Portal Chamar Táxi

O que é a religião?

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Akhenaton

Ascendeu ao trono por volta de 1364 a.C. No ano 5 do seu reinado, estabeleceu uma nova religião monoteísta. O deus Aton, simbolizado num disco solar, foi assumido como a única divindade, sendo as restantes banidas ou combatidas. O próprio faraó assumiu-se como o seu único representante na terra. Esta religião durou poucos anos.

As relações entre este culto monoteísta no Egipto, e os judeus que aí viviam desterrados, continua a ser objecto de grande polémica.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Judaísmo

Entre os seus criadores estão Abraão e Moisés (séc. XIII a.C.). Culto de um Deus único que elegeu um povo como o seu preferido. É uma religião virada para a acção, assente num conjunto de leis destinadas a disciplinar as relações entre os homens e a permitir, assim, a reconciliação com a divindade justiceira e omnipotente. Os livros sagrados são a Tora e o Talmude.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Deus, de acordo com os escritos sagrados dos judeus, por volta do ano 2.000 a. C., prometeu a Abraão, morador de Ur, na Caldeia (Mesopotâmia), uma terra em Canãa, na actual Palestina. Abraão partiu então em direcção à "terra prometida" por Deus, mas os seus descendentes foram parar ao Egipto, onde acabaram maltratados e escravizados (c.1580 a.C.).
O neto de Abraão, Jacob ou Israel, teve 12 filhos, e cada um veio a dar origem uma das 12 tribos que, durante certo tempo, constituíram o povo de Israel.
Do Egipto, Moisés, no séc. XIII a.C., aproveitando uma conjuntura política favorável, chefiou a saída das 12 tribos de israelitas para tentarem atingir a Terra Prometida. Ao passar junto ao Monte do Sinai, Deus voltou a falar-lhe, dando-lhe um conjunto de leis morais (Tábuas da Lei), que se tornaram na base do judaísmo.
Moisés nunca atingiu a Palestina, foi Josué que a conquistou. As 12 tribos de israelitas após um longo período de divisões internas, por volta do ano 1.000 a.C., reuniram-se e fundaram um reino independente. Saul (c.1025 a.C.) foi o primeiro rei. Seguiu-se David (c. 1012-972 a. C.), conquista Jerusalém e opera uma centralização política e religiosa. Salomão (c.971-931 a. C), construiu em Jerusalém o célebre Templo, onde ficou guardada a Arca da Aliança com as Tábuas da Lei, dadas por Deus a Moisés.
Por volta de 931 a.C. este reino dividiu-se, dando origem ao reino de Israel (10 tribos) e ao Reino da Judeia (2 tribos). O reino de Israel acabou por ser conquistado pelos assírios, em 722 a.C., desaparecendo da história as 10 tribos. O Reino da Judeia, no ano 586 a. C. foi conquistado por Nabucodonosor, sendo os seus habitantes desterrados para a Babilónia.
Os babilónios acabaram por ser conquistados, em 538 a.C, pelos Persas. Foram estes que deixaram os antigos habitantes do Reino da Judeia voltaram à Palestina (c.538 a.C.). Fruto desta permanência na Babilónia e do contacto com o Zaratustrismo, incorporaram no judaísmo novos elementos religiosos. Formaram também a crença da vinda de um Messias (chefe militar), enviado por Deus, que os havia de libertar do julgo de outros povos e reconstituir o antigo reino.
Apesar de todas as revoltas nunca conseguiram recuperar a independência. Tito, imperador romano, no ano 70 d.C., após ter conquistado Jerusalém e arrasado o célebre tempo de Salomão, dispersou os judeus por todo o império.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Monoteísmo

O judaísmo não foi a primeira religião monoteísta, mas é seguramente a mais longa da história da humanidade. Esteve na origem de duas outras religiões monoteístas: o cristianismo e o islamismo.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Deus Tribal

"Disse o Senhor a Abraão: "Deixa a tua terra, os teus parentes, a casa do teu pai e parte para a terra que te vou mostrar. E eu farei de ti uma grande nação, abençoar-te-ei e tornarei glorioso o teu nome. Vai com a minha benção". Gn, 12,1-2.
O Deus judaico, assumiu desde o início as características de um Deus tribal, que em troca de uma obediência total lhes promete um futuro glorioso, mas um presente incerto. Foi Deus que escolheu os judeus, e não o seu contrário. Estabeleceu com eles uma relação única, exclusiva da qual todos os outros povos estão afastados.
A Lei, a moral e os castigos são colectivos. Se um pecar, o castigo divino acabará por cair sobre todos.
No principio era apenas o mais importante dos deuses existentes, mas depois, ao longo de um processo histórico conturbado acabou por ser reconhecido como o único Deus existente.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Sacerdotes da Humanidade

"E vós sereis para mim um reino sacerdotal e um povo santo", Ex.,19-,6
Deus escolheu os judeus para sacerdotes da Humanidade, e como tal exige entrega total a esta missão divina. Sempre que os judeus se afastam do seu Deus, e do caminho de santidade que Ele lhes traçou, castiga-os de forma brutal.
A Abraão exige que se separe da sua terra e dos seus parentes, lançando-o no deserto. Os seus descendentes terminam escravizados no Egipto.
A Moisés dá-lhe um Lei moral exigente, e não lhe permite que chegue à terra prometida, condenando-o a morrer no deserto.
No século XX, submete-os os judeus a um prova extrema: abandona o seu povo eleito condenando-o ao extermínio em massa (Holocausto).
O presente para o crente no judaísmo não existe, apenas podem alimentar a esperança que num futuro longínquo, se Deus se lembrar deles.
Estamos perante uma religião centrada em torno da uma Lei divina, que disciplina a acção dos seus membros de modo a reconciliá-los com uma divindade justiceira e omnipotente.
Deus ao longo da História vai educando os judeus para serem os lideres espirituais do mundo, submetendo-os às mais cruéis provações para testar a sua Fé n`Ele. As matanças e perseguições que têm sido vítimas são encaradas como fazendo parte deste plano educativo divino.
Jerusalém será no fim dos tempos, a capital da Humanidade.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Raça Santificada

No século XIX criaram também o mito que os judeus constituíam uma etnia ou "raça" à parte, que ao longo dos séculos tinha conseguido manter a sua "pureza" inicial. Trata-se de um ideia tipicamente racista, comum a tantas outras que surgiram no século XX e princípios do XX. Esta é a razão porque, para a comunidade judia, um judeu é sempre considerado um judeu, mesmo que não acredite em Deus ou se tenha convertido a outra religião.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Anjos e Demónios

Embora acreditem num só Deus, os judeus criaram um verdadeiro exercito de Anjos (mensageiros). No topo estão os arcanjos - Miguel, Gabriel e Rafael -, seguindo-se os querubins e os serafins. O seu poder é enorme: Ás ordens de Deus, um só anjo aniquilou 70.000 homens com a peste (II Samuel 24,15). Numa só noite, um anjo matou 185.000 homens no campo dos Assírios (II Reis, 19,35).


Os anjos que se afastaram de Deus são os demónios, que possuem inúmeros poderes maléficos.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Teocracia

"Escuta, oh Israel: O Eterno é nosso Deus, o Eterno é único. Amarás O Eterno, teu Deus com o teu coração, com toda a tua alma e com todos o teus recursos". Devarim, Deuteronómio, 6,4.
A continuidade histórica do judaísmo assentou deste 586 a. C., numa poderosa organização religiosa controlada pelos rabis (chefes religiosos), que procuraram controlar todos os aspectos da vida das diferentes comunidades de crentes.
A Tora tornou-se a lei religiosa e civil do povo judeu.
A sinagoga era não apenas um local de culto, mas funcionava como escola, tribunal, casa de convívio e informação, estalagem de viajantes, etc.
Devido à dispersão das comunidades, esta organização cedo criou redes internacionais, nomeadamente para a cobrança de impostos.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Separação

Os judeus, devido à aliança especial que possuem com o seu Deus, foram por Ele obrigados a viverem à parte das comunidades de "impuros" ou "idolatras" em que estavam inseridos. Os rabis mostraram-se sempre muito zelosos nesta separação, de modo a evitarem a dispersão e o contágio de outras religiões.
As comunidades judaicas ainda durante o Império Romano começaram a isolar-se, no desejo de salvaguardarem a pureza das suas crenças e da sua raça, dando origem às primeiras judiarias (a)
Quando o cristianismo se tornou na religião oficial do Império Romano, as judiarias passaram a ser os bairros onde os judeus eram obrigados a viverem.
Em Portugal até 1497 as judiarias eram dirigidas por um arrabil-mor, que superintendia no culto, justiça, finanças, administração. Cada Judiaria dispunha do seu cemitério privativo, sinagoga, açougue, etc.
Esta separação se manteve a unidade da comunidade judaica, e permitiu a longa persistência da religião, acabou por gerar enormes conflitos racistas. Os judeus eram frequentemente encarados como "corpos estranhos" na sociedade.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Da Terra Prometida ao Sionismo

Durante cativeiro do judeus na Babilónia ( 586 -515 a.C) gerou-se a ideia que um dia viria um Messias (chefe político e religioso), que não só os faria regressar à terra prometida por Deus a Abraão e Moisés, mas reconstituiria o antigo reino do rei David. Depois do regresso dos judeus à Palestina, a ideia persistiu, alimentando inúmeras revoltas contra os invasores. Os judeus continuaram a ser subjugados agora na sua aterra. O Messias nunca chegou, apesar dos muitos candidatos.
Depois da expulsão do judeus da Palestina, por Tito, no ano, 70, a ideia de um futuro regresso à Palestina, a terra prometida, tornou-se numa mais fortes crenças judaicas.
No século XVI emerge um movimento de retorno, conduzido por uma portuguesa. O movimento ressurge no século XIX. Em 1897 realiza-se o primeiro congresso sionista em Basileia. Em 1917 a Declaração de Balfour, reconhece aos judeus o direito a um Estado e uma pátria na Palestina, o que virá a ser conseguido, em 1948, na sequência da 2ª. Guerra Mundial.
Muitos judeus ortodoxos não concordam com o Estado Israelita, não apenas porque o mesmo não é teocrático, mas sobretudo porque ainda não chegou o Messias que o criará.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Livros

Os livros sagrados são essencialmente dois - Tora e o Talmude.
A Tora é constituída por cinco livros - Génese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio.
O Talmude, reúne a tradição oral. É composto pelo Mishina e Gemara, reunindo estudos sobre a Tora, leis, regras de aplicação dos seus princípios bíblicos, parábolas e narrações rabínicas e outros muitos ensinamentos. O Talmude Babilónico foi concluído em 500 a.C e o Talmude de Jerusalém em 500 d.C.
A Cabala judaica forma-se a partir do século XII, com base em dois livros: Sefer ha-bahir (Livro da Luz Resplandecente (c. 1170) e Sefer ha-Zohar (Livro do Esplendor) (c. 1270).
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Judaísmo Portugal

Durante a Idade Média o judaísmo estava amplamente difundido em Portugal. No final do século XV, entre 15 a 20% da população portuguesa professava esta religião.
Em 1497 a esmagadora maioria dos judeus foi forçada a converter-se ao cristianismo, tendo um minoria fugido do país. Esta conversão foi todavia aparente, pois a maioria continuou em segredo a seguir as suas crenças religiosas (cripto-judaísmo). A Inquisição em Portugal, entre 1536 e 1821, perseguiu e lançou na miséria milhares de famílias acusadas de judaísmo. Calcula-se que neste período tenham sido queimados vivos cerca de mil judeus, a maioria dos quais durante o domínio de Portugal pela Espanha (1580-1640)
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Portugueses Vítimas da Inquisição em Espanha

Quando se fala da Inquisição espanhola na América, raramente se refere que a maioria das suas vítimas eram portugueses. A maioria era acusada de judaísmo, mas muitos outros de heresia, blasfémia, sodomia, bruxaria, etc.O objectivo dos inquisidores era sempre o mesmo: combater a presença portuguesa na Espanha e seus domínios, apoderando-se dos seus bens. Milhares de famílias foram destroçadas e espoliadas.A inquisição Castelhana foi criada em 1478, sendo logo seguida da inquisição aragonesa. Não tardou a surgir em toda a Espanha uma vasta rede de tribunais da inquisição, que se estendeu no século XVI às suas colónias.
Depois da Espanha ocupar Portugal, em 1580, largos milhares de portugueses vislumbraram neste país grandes oportunidades de negócio. A troco de uma enormes somas de dinheiro, obtiveram autorização para se estabelecerem em Espanha. Ao mesmo tempo continuaram a infiltrarem-se aos milhares nas suas colónias, onde possuíam enormes comunidades, apesar de estarem proibidos de aí se fixarem.
Um destes acordos foi realizado, em 1628, pelo Conde-Duque de Olivares que desta forma procurou atrair para Espanha os principais banqueiros e mercadores portugueses ( 27), para se livrar dos banqueiros genoveses.
Uma decisão que se lhes revelou fatal, pois o seu êxito suscitou de imediato o saque dos seus bens através da Inquisição. A seguir à restauração da Independência de Portugal, em 1640, os banqueiros portugueses estabelecidos em Espanha foram sendo sucessivamente presos e pilhados (36): Juan Nunez de Saraiva (1640), Diego Saraiva (1641), Manuel Enriques (1646), Gaspar e Alfonso Rodrigues Pasarino (1646), Estaban Luis Diamante (1646), outro não identificado (1647) (21), Francisco Coelho (1654), Francisco Baéz Eminente (1691), etc.
Depois de 1640, muitos dos portugueses que se mostraram leais a Espanha acabaram também por serem acusados de judaísmo, como foi o caso de Rodrigo Mendes da Silva. Nascido em Celorico da Beira (1606), mudou-se para Madrid (1635) onde escreveu importantes obras como "Población General de España" e "Vida e Feitos Heroicos do Grande Condestavel e sua Descendencia (Nuno Alvares Pereira)". Em 1640 foi nomeado "cronista general de España". Em 1659 foi acusado de judaísmo, espoliado do seus bens, conseguiu fugir para Itália onde faleceu em Veneza (1670). (58)
A "União Ibérica" representou a ruína do Império português, o fim das suas rotas comerciais a nível global, mas também uma enorme matança de portugueses pela Inquisição espanhola, em grandiosas manifestações públicas. Estamos perante um verdadeiro genocídio, que visava destruir a sua capacidade de resistência e sobrevivência do povo português.
O seu saque constituiu uma importantíssima fonte de rendimentos que o tesouro real espanhol carecia, para fazer face aos graves problemas financeiros com que se debatia. Em 1676, os inquisidores calculavam que o resultado da última campanha de expropriação dos portugueses tivesse rendido a fabulosa soma de 772.748 ducados e 884.979 pesos (23).
Em 1683 foi publicada a célebre "Ley de Extermínio" dos portugueses. Os que não fossem apanhados e mortos, eram depois de roubados obrigados a fugir sob a ameaça de morte.
No século XVIII continuavam a existir muitos redutos de portugueses em Espanha. Na maior parte dos casos eram seus descendentes, mas que continuavam a manter muito viva a memória das suas origens (40). A forte endogamia destas comunidades justifica em parte esta profunda ligação a Portugal.
As colónias espanholas na América, embora se observe o mesmo fenómeno, a verdade é que as mesmas continuaram a receber constantes fluxos de emigrantes portugueses.
A enorme capacidade que revelaram em se esconderam sob falsas identidades, mas também em se movimentarem, não foi suficiente para resistirem às perseguições que foram vítimas em Espanha, sobretudo entre 1580 e 1745.
Estudos recentes apontam claramente para uma conclusão inesperada: morreram mais portugueses vítimas da Inquisição em Espanha e nas suas colónias, do que aqueles que entre 1536 e 1820 foram mortos pela Inquisição em Portugal. .
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Patriotismo dos portugueses judeus

Está profundamente interiorizado na mente dos historiadores portugueses, na sua grande maioria de formação católica, a ideia que só os católicos são verdadeiramente portugueses. Os que professam outras religiões são simplesmente tratados como judeus ou protestantes. O objectivo não confessado é exclui-los do grupo dos portugueses. A verdade é que história destes excluídos está repleta impressionantes exemplos de amor à pátria, mesmo depois de terem dela sido obrigados a fugir.
A expansão portuguesa desde o inicio (1415), contou com inúmeros judeos que deram a sua vida ao serviço deta causa nacional. Mestre Abraão Negro, rabi-mor de D. Afonso V, por exemplo, morreu na conquista de Arzila (1471), onde compareceu com os seus servidores, a cavalo (2 ).
No período de ocupação de Portugal pela Espanha, entre 1580 e 1640, os exemplos foram multiplos. No país aparecem à frente de muitas revoltas contra os espanhóis. Em Espanha anunciam castigos divinos pela ocupação, profetizando uma breve libertação. Nos mares, como corsários ou piratas não dão tréguas ao Império Espanhol, aliando-se a ingleses, franceses e holandeses. Ao saberem da restauração da independência em 1640, promovem movimentos de apoio contra os espanhóis no México, Perú, Colombia e na Argentina.
A maioria dos que fugiram nos séculos XVI e XVII nunca esqueceu as suas origens, manteve, por exemplo, a língua e costumes, praticando um forte endogamia.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Judeus Vítimas da Inquisição em Portugal

Entre 1540 e 1821 a Inquisição portuguesa, em todos os seus tribunais, instaurou 44.817 processos, executou 2.064 pessoas, das quais 600 foram em esfinge (estátua). Cerca de mil dos mortos foram acusados de judaísmo.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
O Mito da Raça Hebreia

As ideias racistas e sionistas no século XIX criaram a ideia que os judeus eram uma raça à parte, que graças a um forte processo endogamico se manteve sem alterações genéticas desde o século I quando foram expulsos da Palestina. Trata-se de uma teoria racista sem qualquer fundamento. As teorias racistas não são novas. No século XV os castelhanos e aragoneses conceberam a ideia da "pureza de sangue": um católico se tivesse um antepassado de religião judaica era impuro, como impuros eram os judeus. Portugal foi até final do século XVIII, conhecido como uma nação de judeus, tal era o grau de "impureza" do sangue dos seus habitantes, ainda que fossem maioritariamente católicos... Na Idade Média, em Portugal, a conversão era suficiente para passar do judaísmo para o cristianismo. A miscigenação era intensa. Duas leis portuguesas datadas de 1211 referem o assunto: Uma proíbe ao pai judeu que deserde o filho que se fez cristão. A outra proibe a conversão temporária, para evitar conversões oportunistas. No final do século XV e principios do XVI são frequentes os casamentos de fidalgos com ricas herdeiras judias. O regimento dos Ofícios Mecânicos de Lisboa, datado de 1572, estabelecia que a metade dos eleitores deveriam ser descendentes de judeus. Em 1647, quase todas as dignidades da Sé de Lisboa eram descendentes de judeus. No estrangeiro, muitos portugueses católicos, para não serem identificados como judeus escondiam a sua nacionalidade. Ao longo de séculos, podemos observar a um constante cruzamento entre judeus e católicos, o que levou que ambos comunguem do mesmo património genético em Portugal. Inúmeros judeus converteram-se ao cristianismo, mas o contrário também aconteceu com bastante frequência, cristãos que se convertiam ao judaísmo. Um exemplo: Um frade pregador, irmão do célebre Simão Dias Solis, impressionado pela forma como o mesmo fora julgado e morto, renunciou ao catolicismo, refugiou-se na Holanda, tendo-se convertido ao judaísmo, adoptando o nome de Eleazar de Solis. Um estudo internacional sobre o património genético da população portuguesa, corroborou aquilo que os historiadores à muito sabiam: Ainda hoje 37% tem material genético de antigos judeus da Palestina. A acreditar nos resultados deste estudo, temos que concluir que existem mais "judeus" (biológicos) em Portugal do que em Israel !, muitos dos quais aliás são de origem lusa...
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
As razões do Ódio aos Judeus

Muitas têm sido as explicações para o ódio que ao longo dos séculos os judeus foram vítimas na Europa.
A intolerância dos católicos tem sido uma das causas mais apontadas, mas no caso português provavelmente não foi a mais importante.
O ódio que a população portuguesa, maioritariamente católica, manifestava contra os judeus estava ligado a uma actividade exercida pelos mesmos: a cobrança de rendas e empréstimo de dinheiro.
Embora fosse uma minoria os que exerciam esta actividade, mas a tendência foi para associar esta actividade a todos os outros.
D. Afonso Henriques (1109-1185), entre os vários judeus de que se rodeou, destaca-se Yahia Ben Rabb, o primeiro tesoureiro das finanças do reino, abrindo uma tradição que se prolongou durante vários séculos.
A Igreja Católica encarava estas actividades como desprezíveis, associando-as aos valores materiais e à usura.
A verdade é que o Estado, a Nobreza e a própria Igreja viviam de rendas e do aluguer das rendas, para as quais necessitavam de cobradores.
Em épocas de crise económica, o ódio contra os poderosos é descarregado nos seus cobradores fossem eles de religião judaica ou cristã.
Em 1497, a "conversão" à força ao catolicismo, da esmagadora maioria dos portugueses judeus, acabou por manter nas mesmas mãos a cobrança de rendas e impostos. O ódio da população, sobrecarregada de rendas e impostos, virou-se a partir de então contra os denominados "cristãos novos", antigos judeus.
A crise económica do inicio do século XVI, por exemplo, começa com o assassinato, em 1503, do cristão-novo João Rodrigues de Mascarenhas, cobrador de impostos, e termina, em 1506, com a matança de muitos cristãos-novos no Rossio (Lisboa).
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
A Casa de Bragança e os judeus

Os Duques de Bragança viviam rodeados de judeus (mercadores, serviçais, etc). Uma das suas principais fontes de rendimento eram as rendas da judearia de Lisboa. O facto menos conhecido é que a própria Casa de Bragança, a casa Real de Portugal, tem na sua origem um portuguesa judia.
O mestre de Avis, futuro rei D. João I, teve um filho bastardo de uma judia - Dona Inês Pires Esteves, filha única de Mendo da Guarda ou Pêro Esteves, o "Barbadão".
A alcunha de "Barbadão" terá derivado do desgosto que Pêro Esteves sentiu por assistir na cidade da Guarda a este romance impossível da sua filha judia com um cristão (Mestre de Avis). Terá então jurado não cortar as suas barbas. Como muitos outros judeus, "converteu-se" ao cristianismo, mantendo-se todavia fiel às suas crenças.
Inês Esteves entrou para o Convento de Santos, cujo governo lhe será confiado. Foi neste convento em Lisboa, que Colombo conheceu e se casou com Filipa Moniz Perestrelo.
Pêro Esteves está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros (Avis, Alentejo), povoação onde nasceram duas crianças deste amor impossível:
- Dona Brites, que se casou com um nobre inglês, conde de Arundel.
- D. Afonso (1377 ou 1380) que foi o 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança. O iniciador da poderosa Casa de Bragança, após se casar com Dona Beatriz Pereira, filha de D. Nuno Alvares Pereira.
Dadas estas ligações aos judeus, não admira que D. João I tenha sido um dos seus protectores, impedindo inclusive que fossem convertidos à força.
A Casa de Bragança mostrou-se ao longo do século XV, sempre muito próxima dos judeus, mas uma inábil política de casamentos com castelhanas acabou por incutir no país o virus da intolerância religiosa.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Nobreza Judaica

Os judeus em Portugal não apenas tinham acesso à corte, a altos cargos na mesma, mas também podiam ter direito ao tratamento de "dom", usarem brasões, fazerem doação de bens, constituir morgadios e terem outros privilégios próprios da nobreza. D. Fernando, por exemplo, concedeu dois dos mais importantes morgadios do reino ao judeu Moisés Navarro.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Geografia do Judaísmo em Portugal

Em Portugal, no final do século XV, o judaísmo estava largamente difundido por mais de 160 localidades, em muitas das quais possuía grande número de praticantes.
Algumas das comunidades cuja implantação do judaísmo que iremos analisar: Alcácer do Sal, Aljezur, Alcoutim, Alvito, Alvor, Alenquer, Aveiro, Argozelo, Barcelos, Beja, Belmonte, Braga, Bragança, Borba, Buarcos, Cacilhas, Caminha, Chaves, Carção, Castelo Rodrigo, Coimbra, Covilhã, Celorico da Beira, Castro Marim, Crato, Elvas, Évora, Escarigo, Estremoz, Faro, Freixo de Espada à Cinta, Fundão, Funchal, Guarda, Guimarães, Gouveia, Garvão, Idanha, Lagos, Lamego, Leiria, Linhares da Beira, Lisboa, Pinhel, Porto, Castelo Branco, Castelo Vide, Covilhã, Condeixa, Lamego, Marvão, Meda, Medelim, Melo, Miranda do Douro, Monsanto, Mogadouro, Monsaraz, Mourão, Olivença, Oleiros, Ourique, Odemira, Óbidos, Porches, Portalegre, Pernes, Penamacor, Portimão, Ponta Delgada, Salzedas, Santarém, São João da Pesqueira, São Vicente da Beira, Serpa, Setúbal, Tavira, Tomar, Torre de Moncorvo, Torres Vedras, Torres Novas, Trancoso, Viana do Castelo, Vila Flor, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Foz Côa, Vila Real, Vilar Formoso, Vilarinho dos Galegos, Viseu.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
O Grande Saque

A Inquisição em Portugal esteve sempre envolvida em constantes conflitos entre os clérigos portugueses e o papa, os quais só muito raramente diziam respeito a questões doutrinais. O problema recorrente era a possibilidade do confisco (roubo) dos bens dos condenados, uma das principais razões da existência e perpetuação da própria Inquisição.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Influência do Judaísmo na Cultura Portuguesa

A língua portuguesa regista uma enorme quantidade de palavras de origem árabe, e comparativamente muito poucas de origem hebraica. No entanto, a influência do judaísmo é enorme na cultura portuguesa, porque mais disseminado e integrado.
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Intolerância Religiosa: Ninguém tem as mãos limpas


Alguns dos mais ferozes perseguidores dos judeus eram descendentes de judeus. A história do judaísmo em Portugal está repleta destes exemplos. No reinado de D. Afonso V, por exemplo, um dos que mais se evidenciou no anti-judaísmo foi o mestre Paulo, antigo judeu. No reinado seguinte, destacou-se nesta propaganda outro antigo judeu, mestre António, de Tavira, físico e afilhado de D. João II
 

Antonio A Alves

GF Ouro
Entrou
Mai 14, 2016
Mensagens
999
Gostos Recebidos
0
Diáspora dos Portugueses Judeus

Desde 1497 milhares de portugueses cristãos novos, muitos dos quais eram judeus, saíram do país indo povoar e desenvolver muitos reinos. Depois do estabelecimento da Inquisição, em 1536, o seu número não parou de aumentar.
A maioria dos que saíam pretendiam apenas começar uma vida nova, longe dos olhares da Igreja Católica, que via em todos eles um judeu.
Muitas testemunhas da época, afirmam que só na primeira metade do século XVII, cerca de 25% dos portugueses saíram do país.
Espalharam-se pelas regiões muçulmanas do Mediterrâneo, como Marrocos (Fez, Tetuão), Tripoli, Tunes, Argel, Egipto, Teberiades (Palestina), Chipre, Salónica, Damasco e Turquia (Constantinopla...).
Nas praças portuguesas de Ceuta, Arzila, Safim, Tanger, Azamor e Mazagão fixaram-se também em grande número.
Em Itália formaram grandes comunidades sobretudo em Ferrara, Ancona e Nápoles, e em menor dimensão em Veneza, Ragusa, Ancona, Florença, Roma, Bolonha ou Pisa.
Em França as comunidades portuguesas no século XVI eram significativas em Baiona, Bordéus, S. João da Luz, La Rochelle, Toulouse, Nantes, Montauban, Lião, Ruão e Paris.
Na Flandres (Bélgica) a comunidade era enorme em Antuérpia. A partir daqui expandiram-se Amesterdão, Roterdão e Haia e outras cidades dos Países Baixos. O seu poder e influência foi enorme.
Na Alemanha constituíram uma importante comunidade em Colónia, Lubeque e Hamburgo. Mais a norte fixaram-se também em Gdanks (Polónia). Na Inglaterra fizeram de Londres o seu centro.
Nos principais centros urbanos de Espanha, mas também nos seus domínios na América, proliferavam as comunidades de católicos e de judeus.
 
Topo