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A Tunísia venceu na tarde desta quarta-feira a França, bicampeã do Mundo e atual detentora do cetro (1998 e 2018) por 1-0, em encontro da 3.ª e última jornada do Grupo D do Mundial do Catar, disputado no Estádio Education City, em Al Rayyan, resultado ainda assim insuficiente para as ‘Águias de Cartago’ se apurarem para os oitavos de final: a acompanhar a França, que venceu o agrupamento, irá a Austrália, segunda classificada, mercê de triunfo no outro jogo do grupo, diante da Dinamarca (1-0).
Ao quinto jogo entre as duas seleções, e com duas vitórias de França e dois empates nos outros dois anteriores duelos entre a Tunísia – que foi território francês durante 75 anos, de 1881 até à independência, há 66 anos, em 1956, recorde-se -, valeu o golo da estrela e capitão tunisino, Wahbi Khazri, aos 58’, a selar o resultado final.
Uma vitória de Pirro e de sabor amargo: se quando Khazri – que joga no Montpellier e nasceu em Ajaccio, na Córsega em França… tal como mais nove dos 26 eleitos por Jalel Kadri para o Mundial – marcou, a Austrália e Dinamarca ainda estavam empatadas 0-0 e o golo valia a presença e inédito apuramento, em seis Campeonatos do Mundo, para os oitavos de final, o golo do australiano Matthew Leckie ante a Dinamarca, no outro jogo (60’) fez com que a alegria dos magrebinos durasse… 180 segundos: estiveram no segundo lugar do Grupo D, e nos oitavos de final, durante escassos três minutos.
Deschamps arriscou e apresentou uma ‘França alternativa’ a gerir já as unidades mais utilizadas para as fases seguintes do Mundial: com o apuramento já garantido – faltava só saber se em primeiro ou segundo do grupo… - mudou nove (!) do onze que havia vencido a Dinamarca, apenas Varane e Tchouameni continuaram titulares.
Não espantou, por isso o domínio e maior agressividade tunisinas no encontro, a assumir as despesas do jogo, ante a falta de rotina do onze escolhido por Deschamps: só a vitória interessava às ‘Águias de Cartago’, e mesmo isso, sabiam-no de antemão, poderia não chegar… como sucedeu.
Sabor amargo e cruel para a Tunísia, que marcando apenas um golo mas vencendo a campeã mundial, se despediu neste dia do Catar, pois no outro jogo a Dinamarca não ‘ajudou’ às suas pretensões.
Fica o brio e o orgulho de defender a verdade desportiva e obter inédito triunfo sobre uma campeã mundial que só já a perder, na meia-hora final, lançou Mbappé, Rabiot, Griezmann, Mbappé e Dembelé para um encontro em que nunca esteve muito interessada em carregar no acelerador, antes em deixar correr o marfim, e pagou o preço por isso. Mesmo se Griezmann ainda empatou aos 90+8', lance depois invalidade pelo árbitro com o auxílio do VAR - já nada influenciava a classificação do grupo.
Momento histórico para o futebol australiano, conseguindo pela segunda vez o apuramento para os oitavos de final, repetindo a proeza do Mundial 2006 na Alemanha. Um golo de Leckie serviu na perfeição aos cangurus, que somaram segunda vitória consecutiva, após terem derrotado a Tunísia, acabando com os mesmos seis pontos da França.
Duas vitórias num Mundial são faceta nunca antes vista, pelo que após o apito final sucederam-se as festas na madrugada australiana. A Dinamarca estava obrigada a vencer para ultrapassar a Austrália, mas à parte da primeira hora, não conseguiu revelar clarividência e suficiente qualidade na frente para fazer mossa no último reduto contrário. Os australianos foram ganhando confiança vendo a falta de ideias e frescura dos nórdicos, situação evidente na estrela Eriksen, distante do jogo exigível, e foram impondo músculo e ganho territorial.
O jogo foi ficando mais dividido até que já na segunda parte um contra-ataque foi letal para as aspirações dinamarquesas. Leckie, que passou pelo futebol alemão e joga hoje no Melbourne, definiu com categoria a ação, pondo a Austrália num contexto altamente favorável. A Dinamarca acusou o toque e afundou-se numa carga nervosa que impediu sempre um ataque continuado à baliza adversária, perante uma Austrália com uma organização irrepreensível, pressentido estar perto de fazer história.
México e Arábia Saudita partiram para este jogo com aspirações a seguir no Mundial, mas no final disseram adeus ao Catar num desafio super emocionante, principalmente depois do intervalo quando os mexicanos chegaram à vantagem de dois golos e começaram a sonhar com a qualificação, mas tudo não passaria de uma miragem.
Os mexicanos tiveram sempre domínio no encontro, embora na primeira parte não tivessem sido devidamente eficazes no momento de atirarem à baliza. Os sauditas, que começaram este Campeonato do Mundo a surpreender vencendo a Argentina, foram sempre uma seleção incapaz de colocar problemas ao adversário e assim continuaram depois do intervalo, embora no final tivessem reservado um golpe fatal.
O golo de Henry Martin, logo aos 48 minutos, trouxe outra alma para os mexicanos e o 2-0 de Luís Chávez, aos 52, num livre direto fantástico, criou a sensação de que a passagem seria possível, até porque, no outro jogo do grupo a Argentina ganhava por 2-0 à Polónia.
Ficava tudo igual e a qualificação seria decidida pela disciplina, ou seja, pelo número de cartões amarelos que cada seleção tinha visto e nessa contagem a Polónia tinha vantagem, por isso o México precisava de marcar novo golo, o que nunca conseguiu apesar de muitas oportunidades.
O sonho acabou aos 90+5 minutos quando Al-Dawsari marcou para a Arábia Saudita.
A seleção da Argentina vestiu ontem o seu fato de gala para carimbar o passaporte para os oitavos de final do Mundial, vencendo justamente a Polónia, por 2-0, com golos de Mac Allister, o melhor homem em campo, e Julián Álvarez, mas deixando muitos golos por marcar.
A Polónia, apesar de poder gabar-se de ter como capitão um ponta de lança de classe mundial, Robert Lewandowski, limitou-se a defender. Primeiro, o 0-0, depois o 0-1, depois o 0-2, depois até mesmo o aspeto disciplinar, dado que quase até ao final da partida entre México e Arábia Saudita a sua vantagem sobre os mexicanos baseava-se no facto de ter menos cartões amarelos, pois havia empate entre as seleções em todos os outros aspetos.
A Argentina, com Otamendi seguro lá atrás e Enzo Fernández a funcionar como um relógio no meio campo, não chegou ao intervalo a ganhar porque Messi falhou um penálti, bela defesa de Szczesny. Além de muitas outras perdidas de argentinos. Segunda parte, porém, começou com golo argentino, Mac Allister a responder com felicidade a cruzamento de Molina, justiça no marcador. E os polacos nem reagiam…
O segundo golo não tardaria e ao minuto 68 apareceu a classe de Enzo Fernández, construindo lance de qualidade e reeditando dupla do River Plate: entregou a Julián Álvarez, que, na área, finalizou. Um seguiu para o Benfica, o outro reforçou o Manchester City.
A história do jogo ficou por aqui, apesar de a Argentina nunca ter desistido de alargar a vantagem – Lautaro Martínez falhou, quando seguia isolado –, quanto à Polónia avança para os oitavos de final, sem qualquer brilho e com muito pouca esperança: terá pela frente a França, ao passo que a Argentina, líder do Grupo C, defrontará a Austrália.
Grupo F - Bélgica empata com Croácia e vai para casa
As seleções segunda e terceira classificadas no último Mundial entraram no jogo sem o apuramento garantido, ainda que com a Croácia melhor colocada, pois bastava-lhe o empate, enquanto a Bélgica tinha obrigatoriamente de ganhar.
Os primeiros segundos do jogo permitiram acreditar num grande jogo… mas a primeira parte praticamente ficou por aí no que a oportunidades de golo diz respeito – remate de Perisic não saiu longe do alvo.
A Bélgica conseguiu então equilibrar a partida, que foi sempre muito bem disputada, intensa, mas sem oportunidades de golo – a primeira parte terminou sem remates enquadrados em qualquer uma das balizas. Sabia a pouco…
A entrada de Lukaku para o ataque da Bélgica ao intervalo revolucionou não só o jogo da equipa, como até o próprio jogo.
É certo que nos primeiros minutos da etapa complementar Courtois fez mais defesas do que em toda a primeira parte, mas a verdade é que foi aos belgas que pertenceram as melhores ocasiões, com o inevitável Lukaku em destaque… mas em jogo não em termos de finalização. Com efeito, o avançado teve várias ocasiões para marcar, mas nunca atinou com a baliza – pelo meio, atirou uma bola ao poste, ao minuto 61.
O jogo acabaria sem golos. A Croácia segue em frente, a Bélgica vai para casa.
Grupo F - Marrocos vence Canadá e segue para os oitavos em primeiro
A seleção de Marrocos garantiu na tarde desta quinta-feira a vitória no Grupo F do Mundial do Catar e o apuramento para os oitavos de final do torneio, ao vencer a sua congénere do Canadá por 2-1 em encontro da terceira e última jornada do agrupamento disputado no Estádio Al Thumama, em Doa., e beneficiando ainda no ‘nulo’ (0-0) no Croácia-Bélgica, disputado em simultâneo neste dia.
A seleção orientada por Walid Regragui acabou o Grupo F com sete pontos, a Croácia com cinco pontos foi segunda e apuraram-se para os ‘oitavos’, a Bélgica ‘de’ Roberto Martinez fica por aqui no Mundial, na terceira posição, com quatro pontos somados, enquanto o Canadá, que já estava eliminado da prova no Catar antes desta ronda, sai sem qualquer ponto.
Marrocos espera agora o segundo classificado do Grupo E – Espanha, Japão, Costa Rica ou Alemanha, jogam espanhóis contra nipónicos e germânicos com centro-americanos a partir das 19 horas, ainda neste dia, a 3.ª jornada – nos oitavos de final, terça-feira, dia 6 do corrente mês (15 horas de Portugal continental) em Al Rayyan.
Sempre atentos e a par do que sucedia no outro jogo do Grupo F, onde a vice-campeã mundial, Croácia, defrontava a terceira na Rússia-2018, a Bélgica, os ‘Leões do Atlas’ sabiam, no entanto, só depender de si próprios: vencendo, apuravam-se sempre, fosse como vencedores ou segundos deste agrupamento. É a segunda vez que o conseguem, 36 anos após o México-1986, então à custa de Portugal: bateram a Seleção por 3-1 no último jogo da fase de grupos, recorde-se.
Não esperariam era tamanho brinde do capitão dos canadianos, o guardião Borjan, que após um atraso de Steven Vitória - defesa-central do Chaves, enquanto Stephen Eustaquio, médio do FC Porto, que se lesionou durante a prova, já nem no banco esteve nesta despedida dos norte-americanos, eliminados do Mundial de antemão, no final da 2.ª jornada – quis sair a jogar mas Ziyech, estrela da equipa e avançado do Chelsea (Inglaterra) adivinhou: aproveitou tremendo ‘brinde’ e, aos 4’, disparou quase do grande círculo para a baliza deserta… e 1-0.
Os marroquinos, orientados por Walid Regragui e segunda seleção africana a apurar-se para os ‘oitavos’ após o Senegal, ampliaram a contagem (2-0) aos 23’, com espetacular lançamento longo de Hakimi, desde a direita da defesa, e Youssef En-Nesyri, avançado do Sevilha (Espanha) a ganhar em velocidade pelo meio de Steven Vitória e Kamal Miller, a dominar sempre em progressão com o pé esquerdo e ‘fuzilar’ Borjan com o esquerdo, com um remate seco, forte e rasteiro, ao primeiro poste.
Com Marrocos confortável e a deixar as despesas do jogo para a equipa orientada pelo inglês John Herdman, o Canadá relançou a emoção e marcou aos ‘Leões do Atlas’ o primeiro golo que estes encaixaram no Mundial numa infelicidade de Aguerd, que desviou para a própria baliza um centro de Larin, atenuando a desvantagem para 1-2 (40’).
Na segunda parte, o inglês John Herdman, selecionador do Canadá, tentou o tudo por tudo refrescando a equipa para a última meia-hora com três substituições de uma assentada, e os norte-americanos pressionaram a baliza de Bono e apertaram com os ‘Leões do Atlas’, mas, e à exceção de um remate de cabeça de Hutchinson à trave (72’), os magrebinos aguentaram a pressão e riram no fim.
Grupo E - Japão dá a volta à Espanha e segue para os oitavos (2-1)
Jogo épico em Doha, com o Japão a vencer após reviravolta e a classificar-se em primeiro lugar do grupo E, com a Espanha também a seguir em frente mas no segundo lugar.
Sem surpresa foram os espanhóis a assumir o protagonismo da partida, com mais posse de bola, a fazer boa circulação entre setores e com isso a entrar muito forte na partida. O Japão reforçou a linha defensiva, fechando-se em 5x4x1 quando não tinha bola, recuou bastante e sofreu o golo ainda no primeiro quarto de hora: bom cruzamento de Azpilicueta e Morata, mais forte que os opositores, saltou para o primeiro golo. Na verdade, tirando esse lance, pouco mais se viu de real perigo concretizado pela seleção de Luis Enrique. Muita bola, sim, mas muita pólvora seca também. Morata foi quem mais tentou, mas encontrou no guarda-redes Gonda um opositor à altura.
O Japão, com o sportinguista Morita a titular (bom jogo e com muito trabalho no miolo) voltou muito mais agressivo após o intervalo. Entraram Mitoma e Doan e foram eles que mexeram com a partida: Doan aproveitou um erro de Baldé para disparar de fora da área e viu Unai Simón facilitar; depois Mitona construiu o segundo, junto à linha de fundo, cruzou para o coração da área onde Tanaka operou a reviravolta dos samurais azuis.
A Espanha enervou-se, mudou as pedras, mas não voltou a encontrar-se, surpreendida com a agressividade e velocidade que o Japão colocou em campo. Só em cima dos 90’ Dani Olmo e Asensio voltaram a incomodar as redes nipónicas, mas Gonda voltou a ser mais forte.
O Japão segue para os oitavos onde vai disputar a Croácia, enquanto a Espanha irá defrontar Marrocos.
Grupo E - Alemanha vence Costa Rica (4-2) mas está fora do Mundial
Pela segunda vez consecutiva, a Alemanha não passa da fase de grupos de um Campeonato do Mundo. Apesar da vitória por 4-2 frente à Costa Rica e de ter terminado com os mesmos pontos que a Espanha, a diferença de golos para ‘La Roja’ (fundamental a goleada por 7-0 diante dos costa-riquenhos) foi o fator que desequilibrou.
O jogo valeu muito pela segunda parte. Pelas alterações no marcador e pelos golos que no outro jogo do grupo moldavam as ações do Costa Rica-Alemanha. Porque no primeiro tempo foi um jogo de sentido único, embora sem que os germânicos materializassem o domínio avassalador. O 1-0, da autoria de Gnabry (10’), era muito lisonjeiro para os ‘ticos’, que ainda assim beneficiaram de uma oportunidade flagrante aos 43’, que Neuer evitou.
Este lance, protagonizado por Fuller, parece ter descontrolado emocionalmente os alemães para o início do segundo tempo, que não lidaram bem com a perda do controlo da partida. Sem precisar de terceiros, a Costa Rica sabia que tinha de vencer para passar, foi subindo linhas e ganhando atrevimento. Até chegar o golo do empate, por Tejeda (59’), concluindo jogada de contra-ataque.
Percebendo que a Espanha não ‘ajudava’, o nervosismo foi tomando conta da equipa de Hansi Flick e a Costa Rica, com muita sorte, conseguiu a reviravolta, na sequência de um lance de bola parada (71’): o central Vargas disputou a bola com Neuer e o guarda-redes alemão, na tentativa de afastar o esférico, atirou contra as pernas do adversário, vendo a bola a entrar. Naquele momento os costa-riquenhos eliminavam a Alemanha e a Espanha, que perdia com o Japão.
Foi um sonho que durou dois minutos. Já com o ataque reforçado, a Alemanha carregou e chegou ao empate, por Havertz (73’). O golo desmotivou o adversário e aumentou a esperança dos germânicos, que se vencessem por dois de diferença garantiriam os oitavos de final desde que a Espanha empatasse com o Japão. Assim o fizeram, marcando o 3-2 e o 4-2. Olhos na baliza de Navas e ouvidos no outro jogo. Mas o Japão foi duplamente o verdugo dos alemães, ao vencê-los na primeira jornada e ganhando aos espanhóis.
Os campeões do Mundo em 2014 vão mais cedo para casa.
Grupo H -Portugal perde mas segue para os 'oitavos' em primeiro
Portugal terminou com uma derrota, por 1-2, com a Coreia do Sul, a fase de grupos do Mundial, que decorre no Catar, mas o desaire não impede a seleção nacional de terminar no primeiro lugar.
Um jogo que, diga-se, até começou bastante bem para os portugueses, que chegaram à vantagem logo ao minuto 5, por Ricardo Horta – Passe longo de Pepe para a direita, onde Diogo Dalot domina com grande qualidade e espera pelo melhor momento para assistir o jogador do SC Braga, que finaliza de pé direito.
E quando se pensava que Portugal iria chegar a mais uma vitória com facilidade… aconteceu precisamente o contrário, com os sul-coreanos a manterem sempre uma excelente organização e a olhar os portugueses de frente, pelo que foi sem surpresa que chegaram ao empate ao minuto 27, por Young-Gwon - Na sequência do canto da esquerda marcado por Son, o central sul-coreano empurra para a baliza. A bola ainda bate em Ronaldo antes de cair na zona onde estava Young-Gwon.
Portugal, que apresentou um onze completamente renovado (Dalot, António Silva, Matheus Nunes, Vitinha e Ricardo Horta foram titulares), nunca conseguiu impor o seu futebol e na segunda parte, enquanto trocava a bola de pé para pé, com segurança, os sul-coreanos espreitavam a melhor oportunidade para causar mossa. E foi precisamente isso que aconteceu ao minuto 90+1, quando Son correu metros atrás de metros com a bola e esperou pelo melhor momento para servir Hwang, que concluiu com sucesso.
O tempo era, pois, de festa para os sul-coreanos. Mas Portugal já tinha feito o trabalho de véspera, com duas vitórias nos dois primeiros jogos.
Grupo H - Show da 'celeste' acaba com lágrimas: Uruguai eliminado
O Uruguai foi eliminado do Mundial do Catar no Grupo H – o mesmo de Portugal e Coreia do Sul -, ao vencer, na tarde desta sexta-feira, as ‘Black Stars’ (‘Estrelas Negras’) do Gana por 2-0, em encontro da terceira e última jornada do agrupamento disputado no Estádio Al Janoub, em Al Wakrah no qual a vitória não chegou para evitar que o sonho ‘celeste’ acabasse já na fase de grupos.
Herói do jogo e autor do(s) primeiro(s) golo(s) da ‘celeste’ – bicampeã mundial, em 1930 e 1950, e que desde 2002 passou sempre a fase de grupos –, o avançado do Flamengo (Brasil) Giorgian Danie De Arrascaeta Benedetti, de 28 anos, que devolveu a confiança ao selecionador Diego Alonso em lhe confiar a titularidade com um ‘bis’, aos 26’ e 32’.
Um resultado que chegava para se qualificarem até aos 86’, quando, no outro jogo, a Coreia do Sul se adiantou ante Portugal (2-1) e carimbaram os asiáticos, por mais golos marcados (4-4, para 2-2 dos uruguaios) o ‘passaporte’ para os oitavos, com o segundo lugar, em igualdade pontual com os sul-americanos (quatro pontos).
Um ‘bis’ de De Arrascaeta que permitiu ao Uruguai deixar de ser a única das 32 seleções que não tinha marcado um único tento, como obter a primeira vitória… mas não, num duro e dramático golpe de teatro, chegar aos oitavos de final. Por culpa do que sucedeu no outro jogo.
Ao Uruguai – com Coates (Sporting) e Darwin Nuñez (ex-Benfica, agora no Liverpool) titulares e Ugarte (Sporting) no banco - só a vitória interessava, e esperar que a Coreia do Sul não vencesse Portugal no outro jogo desta ronda de decisões. Mas os asiáticos venceram mesmo, e o jogo da equipa das quinas acabou mesmo cinco minutos antes do duelo entre a ‘celeste’ e as ‘Estrelas Negras’, dando dramatismo inacreditável aos instantes finais.
Mas o Gana – com Fatawu (Sporting) no banco, acabou por entrar e jogar no Mundial... aos 90+8, o jogador do Sporting -, que na África do Sul-2010 caiu no desempate por penáltis ante esta mesma ‘charrua’ nos quartos de final – e após Asamoah Gyan atirar à trave no último lance do prolongamento (1-1 no final dos 90’ e 120’), 2-4 para os sul-americanos no ‘tira-teimas’ da marca dos 11 metros – confirmou que penáltis e uruguaios juntos não é coisa que conjugue e de boa memória.
Dispôs o Gana de soberana ocasião de se adiantar no marcador, após uma carga do guardião Rochet sobre Kudus originar, com o auxílio do VAR, penálti a favor dos africanos, com 0-0… mas o capitão, André Ayew, permitiu a defesa ao guardião uruguaio. E pouco depois, De Arrascaeta, na recarga a ‘tiro’ de Suárez que Ati-zigi deteve… mas não segurou, inaugurou o marcador: recarga fácil, para a rede deserta (0-1).
O grande momento do encontro, digno de ver e rever, é o ‘tiki-taka’ na jogada do segundo golo do Uruguai, que termina com assistência fabulosa (em ‘balão, sobre um defesa) de Suárez para o ‘bis’ do compatriota (0-2). Em seis minutos, os sul-americanos construíram confortável vantagem e o seu futebol perfumado e sedutor chegara ao Catar.
A partir daí, Otto Addo fez os possíveis: tirou os irmãos Ayew (André e Jordan) ao intervalo, refrescou a equipa, mas o mal estava feito, com o ónus suplementar de caber aos africanos a iniciativa do jogo: papéis invertidos em relação ao que se vira nos primeiros 25 minutos, em que era o Gana a jogar com o tempo e resultado(s) a seu favor.
Só que a gerir e controlar, os uruguaios estiveram confortáveis, e seguraram o ‘tesouro’ da preciosa vantagem num jogo cuja história se mudou com o 2-1 da Coreia do Sul ante Portugal, e o Uruguai a dar tudo pelo 3-0 que lhes daria o apuramento nos oito minutos de compensação. Não conseguiu. Depois da Alemanha, outro campeão do Mundo cai na fase de grupos. Já não acontecía ao Uruguai há 20 anos, desde o Coreia do Sul/Japão em 2002 que estavam sempre nas 16 melhores...
Grupo G - Camarões batem Brasil mas ficam pelo caminho (1-0)
Os Camarões somaram uma surpreendente vitória sobre o Brasil no fecho da fase de grupos do Mundial 2022, mas disseram adeus à prova. O Brasil, por seu lado, segurou 'in extremis' o primeiro lugar no Grupo H e vai medir forças com a Coreia do Sul de Paulo Bento nos oitavos-de-final, segunda-feira.
O Brasil entrou melhor no primeiro tempo, mas a seleção de Camarões, que com a conjugação certa de resultados ainda se podia apurar, também teve as suas oportunidades nos primeiros 45 minutos.
Martinelli cabeceou e quase abriu, aos 14 minutos, o marcador para o Brasil, mas Epassy, guarda-redes camaronês, respondeu com uma grande defesa. Sò que, apesar de dominar a posse de bola e passar mais tempo no meio-campo contrário, a 'canarinha' não voltou a criar real perigo na etapa inicial.
E até podia ter saído para o intervalo em desvantagem! Já no período de descontos, Mbeumo cabeceou como mandam as regras após cruzamento da esquerda e só uma excelente defesa de Ederson, desta feita titular na baliza do Brasil, segurou o nulo.
No segundo tempo, o Brasil dispôs de várias ocasiões de golo, mas foi Aboubakar a marcar de cabeça, à entrada do período de descontos. Um golo que não chegou à seleção africana, face ao triunfo da Suíça sobre a Sérvia no outro jogo da 3.ª jornada do grupo.
Grupo G - Suíça vence Sérvia e marca encontro com Portugal nos oitavos-de-final (3-2)
A Suíça venceu a Sérvia por 3-2 no fecho da fase de grupos do Mundial 2022 e será assim a adversária de Portugal nos oitavos-de-final, ao terminar no segundo posto do Grupo G, atrás do Brasil. O encontro entre suíços e portugueses será terça-feira, às 19h00 (hora de Lisboa).
Quanto à Sérvia, diz adeus à prova com apenas um ponto somado, derrotados num jogo em que chegaram a estar em vantagem (e em posição de apuramento), por alguns instantes, a meio do primeiro tempo. A Suíça foi a primeira a marcar, os sérvios viraram o marcador, mas ao intervalo o resultado era 2-2. O empate já chegava aos suíços, que contudo voltaram depois a marcar no arranque do segundo tempo, chegando assim ao triunfo e aos seis pontos no grupo.
A primeira parte foi alucinante. O empate chegava à Suíça, mas os helvéticos foram os primeiros a marcar: Ricardo Rodríguez fugiu pela esquerda, a bola sobrou para Sow e este, já dentro da grande área sérvia, temporizou e tocou o esfético para Shaqiri, que rematou forte e bateu Milinkovic-Savic pela primeira vez.
Só que a Sérvia, a precisar de ganhar, reagiu depressa e bem: com um cabeceamento fulgurante, Mitrovic restabeleceu a igualdade e, logo depois, oportuno, o outro avançado sérbio, Vlahovic, virou para 2-1.
Só que, em cima do intervalo, na sequência de um rápido contra-ataque, Embolo encostou para o fundo das redes e colocou o resultado em 2-2 ao intervalo.
O empate já apurava a Suíça, que contudo voltou a marcar, por Freuler, logo a abrir o segundo tempo, chegando ao triunfo. Até ao final houve registo para várias picardias de parte a parte, mas o resultado não mexeu.
Países Baixos batem Estados Unidos (3-1) e são a primeira equipa nos 'quartos'
Os Países Baixos são a primeira seleção a apurar-se para os quartos-de-final do Mundial do Catar após bater, de forma cínica e letal, a seleção dos Estados Unidos por 3-1. Denzel Dumfries foi o homem do jogo, com duas assistências e um golo.
Até foram os americanos a entrar melhor na partida… ou pelo menos foi essa a sensação que os neerlandeses permitiram, quando logo aos 3’ Pulisic obrigou o gigante guarda-redes Andries Noppert a grande intervenção para evitar o golo. Mas a partir daí, os homens de laranja acertaram marcações, defendendo homem a homem, e os EUA, embora tendo mais bola, não conseguiam romper.
Até que num esticão em velocidade, com a bola a passar por vários setores, Denzel Dumfries cruza atrasado e encontra Depay na área para marcar um penálti em movimento.
A laranja mecânica, com o golo, ficou ainda mais confortável na partida: os americanos tentavam várias soluções, mas não acertavam com a baliza. E a fechar a primeira parte, lance cópia do primeiro golo com Dumfries a cruzar novamente atrasado agora para Daley Blind concretizar.
Na segunda parte, os americanos tinham de arriscar. Mas os Países Baixos tiveram sempre a partida controlada. Nem mesmo quando Wright reduziu, num golo caricato - um balão sobre o guarda-redes que acabou no fundo das redes – os neerlandeses se desconcentraram. E bastou acelerar mais um pouco para o terceiro se concretizar, agora por Dumfries a corresponder a passe de Blind.
Três grandes golos da laranja mecânica, que continua muito sumarenta e a protagonizar um bom Mundial até agora.
Argentina bate Austrália (2-1) e marca encontro com os Países Baixos
No jogo mil na carreira de Lionel Messi, a Argentina não teve dificuldade em ultrapassar a Austrália, por 2-1, e seguir para os quartos de final do Campeonato do Mundo, cabendo-lhe agora defrontar os Países Baixos, na próxima sexta-feira.
O jogo ficou marcada pela superioridade inquestionável na Argentina, que se adiantou aos 35 minutos graças a um golo de Messi, mas também pela brava reação da Austrália nos minutos finais à procura de um golo que lhe desse oportunidade de levar o jogo para prolongamento.
Os australianos não conseguiram os seus objetivos mas acabaram por perder apenas pela margem mínima, beneficiando de um lance infeliz de Enzo Fernández na própria baliza para reduzir o marcador. Mas já nessa fase os argentinos venciam por 2-0 depois de Julián Álvarez ter feito o segundo golo na sequência de erro colossal do guarda-redes Mathew Ryan.
Para a história do jogo fica a prestação razoável da Austrália... e a cintilante prestação de Messi no jogo mil. O marco do astro argentino resulta das 778 partidas realizadas com a camisola do Barcelona, 53 com as cores do Paris Saint-Germain e por fim 169 pela seleção Argentina.
Messi atingiu também o golo 789 na carreira frente à Austrália. Tem 672 golos ao serviço do Barcelona, 94 na seleção argentina e 23 no PSG.
França volta a mostrar que é séria candidata a renovar o título de campeã do Mundo. Para chegar aos quartos de final venceu a Polónia por 3-1, com Girou marcou o primeiro, Mbappé bisou e no último instante Lewandowski marcou de penálti.
França entrou forte no jogo, desperdiçou algumas oportunidades e a Polónia até conseguia criar perigo em rápidos contrata-ataques. Até que aos 44 minutos Mbappé faz passe fantástico para Girou, que marcou o primeiro da França e o 52.ª na carreira em jogos da seleção, batendo o recorde que pertencia a Thierry Henry.
Na segunda parte inverteram-se os papéis: a França e dar a iniciativa à Polónia e a procurar ferir o adversário em vertiginosos contra-ataques. E foi assim, a jogar como peixe na água que Mbappé foi absolutamente magnífico, marcando dois belos golos e transformando-se no homem do jogo.
No último lance do jogo ainda houve oportunidade para Robert Lewandowski marcar, mas teve de ser à segunda. O árbitro assinalou penálti por mão de Upamecano, o avançado do Barcelona ainda permitiu a defesa a Lloris, mas na repetição marcou mesmo.
França está nos quartos de final com exibição de gala e vai demonstrando que está no bom caminho para revalidar o título de campeã do mundo.
A Inglaterra despachou o Senegal do Mundial do Catar com três golos sem resposta e marcou encontro com a França nos quartos de final, duelo marcado para o próximo sábado.
Phil Foden, autor de duas assistências, Bukayo Saka, que assinou o 3-0 já no decorrer da segunda parte, e ainda Jude Belllingham cotaram-se como as principais figuras dos ingleses.
Saka foi, precisamente, a única alteração do selecionador Gareth Southgate no onze após a vitória sobre Gales na terceira jornada da fase de grupos, surgindo no lugar de Marcus Rashford, isto num dia marcado pela notícia da ausência de Raheem Sterling, que ficou fora das opções da Inglaterra devido a «questões familiares», como avançou a federação inglesa antes do jogo.
A primeira parte não foi particularmente bem jogada e nos primeiros trinta minutos não houve oportunidades de golo para nenhuma das equipas, apesar da superioridade da Inglaterra no domínio da bola e no tempo passado no meio campo do Senegal. Mas a partir da meia-hora o Senegal começou a perder a timidez e aos 31’ construiu a primeira oportunidade flagrante no jogo, numa jogada de Sarr que culminou em passe para remate de Dia ao qual Pickford negou o golo, no que foi momento-chave da partida.
Estava feito o aviso que fez a Inglaterra encolher-se, mas por poucos minutos, porque Henderson conseguiu desbloquear o marcador aos 39’, num lance de Jude Bellingham, e deu novo golpe aos senegaleses já em cima do apito para o intervalo, com Harry Kane a concluir já em tempo de compensação contra-ataque fulminante conduzido por Bellingham, que redundou em passe para assistência de Foden.
O Senegal mexeu ao intervalo, fez três alterações, mas acabou por sofrer o 3-0 aos 57’, com Foden a cruzar da esquerda para Bukayo Saka desviar em cima de Mendy à entrada da pequena área.
Foi um golo por cada um dos Três Leões de Inglaterra, que rugiram muito mais alto que os Leões de Teranga, que procuravam chegar de novo aos quartos de final de um Mundial depois do da Coreia do Sul e Japão em 2002.
