, pela enorme muralha amarela erguida pelos seus adeptos atrás duma das suas balizas.
Hoje o jogo não era do Borussia mas teve direito a duas muralhas e… vermelhas: uma erigida pelos (imensos) dinamarqueses nas bancadas e outra pela equipa dentro de campo, sobretudo antes da tempestade de granizo que levou à interrupção do jogo na primeira parte por longuíssimos 23 minutos, num esquema de três centrais a seguro e superiormente dirigido por Kasper Schmeichel, com intervenções soberbas aos (7’ e 10’), complementada por uma outra depois do interregno por força do mau tempo (37’).
A Alemanha começou o encontro com muita posse de bola, fazendo jus ao facto de liderar este item estatístico no Euro, mas os dinamarqueses não queriam deixar cair o castelo do seu reino e resistiam, até que começaram a equilibrar e a espreitar o contra-ataque, com o Hojlund a mostrar-se desastrado quando conseguia fugir à parede com rodas Rudiger.
Na segunda parte a toada não mudou, até que entre o minuto 51 e o 54 houve emoção a transbordar, pois Christensen, primeiro, introduziu a bola na baliza de Neuer mas o lance foi invalidado pelo VAR por fora de jogo e, logo a seguir, o videoárbitro a ser novamente protagonista ao detetar mão do mesmo protagonista na sua área e o lance a culminar em penálti convertido com sucesso por Kai Havertz. Musiala, pouco depois, fez o segundo e o jogo como que... terminou.
Bellingham evita eliminação aos 90’+5, de bicicleta; Kane completa reviravolta no prolongamento; Eslováquia esteve perto da festa
Uma Inglaterra cinzenta e presa nos seus próprios equívocos foi salva da eliminação pela sua maior figura, num pontapé de bicicleta hollywoodesco, a poucos segundos do apito final. Nessa altura, Saka já era lateral-esquerdo, Toney tinha entrado para dar mais presença na área ao lado de Kane, Eze acrescentara drible e o 4x2x3x1 tinha-se estilhaçado num 4x2x4 de desespero, uma fezada de Southgate, nada estruturada ou amplamente tática ou estratégica. Pouco tempo depois, no primeiro minuto do prolongamento, a muralha eslovaca desmoronou de vez, em mais uma bola parada, que teve sequência num mau remate de Eze. A bola sobrou, no entanto, para Toney, que cabeceou na direção do voo imperial de Kane para rematar a partida.
A Eslováquia, com muitos menos argumentos individuais, pareceu ter, desde o primeiro minuto, um melhor tecido coletivo. Pressionou e incomodou, e saiu rápido para o ataque, criando inúmeros calafrios a Pickford. Até que, aos 25, Kucka ganhou um duelo aéreo a Guéhi, a bola sobrou para Strelec, que entregou para o homem-golo Schranz. Walker tinha lido mal a jogada, preocupado com Haraslin, e só sobrava Pickford no caminho do extremo direito (e Guéhi, atrasado, apenas para fazer pressão e obrigar o rival a um remate com a ponta da bota).
A seleção dos Três Leões sentiu o golo e o peso do resultado, que acrescentou à responsabilidade das más exibições que já carregava. Tentou amparar-se em referências individuais, como Saka e Bellingham, e num futebol direto e de cruzamentos, por falta de coesão coletiva, porém o conjunto de Francesco Calzona sempre pareceu controlar as iniciativas britânicas. Até que apareceu Jude Bellingham, que fez como diz a letra: pegou numa canção triste e tornou-a melhor.
A tribo do futebol já tinha ficado (bem) surpreendida com a vitória da Geórgia sobre Portugal e ontem voltou a abrir a boca de espanto ao minuto 18 quando, sem nada o fazer prever, Le Normand introduziu a bola na sua própria baliza e, após um punhado de excelentes defesas de Mamardashvili — o nome é dificílimo mas a qualidade do guarda-redes é bem fácil de reconhecer—, inaugurou o marcador para os georgianos.
No entanto, após um período normal de algum desnorte, nuestros hermanos continuaram no seu jogo de posse mas com assertividade no ataque e empataram através de Rodri, após um passe de um dos prodígios da equipa, Nico Williams.
Na segunda parte, foi com laivos de arte que foi reposta a ordem natural das coisas — não nos podemos esquecer que na fase de qualificação os espanhóis bateram a Geórgia por 7-1 —, fruto dos golos de Fabián Ruiz, Nico Williams (convém ver e rever) e de Dani Olmo, com a superioridade espanhola a fazer-se sentir na velocidade de circulação e na pressão alta que, nesta fase do encontro, praticamente asfixiou a equipa de Willy Sagnol, a última a conseguir o apuramento para a fase final deste Euro alemão e a quem muitos apontavam derrotas expressivas nos três primeiros jogos. O inevitável Kvaratshskelia, suportado por Mikautadze, ainda tentaram dar vida ao ataque georgiano no segundo tempo, mas a parede que ergueram frente a Portugal foi-se desmoronando com a paciência espanhola, que tem mais matizes de tiki-taka do que da ancestral fúria espanhola, mas com a diferença em relação à filosofia Guardioliana dos extremos serem mais dados a movimentos de profundidade que desbaratam as defesas contrárias.
Terminou assim a aventura georgiana, que até podia ter sido por números mais pesados não fosse algum deslumbramento de Lamine Yamal. Mas, aos 16 anos, quem o não tem?
Gauleses sofreram e estiveram muito tempo presos à boa estratégia belga, que até poderia ter sido mais feliz. Jogo emotivo até ao final
Bélgica e França são duas das equipas que, provavelmente, mais talento individual têm em todo o Europeu. Bons jogadores, super-bons jogadores e craques. De tudo a num nível elevadíssimo. Já se esperava, por isso, equilíbrio. Algo que se confirmou assim que iniciou a partida. Duas equipas com idênticos sistemas (4x3x3), fórmulas parecidas para anular as suas estrelas maiores de cada equipa (De Bruyne e Mbappé), mas tudo demasiado... preso.
Com pouco espaço, frenéticos duelos Koundé/Doku pela direita, Saliba/Lukaku, Tchouaméni/ Onana no miolo. Apesar da criatividade bem patente, em jogadores que dispensam apresentações, o confronto físico foi imagem de marca de uma primeira parte muito amarrada, com uma equipa gaulesa mais dominadora na posse, mas um adversário belga sempre periogoso com as suas duas setas da frente (Doku e Openda, entre o gigante Lukaku), preparadas a ferir o conjunto de Didier Dechamps.
A segunda parte foi melhor. Mais intensa e vibrante, mas sem perder a combatividade. Subiu, porém, na qualidade e emoção. E fez lembrar uma reflexão: «Não há ideias mais livres que as de um preso». Foi no período em que a França parecia ter cada vez menos soluções, se encontrava mais presa às rédeas belgas, apesar das muitas tentativas — gigante Tchouámeni foi tentando vezes sem conta a meia distância — além de Mbappé (54’) e Saliba (74’), que o golo acabaria por surgir. Numa jogada de insistência, força do recém-entrado Muani e dose de felicidade, pois o remate, mal preparado, acabou por desviar em Vertonghen e trair Casteels. A cinco minutos do final, quando antes, Lukaku (71’) teve a melhor ocasião belga para marcar. O colete de forças a que esteve presa a equipa francesa acabou por rasgar mesmo à... força. E de forma justa, já agora...
Foi preciso esperar até ao último suspiro, já nas grandes penalidades, para garantir um lugar nos quartos-de-final.
Sabia-se que a chave estaria na paciência, talvez a palavra mais dita ao longo da semana pelos jogadores e por Roberto Martínez. O que não se sabia era que a recompensa por essa paciência chegaria tão, mas tão tarde.
Apesar da superioridade em campo, a agressividade exibida pelos eslovenos complicou e muito a estratégia da seleção nacional, que só no último suspiro pôde sorrir. Foi nas grandes penalidades, mas foi. E tudo porque Diogo Costa fez o impensável e defendeu os três remates da seleção eslovena.
Uma exibição apoteótica que nos faz recuar 18 anos, quando Ricardo salvou Portugal frente à Inglaterra, ao defender sem luvas as grandes penalidades dos ingleses. Desta vez não foi necessária tamanha ousadia para sorrir no fim e voltar a colocar Portugal no caminho da França.
A responsabilidade estava, por razões óbvias, do lado da seleção nacional. Um rótulo colocado na testa dos onze eleitos por Martínez, que frente à Eslovénia optou por repetir os titulares que lograram a vitória diante da Turquia, a mais evidente na prova. E o peso do claro favoritismo cedo se exibiu, logo desde o apito inicial, com Portugal a tudo fazer para ser mandão, pressionante e perigoso. Um ímpeto sufocante para os eslovenos, que aos três minutos temeram em dose dupla o que sabiam não poder acontecer: sofrer primeiro. Rafael Leão e Rúben Dias estiveram perto, mas não o suficiente para abrir o marcador.
Martínez tinha pedido uma rápida recuperação à perda de bola para evitar as cavalgadas da dupla atacante eslovena e os primeiros minutos mostravam uma seleção atenta, com a tal "concentração competitiva" pedida por Pepe a meio da semana.
Portugal sabia que marcar cedo representaria o toque de midas para obrigar a Eslovénia a desmontar-se defensivamente, quase sempre com uma linha de cinco, às vezes de seis defesas, no momento defensivo - um cenário constante. Sabendo-o, Bernardo Silva não quis perder tempo e com um cruzamento apetitoso encontrou Bruno Fernandes que, já em esforço, não conseguiu desviar para a baliza de Oblak.
Aos 20 minutos o domínio português era absoluto, mas infrutífero. A muralha eslovena mantinha-se firme, compacta, organizada. Mas também atrevida aqui ou ali, talvez mais do que se esperaria, já que a estratégia de Matjaž Kek não se resumia a fechar-se em copas.
Um sinal que se tornou mais claro a meio da primeira parte, quando a seleção eslava começou a ter mais bola e a ocupar mais vezes o meio-campo de Portugal, terreno que pouco ou nada tinha pisado até então. Um atrevimento que ia empolgando os adeptos eslovenos, mas também os portugueses, que viam o adversário, aos poucos, ficar mais destapado lá atrás.
Aguardava-se um jogo de paciência de Portugal e era paciência que ia demonstrando não perder. Sempre com mais bola, a seleção nacional ia encontrando esperança nas arrancadas de Rafael Leão ou nos cruzamentos de Bernardo Silva, que não raras vezes iam deixando em muito posição ora Ronaldo, ora Bruno Fernandes, sempre muito próximos.
Foi preciso esperar 37 minutos para a primeira jogada de perigo real da Eslovénia. Um corte mal medido abriu uma autoestrada a Petar Stojanovic, que só não entregou de bandeja o golo a Sporar porque o bombeiro Nuno Mendes veio apagar o fogo que ele próprio tinha ateado no início da jogada. Estava melhor a Eslovénia, mais subida, e já perto do final da primeira parte foi a Eslovénia que esteve perto de sorrir. Sesko, estrela do Leipzig, o nome mais sonante dos eslovenos, procurou a sorte com um remate de longe. Diogo encaixou sem dificuldades, naquela que foi a primeira defesa do guardião do FC Porto.
Os últimos minutos do primeiro tempo foram frenéticos, com o jogo a partir-se, e foi por pouco que não terminou em glória para a seleção portuguesa. Rafael Leão encontrou Palhinha à entrada da área e o médio do Fulham atirou ao poste, segundos antes do árbitro italiano Daniele Orsato apitar para o final da primeira parte.
Dos primeiros 45 minutos, em suma, ficava sobretudo o ascendente português, apesar de insuficiente para contrariar a boa agressividade eslovena, que ia segurando o nulo no marcador.
Sem mexidas ao intervalo, o segundo tempo iniciou com duas investidas eslovenas, que apesar de não se traduzirem em situações de perigo iminente, reforçavam a ideia de que a Eslovénia, frente a Portugal, não queria apenas defender.
Sempre a rondar a baliza de Oblak, a equipa lusa parecia estar mais próxima do golo, mas foi precisamente nesse momento que a Eslovénia teve aquela que foi, provavelmente, a maior ocasião do encontro até então. A arma do contra-ataque só não foi letal por Sesko - quem mais? - não concluiu o enorme sprint da forma que pretendia. Passou por Pepe a voar, sim, a voar, e só falhou no momento da finalização, completamente desajeitada para alívio de Diogo Costa e dos que, atrás dele, enchiam um dos topos do Waldstadion.
Por esta altura, Roberto Martínez lançava Diogo Jota para o lugar de Vitinha. Ficou Bruno Fernandes no miolo a fazer o lugar do médio do PSG e o avançado do Liverpool colava-se a Ronaldo na frente de ataque.
O tempo passava a voar, sobretudo na perspetiva portuguesa, que aos 70 minutos continuava sem marcar, algo que desejava fazer o mais cedo possível, de forma a poder destruir precocemente a estratégia da Eslovénia. E essa incapacidade parecia notar-se no jogo da seleção, ansioso e menos paciente. Pelo contrário, e notava-se nas bancadas, os adeptos eslovenos iam acreditando que era possível fazer algo mais. A reação lusa mais eufórica chegou fora das quatro linhas, no momento em que Francisco Conceição saltou do aquecimento para entrar em jogo. O relógio marcava 75 minutos de jogo.
Queria Martínez agitar o jogo, desbloquear a barreira eslovena, mas dez minutos depois da entrada de Conceição, Portugal continuava longe da baliza de Oblak. Chico, à esquerda (e não à direita, onde se sente mais confortável), pedia mais bola, que raramente lhe chegava aos pés. E com o jogo a chegar ao fim, percebia-se também a apreensão da equipa portuguesa, receosa de ser surpreendida com um contra-ataque. Do outro lado, a festa continuava intacta. Sem nada esperar, estar empatado com Portugal a poucos minutos do fim era motivo de enorme alegria nas bancadas e de tamanha confiança no relvado.
E foi já com Chico do lado direito - terá lido Martínez? - que Cristiano Ronaldo esteve perto, tão perto de colocar um ponto final na partida. Valeu Oblak, que agarrou firme.
Nos descontos, muitos nervos de parte a parte. Um jogo taticamente desfeito em pedaços, carregado de emoção, que resistiu a qualquer golo. Chegava o prolongamento e ao meu lado, dois jornalistas eslovenos, olhavam para o outro com uma cara que nem consigo descrever.
E agora? Era o que perguntava qualquer adepto português ao fim dos 90 minutos. E agora? Afinal, talvez seja bom lembrar, o valor do plantel português, mais de 1054 milhões de euros, contra os 142 milhões de euros da Eslovénia, supunham uma tradução mais expressiva da discrepância clara de qualidade individual entre aa duas equipas. Mas o futebol, caro leitor, caso não se recorde, é um desporto coletivo. E nesse âmbito, não podemos dizer que até ao prolongamento uma equipa tenha sido melhor do que a outra. Não foi. Porque uma foi melhor a atacar, a outra tremendamente boa a defender.
A chegada ao prolongamento era recebida nas bancadas de forma quase antagónica. O receio nos olhos dos portugueses, a euforia nas gargantas dos eslovenos. Deve ter-se apercebido de que já faz algum tempo que não lê qualquer referência a um lance de perigo. Pois bem, tem razão, mas não se trata de qualquer esquecimento. O jogo assim decorria, com demasiado sangue nas veias, mas cada vez menos cerebral. E com isto a bola escaldava, mas longe das balizas.
Até que, já passava dos 100 minutos, Jota levou às suas costas 10 milhões de portugueses, só travados pela perna de Vanja Drkusic já dentro da área. Ronaldo rapidamente segurou na bola, não podia ser de outra forma, ainda se esperou pelo VAR, mas era mesmo grande penalidade. O capitão concentrava-se, Oblak tentava distraí-lo, Rúben Dias colocava-se à frente para que nada desestabilizasse Ronaldo. Olhou, partiu em direção à bola... e falhou. Uma enorme intervenção de Oblak devolvia o sorriso aos eslovenos e deixava Ronaldo em lágrimas. Literalemnte.
A equipa ainda estava a consolar Ronaldo quando arrancou a segunda parte, que ficaria marcada por um susto tremendo. Pepe, até então protagonista de um exibição majestosa, atrapalha-se em zona proibida e deixava nos pés de Benjamin Sesko um golo certo. Certo, mas não para Diogo Costa, que se agigantou entre os postes e salvou Portugal de uma hecatombe descomunal. O reconhecimento da importância da defesa chegou assim que o árbitro terminou o jogo, com todos, todos os jogadores e staff agradeceram Diogo Costa e motivaram o guardião para o embate nas grandes penalidades. E em boa hora o fizeram.
Aqui, Diogo Costa fez o pleno. Três defesas, três, em três remates! Depois da enorme intervenção ainda no prolongamento, Diogo Costa foi herói. O herói de uma nação. O primeiro foi apontado por Ronaldo, que pediu desculpa aos adeptos assim que bateu Oblak. Depois marcaram Bruno Fernandes e Bernardo Silva. Das lágrimas de tristeza de Ronaldo às de felicidade de Diogo Costa, o jogo com a Eslovénia ficará, certamente, nas primeiras páginas do livro de memórias da seleção nacional.
Neerlandeses foram muito superiores aos romenos e, apesar do 3-0, resultado até é magro; Países Baixos dignos de honrar a Holanda campeã da Europa de 1988
Os Países Baixos venceram, sem qualquer ponta de contestação a Roménia. Venceram bem, venceram fácil, venceram naturalmente. E estavam com pressa. Com pressa de confirmar o favoritismo e com pressa de marcar, pelo que Xavi Simons e Gakpo, duas das figuras do seu futebol ofensivo, rapidamente puseram o motor a funcionar, quer disparando, quer perfurando. Depay também procurava constantemente a baliza e foi com essa frente aberta para defender que a Roménia teve de lidar desde o primeiro instante.
Numa primeira fase, pareceu confortável, até respondeu à superioridade neerlandesa com disparo perigoso de Man aos 14’, mas ao minuto 20 chegaria o que estava anunciado: Gakpo fez movimento típico, da linha para dentro, contornou a marcação e disparou ao primeiro poste, surpreendendo Nita, que nunca poderia ter deixado a bola passar por ali.
A Roménia não reagiu bem. O 2-0 esteve sempre mais próximo do que o 1-1, antes do intervalo e depois do intervalo. E foi ali mesmo, no intervalo, que a Roménia acabou. A tendência da primeira parte, a superioridade neerlandesa, acentuou-se e a história dos segundos 45 minutos é a história dos golos de Malen, um deles verdadeira cortesia de Gakpo, e dos golos falhados por Depay, Simons, Veerman e companhia.
Terão estes Países Baixos a ousadia de honrar a Holanda de 1988 por causa do seu selecionador? Porque há esse detalhe: Ronald Koeman fazia parte da constelação de Rinus Michels em 1988.
A Roménia despede-se sem algo a lamentar. Nem roçou os quartos de final. Caiu bem.
A Turquia venceu a batalha da bola parada, em Leipzig, e garantiu a última vaga nos quartos de final do Euro 2024. Com bis do ex-sportinguista Merih Demiral, a equipa de Vincenzo Montella afastou a Áustria, num jogo que teve três golos de pontapé de canto. Superado um final dramático, a equipa do benfiquista Orkun Kokçu marca encontro com os Países Baixos, em Berlim.
Na fase de grupos até tinha sido a equipa de Ralf Rangnick a mostrar apetência para marcar golos madrugadores, mas a paixão turca fez-se sentir logo no primeiro minuto, com Demiral a aproveitar a atrapalhação gerada por um pontapé de canto para conseguir a vantagem no marcador.
A Áustria, que tinha prometido colocar também o coração em campo, reagiu de imediato, mas Baumgartner desaproveitou dois lances para restabelecer a igualdade, e ainda antes do intervalo ainda desperdiçaria outro mais.
No lugar do capitão Hakan Çalhanoglu, castigado, Kokçu viu cedo um amarelo, exibido por Artur Soares Dias, mas isso não o impediu de incutir rotação elevada à seleção turca, que aproveitou a vantagem madrugadora para dar mais razão ao coração.
Os primeiros minutos da segunda parte foram de sufoco para a equipa de Vincenzo Montella, que demorou a encaixar na entrada de Gregoristsch para o lado de Arnautovic.
Incansável no sacrifício defensivo, Demiral teve ainda o mérito de voltar à área contrária para marcar novamente, quando o empate austríaco parecia iminente.
A equipa orientada por Rangnick marcou mesmo, e por Gregoristsch, também na sequência de um pontapé de canto, mas continuava a ser preciso correr atrás do prejuízo.
A Turquia foi perdendo capacidade de sair em transição, sobretudo após a saída (quase simultânea) de Arda Guler e do esgotado Kokçu. Uniu-se no sacrifício defensivo, mas ainda viu Pentz negar o golo a Yilmaz, para depois acabar de mãos na cabeça: incrédula com a intervenção de Mert Gunok, a negar o empate a Baumgartner no último lance, e deslumbrada por continuar a viver o sonho.
Ainda não foi desta que a Áustria conseguiu ficar entre as oito melhores equipas da Europa.