Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.
Israel contabiliza 250 'rockets' disparados hoje a partir do Líbano
Cerca de 250 'rockets' foram disparados hoje contra Israel a partir do Líbano pelo movimento xiita libanês Hezbollah, indicou o Exército israelita à agência France Presse (AFP), um dos números mais elevados das últimas semanas.
Segundo o Exército, o maior número de projéteis, 350, tinha sido registado em 24 de setembro deste ano, um dia após a intensificação pelas forças israelitas da sua operação no Líbano e pouco menos de uma semana antes de iniciarem uma incursão terrestre no sul do país.
O Hezbollah anunciou hoje, por seu lado, vários ataques com 'drones' e mísseis contra alvos e bases militares na região de Telavive (centro) e no sul de Israel, em resposta a fortes bombardeamentos israelitas no Líbano, incluindo à capital do país, Beirute.
Em Israel, soaram sirenes de alerta, sobretudo nos subúrbios de Telavive, de acordo com o Exército, dando conta de cerca de 250 projéteis disparados a partir do Líbano, dos quais parte foi intercetada mas alguns deixaram danos e pelo menos um ferido grave.
Pouco depois, a Agência Nacional de Notícias Libanesa (ANN) relatou dois ataques israelitas que atingiram os subúrbios sul de Beirute.
"É a partir de edifícios [no subúrbio sul] que o Hezbollah (...) dirige as suas atividades terroristas para prejudicar os cidadãos de Israel", justificou o Exército israelita, que acusa o grupo armado libanês apoiado pelo Irão de se instalar intencionalmente entre civis.
A ANN também noticiou intensos combates em várias regiões do sul do Líbano, onde o Hezbollah afirmou ter destruído hoje seis tanques Merkava israelitas.
Por seu lado, o Exército libanês, que não está envolvido nesta guerra, condenou a morte de um militar e outros 18 feridos num ataque israelita a uma posição no sul do Líbano, um bastião do Hezbollah, na fronteira com o norte de Israel.
Israel já lamentou o ataque e disse que está a investigar este incidente com as forças militares libanesas.
"Vemos apenas um caminho possível: um cessar-fogo imediato e a plena implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", defendeu hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sobre a escalada militar, após conversações com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e o presidente do parlamento, Nabih Berri, em Beirute.
A Resolução 1701, que pôs fim à guerra anterior entre Israel e o Hezbollah em 2006, estipula que apenas o Exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU sejam destacados para a fronteira sul do Líbano, que tem sido nos últimos meses uma área de atuação quer do grupo armado xiita quer das tropas israelitas, que iniciaram em 01 de outubro uma incursão terrestre na região.
Após um ano de violência transfronteiriça e depois de ter enfraquecido o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, as forças israelitas transferiram o foco das suas operações para o Líbano, lançando uma intensa campanha de bombardeamentos desde 23 de setembro contra líderes e instalações do Hezbollah e procurando neutralizar a capacidade do grupo xiita de lançar projéteis contra Israel.
"Devemos pressionar o Governo israelita e manter a pressão sobre o Hezbollah para que aceite a proposta de cessar-fogo americana", disse hoje Borrell, sublinhando que a União Europeia está disposta a disponibilizar 200 milhões de euros para ajudar a fortalecer o Exército libanês.
Estes esforços de paz não têm tido eco nos protagonistas dos combates e, no sábado, o Líbano sofreu um dos dias de bombardeamentos mais intensos desde o início desta crise.
O Ministério da Saúde Pública do Líbano indicou hoje que 84 pessoas foram mortas em ataques israelitas em diferentes partes do país no dia anterior, incluindo 29 num ataque que teve como alvo um prédio de um bairro operário no centro de Beirute, que ruiu.
Segundo o ministério libanês, pelo menos 3.754 pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria desde setembro deste ano, em resultado do conflito entre Israel e o Hezbollah, e acima de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.
Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em 13 meses de hostilidades.
Imprensa indica que Netanyahu pondera cessar-fogo no Líbano
Os meios de comunicação israelitas publicaram hoje de manhã notícias indicando que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, terá concordado com a proposta dos Estados Unidos sobre um cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano.
De acordo com as fontes não identificadas citadas pelos jornais e televisões de Israel, Netanyahu terá aceitado "em princípio" a proposta de Washington após consultas com membros do governo durante a noite de domingo.
A proposta ainda não é definitiva e existem ainda uma série de questões que têm de ser resolvidas, de acordo com fontes israelitas e norte-americanos citadas pela televisão pública de Israel Kan e pelos jornais Haaretz e Ynet.
O jornal Ynet indica que a posição de Israel já foi transmitida ao Líbano.
A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, o recuo total das tropas israelitas do sul do Líbano e negociações entre Israel e o Líbano sobre a demarcação da fronteira, atualmente uma fronteira estabelecida pela ONU na sequência da guerra de 2006.
As notícias publicadas hoje em Israel indicam ainda que um organismo internacional liderado pelos Estados Unidos controlaria o cumprimento do cessar-fogo, embora Israel espere receber uma garantia de Washington confirmando o direito de atuar militarmente caso o Hezbollah (Partido de Deus) venha a violar os termos do acordo e se as forças internacionais ou libanesas não atuarem.
No mesmo quadro, o Exército libanês seria encarregado de assumir o controlo da zona fronteiriça e de impedir o regresso do movimento xiita Hezbollah.
Segundo os meios de comunicação social, Netanyahu e o círculo político mais próximo estão a ponderar a forma de promover o acordo junto da opinião pública israelita, com a mensagem de que não se trata de um compromisso, mas sim de um "benefício para Israel".
Uma sondagem recente do Canal 12 mostra que 64% dos israelitas são a favor de uma trégua no Líbano.
O mediador da administração de Joe Biden entre Israel e o Líbano, Amos Hochstein, esteve de visita a Israel durante o passado fim de semana, depois de ter visitado Beirute insistindo num cessar-fogo.
O enviado dos Estado Unidos, que já conseguiu que Israel - sob o anterior governo de Yair Lapid - e o Líbano chegassem a um acordo (2022) sobre a demarcação da fronteira marítima e a partilha da exploração dos campos de gás, avisou o lado israelita de que esta é a última oportunidade para um acordo promovido por Washington.
Se não chegarem a acordo, as partes vão ter de esperar pelos esforços da nova administração de Donald Trump, segundo os meios de comunicação social israelitas.
O Canal 12 noticiou também que o antigo embaixador dos Estados Unidos em Israel, Dan Shapiro, vai deslocar-se hoje a Jerusalém "para acertar pormenores".
No terreno, o Hezbollah intensificou no domingo os ataques contra Israel, disparando mais de 250 projéteis.
Os mesmos meios de comunicação social referem que a resposta militar do Hezbollah era esperada por Israel, numa altura em que se aproxima a conclusão de eventual pacto, como forma de demonstrar que ainda tem capacidade de ataque.
No passado fim de semana, Israel também intensificou os ataques a Dahye, o subúrbio do sul da capital libanesa controlado pelo Hezbollah e lançou uma poderosa bomba contra um edifício no centro da cidade, matando pelo menos onze pessoas.
Israel bombardeia 25 "alvos" no Líbano apesar de negociações
O exército israelita confirmou ter bombardeado esta segunda-feira, em uma hora, 25 "alvos" do Conselho Consultivo do Hezbollah em todo o Líbano, enquanto prosseguem as negociações entre as partes para um possível acordo de tréguas, que parece estar próximo.
Os ataques tiveram lugar no sul de Nabatieh, no leste do vale de Bekaa e em Baalbek e nos subúrbios de Dahye, em Beirute, de acordo com um comunicado militar das Forças de Defesa de Israel (FDI), segundo o qual nestes locais estão situados os "centros de comando do Conselho Consultivo" do Hezbollah, bem como outros de controlo e de recolha de informações e milicianos.
"Estes ataques degradam a capacidade do Conselho Consultivo do Hezbollah de dirigir e assistir os terroristas do Hezbollah nos seus ataques contra Israel, bem como as capacidades de comando e controlo do movimento xiita libanês e a sua capacidade de reagrupar e recolher informações", justificou o texto.
O presidente do Conselho Consultivo era Hashem Safieddine, primo do líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrala, e seu sucessor designado, que foi morto como este último num bombardeamento israelita durante esta guerra.
Os ataques de hoje surgem numa altura em que fontes israelitas afirmaram à agência noticiosa espanhola EFE que se está "mais perto do que nunca" de alcançar um acordo de cessar-fogo no Líbano, uma vez que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aceitou, "em princípio", a proposta dos Estados Unidos.
Segundo a fonte, foram feitos progressos "muito significativos" na proposta que o mediador norte-americano Amos Hochstein apresentou a ambas as partes na semana passada durante uma deslocação à região.
Netanyahu reuniu-se no domingo à noite com alguns ministros e responsáveis pela segurança para discutir a proposta do enviado da administração de Joe Biden, na qual concordou em aceitar o projeto "em princípio", embora com "algumas reservas".
A fonte explicou à EFE que as reservas têm a ver com a "liberdade de ação" sobre o espaço aéreo libanês exigida por Israel no caso de o Hezbollah violar os termos do cessar-fogo e as tropas libanesas - que controlariam a fronteira - não agirem, algo que o Líbano e o grupo xiita rejeitam liminarmente.
A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, uma retirada total das tropas israelitas do sul do Líbano e, por último, negociações entre Telavive e Beirute sobre a demarcação da fronteira, atualmente estabelecida pela ONU na sequência da guerra de 2006.
O Hezbollah começou a atacar Israel a 08 de outubro de 2023, um dia depois do ataque dos palestinianos do Hamas ao sul de Israel, dando início a mais de um ano de combates.
A escalada do conflito concretizou-se em setembro, com ataques aéreos israelitas no Líbano e, mais tarde, com uma incursão terrestre de Telavive no sul do Líbano.
O Hezbollah disparou milhares de foguetes contra cidades e vilas israelitas, incluindo cerca de 250 no domingo.
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.
Entre as vítimas mortais estão pelo menos 240 menores e 706 mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, e 222 profissionais de saúde morreram e outros 330 ficaram feridos desde o início das hostilidades, há pouco mais de um ano.
Do lado israelita, morreram 78 pessoas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis. Além disso, 46 soldados e um investigador morreram em combate no sul do país vizinho, onde Israel iniciou uma invasão terrestre desde o passado dia 01 de outubro.
Ataques israelitas causam 11 mortes em território palestiniano
A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou hoje a morte de 11 pessoas em ataques noturnos israelitas e tiroteios em vários locais do território palestiniano.
No extremo norte, sete pessoas morreram e várias outras ficaram feridas num ataque aéreo a uma casa residencial em Jabalia, disse à agência de notícias AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.
Uma outra pessoa terá morrido num ataque aéreo a uma casa em Beit Lahia, acrescentou.
No centro da Faixa de Gaza, duas pessoas foram mortas após disparos de artilharia contra o campo de Nuseirat.
Em Rafah, no sul do território, um ataque aéreo também deixou um morto e vários feridos, segundo Bassal.
Este conflito foi desencadeado pelo ataque surpresa lançado em 07 de outubro de 2023 pelo movimento islâmico palestiniano Hamas ao sul de Israel.
Governo israelita aprova cessar-fogo no Líbano a partir de quarta-feira
O acordo de cessar-fogo no Líbano foi hoje aprovado pelo Conselho de Ministros de Israel e entrará em vigor na quarta-feira, às 04h00 locais (02h00 em Lisboa), revelou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Depois de o Gabinete de Segurança, que reúne os principais ministros e as lideranças militares e do serviço de informações, ter dado luz verde ao acordo com o grupo xiita Hezbollah, mediado pelos Estados Unidos, o Conselho de Ministros reuniu-se e aprovou o cessar-fogo, de acordo com o gabinete de Netanyahu.
A proposta foi aprovada com dez votos favoráveis e um contra, indicou o gabinete do chefe do Governo israelita.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, que saudou de imediato o anúncio do acordo, confirmou que o cessar-fogo terá início às 04:00 locais na quarta-feira.
O primeiro-ministro israelita tinha anunciado previamente que o Gabinete de Segurança aceitou a proposta de acordo de cessar-fogo de 60 dias no Líbano, mas frisou que Israel manterá a "liberdade de ação" se o Hezbollah violar o compromisso.
"A duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano e manteremos total liberdade de movimentos", declarou o chefe do Governo.
Poucas horas antes de o cessar-fogo entrar em vigor, a força aérea israelita continuou a bombardear fortemente vários pontos do Líbano, incluindo o centro e arredores de Beirute, entre os ataques mais violentos desde o início da guerra.
O Exército israelita confirmou ataques nas últimas horas em Beirute, Sídon, Tiro e Bekaa, enquanto as sirenes dos alarmes antiaéreos também se ouviram no norte de Israel devido a lançamentos de projéteis do Hezbollah.
Após quase um ano de trocas de tiros ao longo das regiões transfronteiriças entre os dois países desde 08 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, as forças israelitas deslocaram em setembro passado o foco das suas operações da Faixa de Gaza para o Líbano.
Segundo o Ministério da Saúde Publica libanês, mais de 3,7 mil pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria nos últimos dois meses, e acima de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.
Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em quase 14 meses de hostilidades.
Exército libanês diz estar "a tomar medidas" para se reposicionar no sul
O exército libanês anunciou hoje que tomou "as medidas necessárias" para se reposicionar no sul do país, onde está em vigor um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
"Na sequência da entrada em vigor do cessar-fogo, o exército está a tomar as medidas necessárias para completar o seu destacamento no sul do Líbano", afirmaram as forças armadas em comunicado.
O exército pediu ainda aos deslocados para não regressarem às zonas da linha da frente antes da retirada do exército israelita.
"O comando do exército apela aos cidadãos para que sejam pacientes antes de regressarem às aldeias e cidades da linha da frente onde as forças inimigas israelitas penetraram, enquanto aguardam a sua retirada", acrescentou.
O cessar-fogo entre Israel e os militantes do Hezbollah, no Líbano, começou hoje às 04h00 locais (02h00 em Lisboa).
Anunciada na terça-feira, a trégua é um passo importante para pôr fim a quase 14 meses de combates desencadeados pela guerra em curso em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Não houve relatos imediatos de alegadas violações à trégua, e houve sinais de celebração em Beirute.
Israel prometeu que vai atacar se o Hezbollah violar o acordo.
O cessar-fogo prevê uma interrupção inicial de dois meses dos combates e exige que o Hezbollah ponha termo à presença armada no sul do Líbano, enquanto as tropas israelitas devem regressar ao outro lado da fronteira.
Milhares de tropas libanesas adicionais e forças de manutenção da paz da ONU vão ser destacadas para o sul e um painel internacional vai controlar o cumprimento do acordo.
Depois do Líbano, Gaza? Hamas "está pronto" para trégua com Israel
Um alto responsável do Hamas saudou hoje o cessar-fogo no Líbano e afirmou que o movimento islamita palestiniano também "está pronto" para uma trégua com o exército israelita na Faixa de Gaza.
"O anúncio do cessar-fogo no Líbano é uma vitória e um grande sucesso para a resistência", declarou à agência de notícias France-Presse este membro do gabinete político do Hamas, que não foi identificado.
"O Hamas está pronto para um acordo de cessar-fogo e para um acordo sério de troca de prisioneiros", acrescentou.
O cessar-fogo entre Israel e os militantes do Hezbollah, no Líbano, começou hoje às 04h00 locais (02h00 em Lisboa).
Anunciada na terça-feira, a trégua é um passo importante para pôr fim a quase 14 meses de combates desencadeados pela guerra em curso em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Não houve relatos imediatos de alegadas violações à trégua, e houve sinais de celebração em Beirute.
Israel prometeu que vai atacar se o Hezbollah violar o acordo.
O cessar-fogo prevê uma interrupção inicial de dois meses dos combates e exige que o Hezbollah ponha termo à presença armada no sul do Líbano, enquanto as tropas israelitas devem regressar ao outro lado da fronteira.
Milhares de tropas libanesas adicionais e forças de manutenção da paz da ONU vão ser destacadas para o sul e um painel internacional vai controlar o cumprimento do acordo.
Israel acusa Hezbollah de violar cessar-fogo no Líbano
O acordo de cessar-fogo começou no dia de ontem, quarta-feira, e deveria durar 60 dias.
O exército israelita acusou, esta quinta-feira, que o Hezbollah quebrou o acordo de cessar-fogo, que tinha iniciado no dia de ontem, quarta-feira, depois de detetarem chegadas suspeitas no sul do Líbano, avançou a Reuters.
De acordo com a agência de notícias britânica, um taque de fogo israelita atingiu seis áreas no sul libanês, provocando vários incêndios.
Recorde-se que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hezbollah no Líbano começou na quarta-feira, deveria durar 60 dias e passaria por três fases: uma trégua inicial, seguida da retirada das forças do grupo xiita Hezbollah a norte do rio Litani; a retirada total das tropas israelitas do sul do Líbano no prazo de 60 dias e, por último, negociações entre os dois países para delimitar a fronteira, que corresponde atualmente a uma linha traçada pela ONU após a guerra de 2006.
Desde o início das hostilidades entre Israel e o Hezbollah, em 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza na sequência do ataque do Hamas a Israel, mais de 3.800 pessoas morreram e mais de 15.800 ficaram feridas em ataques israelitas no Líbano.
A grande maioria das mortes, cerca de 3.100, ocorreu desde o início da campanha de bombardeamento maciço de Israel, em 23 de setembro, que afetou principalmente as comunidades do sul e do leste do Líbano, bem como os subúrbios do sul de Beirute, conhecidos como Dahye.
General da Guarda Revolucionária Iraniana morto em combates na Síria
Um general da Guarda Revolucionária Iraniana foi hoje morto durante os combates entre o exército sírio e grupos islamitas na cidade síria de Alepo, que resultaram na morte de dezenas de pessoas, segundo meios de comunicação social iranianos.
"O general Kiyomarth Porhashmi foi morto num ataque dos mercenários 'takfiri' [radicais islâmicos sunitas] do regime sionista [Israel] em Alepo", no norte da Síria, informou a agência noticiosa iraniana Mehr, sem esclarecer quando ou as circunstâncias da sua morte.
Porhashmi era, segundo a agência de notícias, um oficial superior dos Guardas da Revolução que comandava "conselheiros iranianos" em Alepo.
O corpo militar de elite do Irão tem "conselheiros" na Síria, um dos seus aliados no Médio Oriente e parte do chamado Eixo da Resistência, a aliança anti-Israel, liderada por Teerão e que inclui o movimento islamita palestiniano Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah, os Huthis do Iémen, entre outros.
Dezenas de pessoas foram mortas em combates e confrontos entre o exército sírio e grupos islâmicos armados nos arredores das cidades de Idlib e Alepo, no norte da Síria, onde as facções islâmicas lançaram uma ampla ofensiva na quarta-feira.
O exército sírio confirmou num comunicado que as suas forças armadas continuam a enfrentar "um ataque terrorista de grande dimensão, numa ampla frente" nos arredores de Idlib e Alepo.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) afirmou que mais de 130 pessoas foram mortas nos combates.
Este terá sido o combate mais sangrento na Síria em vários anos, e ultrapassa em número de vítimas o ataque de um 'drone' em outubro de 2023, que deixou mais de 80 mortos numa academia militar na província de Homs.
Médio Oriente. Dois feridos no sul do Líbano no segundo dia da trégua
Disparos israelitas fizeram hoje dois feridos no sul do Líbano no segundo dia da trégua com o Hezbollah, segundo a imprensa libanesa, enquanto Israel confirmou ter alvejado pessoas que tentaram regressar a zonas ainda proibidas.
A Agência Nacional de Notícias libanesa disse que duas pessoas foram feridas por fogo israelita em Markaba, perto da fronteira, sem fornecer mais pormenores.
Segundo a agência estatal, Israel disparou artilharia em três outros locais perto da fronteira, mas não houve relatos imediatos de vítimas.
O exército israelita declarou num comunicado que "foram identificados vários suspeitos que chegaram com veículos a várias zonas do sul do Líbano, violando as condições do cessar-fogo".
As tropas "abriram fogo contra eles" e vão reagir ativamente às violações do acordo de cessar-fogo, acrescentou, segundo a agência norte-americana AP.
A trégua de 60 dias entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, mediada pelos Estados Unidos e pela França, entrou em vigor na quarta-feira.
O acordo prevê que os militantes do Hezbollah se retirem para norte do rio Litani e as forças israelitas regressem ao seu lado da fronteira.
A zona tampão será patrulhada por tropas libanesas e por forças de manutenção da paz da ONU.
As autoridades israelitas afirmaram que as forças serão retiradas gradualmente à medida que se assegura que o acordo está a ser cumprido.
Israel avisou a população para não regressar às zonas onde as suas tropas estão estacionadas e afirmou que se reserva o direito de atacar o Hezbollah se o grupo xiita pró-iraniano violar os termos da trégua.
O chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, reafirmou hoje em Praga que Israel responderá imediatamente a qualquer violação do cessar-fogo.
"Não permitiremos que o acordo seja violado e responderemos imediatamente a qualquer violação", declarou Saar numa conferência de imprensa, citado pela agência espanhola EFE.
Um oficial militar libanês, que pediu para não ser identificado, disse à AP que as tropas libanesas serão gradualmente posicionadas no sul à medida que as tropas israelitas se retirem.
O acordo pôs fim a 14 meses do conflito iniciado um dia depois do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel a partir de Gaza, em 07 de outubro de 2023, quando o Hezbollah começou a disparar foguetes, 'drones' e mísseis em solidariedade com os palestinianos.
Israel retaliou com ataques aéreos e o conflito intensificou-se de forma constante durante quase um ano, antes de eclodir numa guerra total em meados de setembro.
Mais de 3.760 pessoas foram mortas por fogo israelita no Líbano durante o conflito, muitas das quais civis, segundo as autoridades libanesas.
Os combates mataram mais de 70 pessoas em Israel, mais de metade das quais civis, bem como dezenas de soldados israelitas que combatiam no sul do Líbano.
A guerra na Faixa de Gaza, com quase 44.300 mortos, continua sem fim à vista.
Pelo menos oito mortos e cinco feridos em novos ataques em Gaza
Pelo menos oito pessoas morreram e cinco ficaram feridas nos últimos ataques israelitas na Faixa de Gaza, disseram hoje fontes palestinianas e meios de comunicação locais.
O Governo israelita disse que estas operações militares iam continuar até que 101 reféns detidos pelo movimento islamita Hamas fossem libertados.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse na quinta-feira que pelo menos 48 pessoas foram mortas num dia, elevando o número total de mortos na guerra israelita na Faixa de Gaza para mais de 44.300 e o número de feridos para mais de 104.900.
A maioria dos ataques de quinta-feira teve como alvo o histórico campo de refugiados de Nuseirat.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, disse, na quinta-feira, em Praga, que o país vai continuar as operações militares na Faixa de Gaza até que os 101 reféns, ainda detidos pelo Hamas desde o ataque terrorista de 07 de outubro de 2023, sejam libertados.
Hezbollah ataca posições israelitas pela 1.ª vez desde cessar-fogo
O grupo xiita Hezbollah assumiu hoje um ataque contra uma posição militar israelita, o primeiro desde a entrada em vigor do cessar-fogo entre as partes, em 27 de novembro, justificando com uma resposta a violações do entendimento.
Num comunicado, o grupo armado libanês relatou que o ataque com dois 'rockets' teve como alvo uma posição israelita nos "montes ocupados de Kfar Chouba", que o Líbano afirma fazer parte do seu território.
O Hezbollah alegou que se tratou de uma "resposta defensiva e de alerta" após o que considerou como "repetidas violações" do acordo de cessar-fogo por parte de Israel, que devolve as acusações.
O movimento xiita apoiado pelo Irão referiu que as queixas aos mediadores encarregados de vigiar o cessar-fogo "foram inúteis para impedir estas violações".
O Exército israelita confirmou em comunicado que o Hezbollah lançou dois projéteis contra o norte do país.
"A organização terrorista Hezbollah disparou dois projéteis em direção à área de Har Dov", segundo os militares israelitas, referindo-se à zona das Fazendas Shebaa, uma área disputada na confluência de Israel, Líbano e Síria.
De acordo com o Exército, os 'rockets' caíram em campo aberto e não causaram ferimentos.
O cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos e pela França, entrou em vigor na quarta-feira e implica uma suspensão de 60 dias nos combates, com o objetivo de pôr fim a mais de um ano de hostilidades entre o Hezbollah e Israel.
Desde então, Israel realizou uma série de ataques no Líbano, um dos quais hoje, quando um ataque de 'drone' (aparelho aéreo não tripulado) matou um homem numa moto no sul do país e outro atingiu um 'bulldozer' do Exército libanês na cidade de Hermel, no nordeste, ferindo um militar.
No sábado, duas pessoas foram mortas num ataque aéreo na província de Marjayoun, no sul do Líbano, informou a imprensa estatal libanesa.
Israel afirma que os ataques são uma resposta às violações do cessar-fogo por parte do Hezbollah, sem adiantar pormenores.
O ministro da Defesa israelita já reagiu ao ataque de hoje do Hezbollah e ameaçou ripostar.
"Prometemos agir contra qualquer violação do cessar-fogo, que é exatamente o que faremos", declarou Israel Katz, acrescentando que será necessária uma "resposta forte".
Durante o período de 60 dias, tanto Israel como o Hezbollah estão comprometidos a retirar-se do sul do Líbano.
O presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, acusou hoje Israel de cometer 54 violações do cessar-fogo, incluindo a alegada demolição de casas em aldeias fronteiriças, o sobrevoo persistente de 'drones' de reconhecimento israelitas e ataques aéreos que causaram vítimas.
Em declarações ao jornal libanês Al-Joumhouria, Berri apelou para uma intervenção urgente para pôr fim ao que chamou de "violações flagrantes".
A guerra entre Israel e o Hezbollah prolonga-se há mais de um ano, na sequência do conflito na Faixa de Gaza, iniciado em 07 de outubro de 2023.
Desde 23 de setembro passado, as forças israelitas começaram a bombardear intensamente o Líbano e, uma semana mais tarde, iniciaram uma invasão terrestre no sul do país.
As hostilidades já provocaram quase quatro mil mortos no Líbano, a maioria nos últimos dois meses, acima de 1,2 milhões de deslocados, enquanto cerca de 60 mil pessoas abandonaram as suas casas no norte de Israel.
Israel diz ter matado contacto do Hezbollah com Exército sírio em Damasco
O Exército israelita anunciou hoje ter matado quem afirma ser o elo de ligação entre o grupo xiita libanês Hezbollah e o Exército sírio, Salman Nimr Jamaa, num ataque aéreo sobre Damasco.
"O regime sírio apoia o Hezbollah e permite que a organização o explore para transferir armas para a esfera libanesa, pondo assim em perigo os cidadãos da Síria e do Líbano", asseveraram as forças israelitas num comunicado.
O ataque ocorreu em plena ofensiva dos rebeldes islamitas sírios contra o Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
A guerra civil na Síria está de novo no centro das atenções, depois de uma nova coligação rebelde ter lançado um ataque de surpresa, invadindo a segunda maior cidade do país, Alepo.
A ofensiva, segundo reportam a estação televisiva norte-americana CNN e o diário The Independent, é a primeira em que as forças da oposição conquistam território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra que, formalmente, nunca terminou.
O reacendimento do conflito, que já matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, tem também amplas ramificações na região.
Ataques israelitas no norte de Gaza causam 29 mortos
Bombardeamentos israelitas provocaram hoje 29 mortos e dezenas de feridos perto do hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, anunciaram as autoridades do território palestiniano.
Os bombardeamentos começaram na madrugada de hoje, disse o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, à agência francesa AFP.
"Pelo menos 29 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no norte da Faixa de Gaza desde a madrugada de sexta-feira, depois dos bombardeamentos israelitas em torno do hospital de Adwan e dos ataques de 'drones' contra o hospital", precisou.
A guerra de Israel contra o Hamas destruiu vastas áreas de Gaza e deslocou 90% da população de 2,3 milhões de pessoas, muitas vezes em várias ocasiões, segundo a agência norte-americana AP.
A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e fazendo reféns cerca de 250 pessoas.
A ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 44.600 palestinianos, mais de metade dos quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
O ministério do governo controlado pelo grupo extremista Hamas não indica quantos dos mortos eram combatentes.
Israel afirma ter matado mais de 17.000 militantes, sem apresentar provas.
Israel garante que incursão nos Montes Golã sírios é "limitada e temporária"
O embaixador israelita na ONU disse que o país tomou "medidas limitadas e temporárias", com uma incursão na zona desmilitarizada dos Montes Golã sírios, devido à "ameaça à segurança" dos seus cidadãos.
Danny Danon garantiu, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU realizada à porta fechada, que Israel "não intervirá no conflito entre os rebeldes na Síria", de acordo com uma mensagem publicada na rede social X, na segunda-feira.
O diplomata disse que a incursão foi lançada depois de, no sábado, "grupos armados terem entrado" na "zona tampão" entre Israel e a Síria, atacado uma missão de observadores da ONU e assumido o controlo de vários postos avançados da missão.
Os grupos armados "colocaram seriamente em perigo a segurança do pessoal da ONU", pelo que as forças armadas "ajudaram as tropas da ONU a repelir o ataque", disse.
O diplomata anexou uma carta dirigida à presidente do Conselho, a embaixadora norte-americana Linda Thomas-Greenfield, com uma cópia para o secretário-geral da ONU, António Guterres. Na missiva, indicou que as forças israelitas estão posicionadas em pontos com necessidades defensivas.
Horas antes, Guterres defendeu que a incursão do Exército israelita na zona desmilitarizada dos Montes Golã sírios viola o acordo territorial entre ambos os países, datado de 1974.
"Acreditamos que isto será uma violação do acordo de 1974, e os acordos não devem ser violados", indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.
O Exército israelita confirmou que tomou a parte síria do Monte Hermon, dentro da zona desmilitarizada, após a queda do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a tomada de Damasco pelos rebeldes islâmicos sírios.
Fontes do Governo israelita indicaram mais tarde que as tropas avançaram no máximo três quilómetros desde a fronteira.
Israel conquistou parte dos Montes Golã à Síria durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar este território em 1981, ato que não é reconhecido pela ONU.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, garantiu que não tem intenção de interferir nos assuntos internos do país vizinho e pediu aos habitantes de cinco cidades sírias localizadas na zona desmilitarizada que permaneçam em casa.
Embora Israel não o tenha confirmado oficialmente, os meios de comunicação sírios e grupos de ativistas relatam desde domingo que aviões israelitas estão a bombardear alvos militares do regime de Assad em Damasco, incluindo aeroportos militares e armazéns de armas.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo que a parte dos Golãs sírios ocupada e anexada por Israel pertence ao seu país "para a eternidade".
Israel confirma ter destruído frota militar do regime deposto na Síria
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, confirmou hoje que a Marinha de Israel destruiu toda a frota militar do regime deposto de Bashar al-Assad na Síria, enquanto as suas tropas terrestres permanecem estacionadas na área desmilitarizada da fronteira.
"A Marinha israelita operou na noite de segunda-feira, destruindo com sucesso a frota síria", disse Katz durante uma visita a uma base naval em Haifa, no norte de Israel.
Os ataques em grande escala de navios de guerra israelitas foram realizados para evitar que as capacidades e o armamento da Marinha síria caíssem nas mãos das forças insurgentes, na sua maioria islâmicas e pró-turcas.
"Quem seguir os passos de al-Assad acabará como al-Assad. Não permitiremos que uma entidade terrorista islâmica extremista atue contra Israel para além das suas fronteiras. Faremos todos os possíveis para eliminar a ameaça", alertou o ministro.
Navios de guerra sírios armados com mísseis mar-mar foram destruídos em ataques realizados por mísseis balísticos da Marinha israelita na baía de Minet al Beida e no porto de Latakia, na costa síria.
"As Forças de Defesa de Israel têm agido nos últimos dias para atacar e destruir as capacidades estratégicas que ameaçam o Estado de Israel", informou Katz, acrescentando que as tropas israelitas querem criar uma zona segura - sem uma presença israelita permanente - para além da atual zona desmilitarizada que Israel e a Síria acordaram em 1974 no seu acordo de desarmamento.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita já tinha dito que a presença de tropas na fronteira é "limitada e temporária", embora o Observatório Sírio para os Direitos Humanos tenha hoje garantido que avançaram até 14 quilómetros para o interior do país, algo que o Exército negou posteriormente.
A Força Aérea israelita realizou cerca de 300 ataques aéreos na Síria desde o colapso do regime de al-Assad, destruindo armas químicas e depósitos de mísseis de longo alcance para que não caíssem nas mãos de "forças hostis".
Pelo menos 26 mortos em ataques israelitas em Gaza
Pelo menos 26 pessoas morreram hoje em ataques do exército de Israel contra o norte da Faixa de Gaza, indicaram fontes hospitalares palestinianas.
Um dos ataques ocorreu em Beit Lahiya, perto da fronteira com Israel, de acordo com o Hospital Kamal Adwan, nas proximidades, que recebeu os corpos.
Num outro ataque, contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, morreram pelo menos sete pessoas, de acordo com o Hospital Awda.
O exército israelita não comentou, até ao momento, estes ataques.
Israel tem travado uma nova ofensiva contra os militantes do Hamas no norte de Gaza desde o início de outubro.
As forças armadas israelitas dizem que tentam evitar ferir os civis e acusam os militantes do movimento islamita palestiniano Hamas de se esconderem entre a população, colocando vidas inocentes em perigo.
O exército israelita disse que militantes no centro de Gaza dispararam quatro projécteis contra Israel, dois dos quais foram intercetados. Os outros dois caíram em zonas abertas, sem registo de vítimas.
Israel lançou a 07 de outubro de 2023 uma ofensiva na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois do grupo palestiniano ter realizado em território israelita um ataque sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também nesse dia 251 reféns, 96 dos quais continuam em cativeiro. O exército israelita já declarou a morte de 36 reféns.
A guerra entre Israel e o Hamas fez, até agora, na Faixa de Gaza quase 45 mil mortos (cerca de 2% da população) e cerca de 106 mil feridos, além de mais de dez mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Médio Oriente entrou em ebulição com receio de escalada nos conflitos
O Médio Oriente viveu um ano de ebulição, com o alastramento da guerra entre Israel e o Hamas ao Líbano, o Ocidente a defender Telavive e Rússia e Irão a levantarem a ameaça de uma escacada no conflito.
Se o total de mortos nos diferentes conflitos já atinge os quase 50.000 e o de feridos a ultrapassar largamente os 100.000, a esperança reside nas negociações com vista à paz em curso entre Israel e o movimento de resistência islâmica palestiniano, sendo ainda uma incógnita se o exemplo da trégua de Telavive com o Hezbollah libanês trará novos incentivos à pacificação do Médio Oriente.
Por outro lado, os surpreendentes desenvolvimentos na Síria, com o fim de 54 de regime autocrático e repressivo do clã al-Assad (Hafez, pai, e Bashar, filho), a 08 deste mês, vêm aumentar, por um lado, as incertezas em relação ao tipo de governo que poderá sair de Damasco, e, por outro, se ajudará aos esforços de paz na região.
Se a Rússia parece mais envolvida na Ucrânia (afirmou-se surpreendida com a facilidade com que os rebeldes e milícias congregadas em torno da Organização para a Libertação do Levante (OLL ou Hayat Tahrir al Sham, HTS, em árabe), apoiados pela Turquia, que tomaram Damasco após 12 dias de ofensiva quase sem resistência) --, o Irão já admitiu que o 'Eixo da Resistência' -- que inclui o Hamas, o Hezbollah, os rebeldes Huthis, do Iémen, e uma miríade de milícias no Iraque e, até agora, na Síria -- será afetado pela queda de al-Assad.
Impensável até ao início deste mês que a Síria viesse baralhar todo o momento político e militar no Médio Oriente, certo é que os Estados Unidos e Israel, apoiados também por milícias sustentadas pela Turquia, mostraram-se favoráveis à coligação liderada pela OLL, desconhecendo-se, a partir daqui, o que irá suceder.
Ao longo de todo o ano de 2024, sucederam-se no Médio Oriente confrontos armados que afetaram a grande maioria dos países da região, provocando um número de mortos inusitado em conflitos em que Hamas e aliados, de um lado, e Israel e parceiros, do outro, afirmam que podiam ser resolvidos rapidamente se houvesse vontade política.
Tal como na Ucrânia, quando Moscovo proclamou que a invasão iniciada a 24 de fevereiro de 2022 teria êxito em poucas semanas, também Telavive disse acreditar que resolveria rapidamente a retaliação ao ataque do Hamas - que matou 1.200 pessoas e sequestrou 250 a 07 de outubro de 2023 - aniquilando o movimento islamita.
Com o conflito a centrar todas as atenções ao longo de 2024, a guerra aberta alargou-se também ao movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, com quem Israel assinou uma trégua de 60 dias a 27 de outubro passado, e ao Iémen, através dos rebeldes Huthis (no poder em três quartos do país), que "controlavam", com mísseis, os interesses israelitas no Mar Vermelho.
Pelo meio, ao longo de todo o ano, Qatar, Egito, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos tentaram encontrar uma solução para o conflito entre Israel e o Hamas, mas, sempre que avançavam, Israel tirava uma carta da manga e atacava cirurgicamente, com enormes perdas de civis, os responsáveis quer do Hamas quer do Hezbollah.
Apanhados desprevenidos no ataque do Hamas, os serviços secretos israelitas procuraram, desta forma, atenuar as falhas quer com os inusitados ataques com explosivos nos 'pagers' e nos 'walkie-talkies' de dirigentes do Hezbollah, que com a eliminação dos líderes do movimento, primeiro Hassan Nasrallah e depois Sashem Safiedine -- daí a trégua parecer ter sido mais facilitada.
Do lado do Hamas, Israel também foi eliminando vários líderes ao longo do ano -- entre outros, Yahya Sinwar, considerado o líder da "linha-dura" do movimento (morto em outubro), Mohammed Deif, chefe do Estado-Maior do Hamas (agosto), Ismail Haniyeh, líder do movimento (julho), e Saleh al-Arouri, chefe das operações do Hamas na Cisjordânia (janeiro).
Um fator a ter em conta que já se faz sentir na região é o peso que poderá ter o futuro Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleito a 05 de novembro e que será empossado a 20 de janeiro de 2025, sobretudo em relação ao impacto que pode ter no seu homólogo russo, Vladimir Putin, mas também na conturbada ligação com o Irão.
Da esperança de paz ao aprofundamento da guerra entre Israel e Hamas
Ainda sem o desejado acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, as partes em conflito mantêm-se irredutíveis nas suas posições, apesar da esperança desencadeada com a trégua entre Telavive e o Hezbollah.
A esta trégua há a juntar o surpreendente fim do regime sírio da família al-Assad, com a queda de Bashar al-Assad (filho), que, apesar das incertezas sobre um futuro democrático (ocidental) do país, aumenta a esperança numa pacificação no Médio Oriente, algo que Rússia, a braços com a guerra na Ucrânia, e Irão, afetado por graves sanções económicas, parecem, mesmo assim, capazes de contrariar.
A ofensiva israelita contra Gaza foi lançada na sequência do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e levou ao sequestro de mais de 250 pessoas, segundo as autoridades israelitas.
Um dia depois, o movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah começou a bombardear o norte de Israel e entrou também no conflito, saindo em defesa dos "irmãos palestinianos" -- as partes chegaram a 27 de novembro a uma trégua de 60 dias, com ambas a denunciar mutuamente violações ao acordo.
Independentemente das esperanças num cessar-fogo, a guerra entre Israel e o Hamas já causou, "oficialmente", a morte a quase 46.500 pessoas (44.758 palestinianos e 1.706 israelitas), na grande maioria civis.
O total inclui entre 134 a 146 jornalistas, 120 académicos e mais de 225 trabalhadores humanitários, contando com os 179 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA). Entre os mortos estão sinalizados 12 portugueses, na quase totalidade luso-israelitas.
O Hamas contabilizou também mais de 106.200 feridos. Os números não são totais, pois estima-se que centenas ou milhares de corpos possam estar sob os escombros dos devastados edifícios da Faixa de Gaza.
Na Cisjordânia, cerca de 800 palestinianos, na maioria civis, morreram às mãos do exército israelita ou dos colonos. Responsáveis israelitas referiram que cerca de três dezenas de soldados israelitas morreram na Cisjordânia, em ataques palestinianos ou durante as operações militares.
As sucessivas negociações para um acordo de cessar-fogo, entabuladas maioritariamente pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, têm esbarrado nas exigências israelitas de libertação de todos os reféns ainda retidos pelo Hamas, que, por sua vez, diz que só os liberta depois de as tropas de Israel abandonarem o enclave.
Mas setores do Governo ultraconservador do primeiro-ministro israelita, Benjamin Natanyahu, já assumiram publicamente a ideia de criar mais colonatos e mesmo acabar com os territórios palestinianos, o que tem sido considerado inaceitável pela comunidade internacional, que continua, maioritariamente, a defender a solução de dois Estados independentes.
Mas, também internamente, Netanyahu debate-se com uma luta contra a justiça, pois começou na terça-feira o julgamento das acusações que vêm desde 2019 de corrupção, fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos, de receção de presentes em troca de favores e tratamento favorável para uma cobertura positiva em vários meios de comunicação social, além das mais recentes, associadas às pressões para manipular as atas das reuniões anteriores a 07 de outubro de 2023.
O prolongamento da guerra tem sido associado também à vontade de Netanyahu em ganhar tempo para anular o julgamento, embora as manifestações quase diárias contra a sua manutenção no poder lembrem que quando cair será com estrondo.
Israel anunciou ter matado dois comandantes do Hamas
O Exército e os serviços de informação israelitas anunciaram hoje ter matado dois comandantes do movimento islamita palestiniano Hamas, um dos quais esteve por detrás do ataque a um posto militar em 07 de outubro de 2023.
Uma das vítimas das forças israelitas é Fahmi Salami, comandante das forças de elite Nakba do Batalhão Zeitún, morto nos recentes ataques aéreos das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza.
Salami é acusado de dirigir o ataque ao posto militar de Paga durante a ofensiva das milícias palestinianas de 07 de outubro, que fez cerca de 1.200 mortos e 240 reféns, cem dos quais permanecem em cativeiro, bem como de ser responsável por outras operações durante a guerra subsequente.
O outro comandante sénior do Hamas era Salah Dahman, chefe de uma unidade do grupo islamita Hamas responsável pela supervisão dos ataques aéreos da organização, que terá sido morto durante um bombardeamento das forças israelitas na zona de Jabalia.