Hospital diz que doente não morreu de Gripe A
Hospital diz que doente não morreu de Gripe A
10h31m
JN
O imigrante José Maria de Sousa que faleceu, ontem, no Hospitald e Santo António “não morreu de Gripe A”, mas na sequência de um “quadro de falência multiorgânica”, anunciou a administração hospitalar, em conferência de Imprensa.
De acordo com paulo Barbosa, director Clínico do Hospital de Santo António, (HSA), no Porto, o doente, “transplantado renal de longa data” estava “em processo de rejeição crónica do enxerto, sujeito, por esse motivo, a imunosupressão artificial”, adiantou.
Foi internado no HSA “com um quadro de sepsis, com foco infeccioso de origem abdominal e posteriormente complicado por pneumonia bacteriana, com identificação laboratorial”, disse Paulo Barbosa. “O doente veio a falecer em consequência de falência multiorgânica”, acrescentou o Ddirector Clínico do HSA.
“A evolução do quadro clínico do doente foi inequivocamente associada a sepsis, pelo referido agente bacteriano, com comprovação laboratorial de tal facto”, disse Paulo Barbosa. De acordo com o director clínico do HSA, José Maria de Sousa faleceu no âmbito de “um quadro de imundepressão grave, nos quais, infelizmente, os quadros de sepsis têm evolução desfavorável”, explicou.
“Acresce que esteve internado num serviço em que foi diagnosticada Gripe A num doente e num profissional de saúde”, aduziu Paulo Barbnosa. Razão “pela qual foi iniciado acompanhamento específico a todos os doentes e profissionais de saúde desse serviço, bem como aos potenciais contactos identificados”, acrescentou. Num quadro de Gripe A, foi “realizada a despistagem em alguns doentes e no doente causa foi detectado o referido vírus, sem evidência clínica de sintomatologia vírica”.
Paulo Barbosa garantiu que "não houve contacto" entre José Maria de Sousa e os caso de Gripe A detectados no hospital. "É muito difícil perceber de onde veio o contágio, porque a profissional que esteve infectada nem chegou a contactar com este doente", garantiu a médica Irene Aragão.
Doente não entrou no hospital com sintomas de Gripe
Grantindo que o José Maria de Sousa "mereceu todos os cuidados, quer de isolamento, quer de protecção de profissionais", Irene Aragão recordou que os testes mostraram "serologia positiva para o H1N1 e infeccção bacteriológica para agentes que normalmente matam doentes imunodeprimidos".
José Maria de Sousa "não veio aos serviços de saúde com sintomas de gripe", disse Irene Aragão, que recordou o quadro clínico do doente.
“Já tinha feito um transplante renal que precisa de medicamentos que suprimem a resposta imunológica”, por isso “tinha um risco acrescido para todo o tipo de infecção”, explicou Irene Aragão. José Maria de Sousa deu entrada no HSA, em Agosto, dois dias após chegar a Portugal, de férias, ainda no quadro de recuperação de uma cirurgia a que havia sido submetido, em finais de Julho, em França, local de trabalho e residência há 25 anos.
“Já tinha sido operado a uma peritonite – infecção abdominal – e deu entrada no Hospital de Santo António com um quadro de infecção abdominal”, especificou Irene Aragão. José Maria de Sousa chegou a melhorar, tendo deixado a Unidade de Cuidados Intensivos, passando para a enfermaria geral. “O regresso à UCI e o óbito não tiveram nada a ver com Gripe A” , garantiu.
Há mais oito casos com prognóstico reservado
“Porventura, a classificação deste caso como um caso associado à Gripe A, por ser considerada por excesso”, admitiu o secretário de Estado para a Saúde, Manuel Pizarro. “A postura que temos tido e que temos pedido aos serviços de saúde para terem é de precaução e de prudência, de acordo com o princípio de que o excesso será sempre em favor dos portugueses e se justificará certamente”, acrescentou.
“Os doentes internados com Gripe A, dos quais oito com prognóstico reservado, mas não há neste momento informações de algum que mereça preocupação”, revelou Manuel Pizarro.