Diáspora dos Portugueses Judeus
Desde 1497 milhares de portugueses cristãos novos, muitos dos quais eram judeus, saíram do país indo povoar e desenvolver muitos reinos. Depois do estabelecimento da Inquisição, em 1536, o seu número não parou de aumentar.
A maioria dos que saíam pretendiam apenas começar uma vida nova, longe dos olhares da Igreja Católica, que via em todos eles um judeu.
Muitas testemunhas da época, afirmam que só na primeira metade do século XVII, cerca de 25% dos portugueses saíram do país.
Espalharam-se pelas regiões muçulmanas do Mediterrâneo, como Marrocos (Fez, Tetuão), Tripoli, Tunes, Argel, Egipto, Teberiades (Palestina), Chipre, Salónica, Damasco e Turquia (Constantinopla...).
Nas praças portuguesas de Ceuta, Arzila, Safim, Tanger, Azamor e Mazagão fixaram-se também em grande número.
Em Itália formaram grandes comunidades sobretudo em Ferrara, Ancona e Nápoles, e em menor dimensão em Veneza, Ragusa, Ancona, Florença, Roma, Bolonha ou Pisa.
Em França as comunidades portuguesas no século XVI eram significativas em Baiona, Bordéus, S. João da Luz, La Rochelle, Toulouse, Nantes, Montauban, Lião, Ruão e Paris.
Na Flandres (Bélgica) a comunidade era enorme em Antuérpia. A partir daqui expandiram-se Amesterdão, Roterdão e Haia e outras cidades dos Países Baixos. O seu poder e influência foi enorme.
Na Alemanha constituíram uma importante comunidade em Colónia, Lubeque e Hamburgo. Mais a norte fixaram-se também em Gdanks (Polónia). Na Inglaterra fizeram de Londres o seu centro.
Nos principais centros urbanos de Espanha, mas também nos seus domínios na América, proliferavam as comunidades de católicos e de judeus.