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União Europeia

Antonio A Alves

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O Grande Negócio

A Alemanha ao exigir sempre novas "medidas de austeridade" aos países em dificuldade, agravou a dificuldade destes países pagarem as suas "dívidas soberanas". A classificação das suas "dividas soberanas" foi colocada ao nível do "lixo", a única forma se e financiarem foi junto de especuladores internacionais.


Quanto pior era a situação dos países em dificuldade, mais a Alemanha lucrava, dado que era o único mercado seguro na zona Euro. Os juros que pagou pelos empréstimos foram historicamente os mais baixos de sempre, chegaram ser mesmo negativos.


Entre 2010 e 2014, segundo a revista Der Spiegel, a Alemanha havia lucrado com a crise da zona euro 41 mil milhões de euros, registando apenas 600 milhões de prejuízo (Publico, 20/8/2013).


A apregoada "solidariedade alemã" (concessão de empréstimos) tratou-se afinal de um chorudo negócio, feito à custa do chamados "países periféricos".



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Antonio A Alves

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BCE, um banco alemão?


Foi sem qualquer surpresa que se ficou a saber, em Agosto de 2013, que a Alemanha, assumindo-se como umapotência hegemónica no seio da UE, havia lucrado 41 mil milhões de euros com a crise da divida soberana dos chamados países periféricos.


Este lucro obtido pelo estado alemão só foi possível graças a uma ação concertada com Banco Central Europeu (BCE), responsável pala gestão do euro, e que se encontra sediado em Frankfurt (Alemanha). As orientações vieram do Deutsche Bank, sediado igualmente em Frankfurt.


Os primeiros movimentos especulativos foram desencadeados pelos especuladores alemães ao lançarem o pânico em relação às dividas soberanas de todos os países do sul da Europa. Entre 2010 e 2011, José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, denunciou o facto do ministro das finanças da Alemanha (Wolfgang Schuble) ter colocado nos jornais internacionais, de forma sistemática, notícias alarmistas sobre a situação portuguesa, o que provocou uma escalada nos juros da dívida. Apesar dos seus protestos junto da chanceler Angela Markel, a campanha prosseguiu (entrevista ao jornal Expresso, 19/10/2013).


A Alemanha através da Troika (BCE, UE, FMI) acabou por impor a Portugal, por exemplo, um vasto programa de privatizações das empresas publicas mais rentáveis.. Simultaneamente foi asfixiado o crédito disponível, colocando numa situação insustentável as empresas públicas e privadas. Condições excelentes para a sua aquisição pelos grupos económicos alemães. Como se tudo isto não bastasse, os alemães exigiram a desregulamentação do mercado de trabalhos e diminuição dos salários.


Face a situação de enorme incerteza que foi criada, assistiu-se à fuga de capitais dos países em dificuldade para a Alemanha, Luxemburgo, Suiça, que acabaram por ser os grandes beneficiários da crise.


Para garantir o êxito dos especuladores alemães, o BCE, recusou-se a financiar os estados-membros em dificuldade. Limitou-se a emprestar, dinheiro aos bancos privados a taxas muito baixas, que por sua vez emprestaram aos estados em dificuldade a juros elevados. Opôs-se igualmente à mutualização de parte das dividas, de modo a manter o sistema especulativo em funcionamento.
 

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Alemanha contra o EURO

Para o comum dos cidadãos europeus é difícil perceber porque a Alemanha constitui um perigo para os países que adoptaram o Euro. As acusações que lhe são feitas, numa perspectiva alemã são interpretadas como elogios...
1. Economia baseada nas exportações

A economia alemã assenta nas exportações, procurando por todos os meios conter o aumento das importações, através de uma gestão restritiva das finanças públicas, adoptação de medidas de contenção salarial e da procura interna. A UE permitiu-lhe o acesso a um enorme mercado de consumidores, sem que a Alemanha tenha alterado esta política económica. Passou a exportar mais, mas não beneficiou a economia dos países para os quais exporta.

Desde 2006 tem um excedente da balança de transações correntes superiores a 6% do PIB. Em 2013, o excedente deve atingir os 7% do PIB.
2. Vantagens do Euro

Se a Alemanha tivesse uma moeda própria, a mesma teria valor superior ao euro, e as suas exportações seriam bem menores. Por outro lado, as suas exportações no interior da UE estão naturalmente beneficiadas também por dispor de uma moeda comum a 19 outros estados (2013).
3. Arquitectura do Euro

A Alemanha, através de hábil estratégia conseguiu que fosse adoptada uma arquitetura de suporte do euro, que retirou aos estados qualquer poder sobre a moeda e a concessão do crédito, fazendo disparar as importações. Opôs-se, por sua vez, à adopção de medidas básicas sobre uma efectiva união monetária, que permitissem responder a previsíveis crises da zona euro.
4. Gestão da Crise das Dívidas Soberanas

Durante a crise das dívidas soberanas que afectaram países como a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Chipre ou a Hungria, o seu principal objectivo foi sempre o de exigir a liberalização das relações laborais, corte nos salários, privatização das empresas públicas, asfixia do crédito às empresas de modo a facilitar a sua aquisição e a entrada dos produtos alemães.

O que Alemanha se recusa a fazer?

Os que a criticam apontam o facto de mesma só pensar nos seus interesses, isto, é aumentar as exportações, recusando-se a ajudar os países em dificuldade. Como ? Estimulando a procura interna e aceitando reformular em profundidade a arquitectura do euro.


É preciso todavia não alimentar grandes ilusões sobre o poder da economia alemã, representa apenas um quinto do PIB de toda a UE, e apenas metade da soma do PIB da França, Itália e Espanha (2012).


É preciso todavia dizer que se todos os países da UE adoptassem a política alemã, a UE, desagregava-se em pouco tempo. Face a esta situação, só resta a países como Portugal procurarem mercados ora da UE para os seus produtos, e aprenderem a lição do presente.
 

Antonio A Alves

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As Duas Alemanhas

A ideia de um "Império Europeu" é um dos mitos mais persistentes nos países germanófonos (Alemanha, Austria), mas também nas regiões onde existentes importantes comunidades de falantes desta língua (Suíça, Luxemburgo, Bélgica).
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Carlos Magno. Pintura de Albrecht Durer, 1512. Museu Nacional de Nuremberga.

Primeiro Reich


A própria propaganda oficial da União Europeia, sob influência germanófona, com alguma frequência estabelece remonta a origem da União Europeia ao ano 800, quando Carlos Magno (Charlemagno, Great Karl) funda o Sacro-Império Romano - Germânico, o Iº. Reich. O império não tardou a ser desmembrado, mas a ideia de o reconstituir sob a égide de um imperador germano irá alimentada durante séculos inúmeras guerras por toda a Europa.
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Leonor de Portugal por Hans Burgkmair, o Velho, 1473-1531

Portugal está associado à génese da única altura em que este Império possuiu uma dimensão mundial.Frederico III de Habsburgo (1415-1493), casou-se com uma princesa portuguesa - Leonor de Portugal ( 1436-1477), mãe do imperador Maximiliano I da Germânia (1459–1519), de quem descendem Carlos V .

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Carlos V casou-se com Isabel de Portugal (rainha da germania, espanha, sicilia e nápoles, maiorca, itália, sardenha, arquiduquesa da Austria, duquesa da borgonha e condessa de Barcelona) dos quais descende Filipe II de Espanha (I de Portugal).


A "curta" existência deste Império mundial, reduzida ao reinado de Carlos V-Isabel de Portugal, mostrou que o império germânico era essencialmente continental, convivendo mal noutras dimensões terrestres como se veio a verificar mais tarde.


A luta pela expansão do Sacro Império Romano-Germânico, como é sabido, desde muito cedo levou a um constante conflito com a Santa Sé. No final do século XV já se havia transformado numa divisão entre "católicos" e "protestantes", degenerando nos séculos seguintes em várias guerras religiosas que ensanguentarem a Europa.


O sacro Império Romano-Germânico desapareceu, no século XVI, devido à intolerância religiosa, mas a ideia do Império não morreu na Alemanha.

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Paris 1870. Tropas alemães cercam a cidade e provocam uma onda de destruição.

 

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Segundo Reich

No século XIX, a ideia do Império Europeu germânico ressurge com toda a força num estado militar alemão - a Prússia. Na segunda metade Guilherme I (imperador) e Otto Von Bismarck (chanceler), através de uma hábil estratégia político-militar unificam uma parte importante do antigo Império, criando a actual Alemanha. A Europa mergulha novamente num período de intensas guerras.


Com o império alemão ressurgiram as suas antigas tendências históricas: o expansionismo continental e aintolerância religiosa.


A poderosa máquina militar alemã, aproveita os acontecimentos ocorridos em Sarajevo (o assassinato, no dia 28/6/1914, do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Hungaro, e da sua esposa, a duquesa de Hohenberg), para mergulhar a Europa e depois o mundo numa guerra mundial.


A Alemanha com esta guerra (1914-1918) contava anexar vastas regiões da Europa e expandir as suas colónias em África. O resultado foi a morte de mais de 10 milhões de pessoas.
A intolerância religiosa, nomeadamente contra os judeus, mas também a exigência de se acabar com a minorias étnicas, começa a estar na ordem do dia. Os judeus não tardam a serem a acusados de ser o causadores das desgraças dos impérios germânicos, o alemão e o austriaco.


Foi especialmente neste período que emergiu um conjunto de pensadores germânicos que denunciaram a mentalidade bélica (exterminadora) que estava profundamente enraizada na cultura germânica, como o caso de Karl Marx, Niezstche e tantos outros. Tinham a firme convicção que se a mesma não fosse travada iria conduzir a Europa à uma tragédia, como veio a acontecer. A outra Alemanha tinha finalmente uma voz audível à escala planetária.


A derrota em 1918 da Alemanha e da Austria, os dois grandes impérios germânicos, não acabou com o sonho do grande império germânico europeu.


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Hitler entra em Paris, 14/06/1940

Terceiro Reich


Adolfo Hitler (austriaco), líder desde 1921 do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP), partindo do sentimento de humilhação dos povos germanófonos, propõem-se criar um novo reich, retomando três ideias que se haviam enraizado na cultura imperial germânica: a superioridade do povo alemão; a "Europa", do antigo Império Sacro Romano-Germânico pertence-lhes, é o seu espaço vital; por último, a "necessidade" de se acabar com as minorias religiosas e éticas, de modo a unificar política, religiosa e etnicamente o Império alemão.


O resultado, como é sabido, foi uma nova guerra mundial (1939-1945), onde perderam a vida cerca de 60 milhões de pessoas.


A outra Alemanha, pela vozes como as de H. Husserl, Hannah Arendt, Bertolt Brecht, Wilhelm Reich e tantos outros, denunciaram a nova barbarie que a "Alemanha" (imperial) estava a conduzir o mundo.

Quatro Reich


Após a queda do "Muro de Berlim" (1989), o mundo assistiu à pacífica reunificação da Alemanha. De imediato surgiram vozes dando conta que estavam a ressurgir antigos aspectos da alemã que todos julgavam ter desaparecido, cujo primeiro sintoma foram o crescente número de ataques racistas contra os imigrantes.


A crise económica, que eclodiu depois de 2008, revelou numa nova dimensão o tradicional expansionismo alemão, agora convertido ao domínio económico e financeiro da Europa, utilizando as estruturas da União Europeia.
 

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A Grécia e a Afirmação da Hegemonia Alemã

Se falência do Lehman Brothers Holdings Inc (Setembro de 2008), nas suas ondas de choque por todo o mundo, descobriu as enormes fragilidades dos países que haviam adoptado a moeda única - o euro (2002). Estas economias caminharam rapidamente para a sua insustentabilidade, ao abandonarem a produção de bens transacionáveis, passando a viver do comércio de bens importados e do crédito barato, e das transferências da UE. A divida dos Estados, famílias e empresas não tardaram a atingir valores incomensuráveis.



A Grécia foi, neste contexto, onde esta política maior impacto registou. A construção e reparação naval, por exemplo, da sua gigantesca marinha mercante (controlam entre 15% e 20% da tonelagem da marinha mercante mundial) foi praticamente abandonada. Os próprios armadores gregos passaram a operar fora da Grécia, onde no entanto a marinha mercante não paga impostos. A cultura da produção foi substituída pela da importação, consumo. O crédito barato permitiu a expansão do consumo interno, concessão de benefícios sociais, realização de eventos de grande dimensão (Jogos Olímpicos, 2004), grandes investimentos em armamento, etc. Como se tudo isto não bastasse, a Grécia tem um sistema partidária de características mafiosas, muito semelhante ao que existe em Portugal, o qual contribuiu de foram decisiva para o desvario das contas públicas.



Os resultados, depois de 2002, não tardaram a aparecer. Em 2010, a Grécia, estava já à beira da bancarrota. A dívida pública atingia os 142,8% do PIB, e o défice do Estado - 10,6% do PIB.
 

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Renascimento da Antiga Alemanha

A Alemanha, a partir de 2010, usando (e abusando) do caso grego, assumiu-se como a potência hegemónica da UE. Ao fazê-lo rompeu com o princípio da igualdade de todos os estados-membros da UE e a procura de consensos, que durante anos havia sido o paradigma da RFA (Republica Federal da Alemanha), quando a Alemanha se encontrava dividida.


Desde o fim da segunda guerra mundial, quando o mundo foi dividido em dois blocos, a RFA protegida pelos EUA da ameaça do Bloco Soviético, era um exemplo um país solidário. A solidariedade alemã decorria da própria necessidade de encontrar aliados para fazer frente à União Soviética e ao avanço do comunismo.


A própria CEE assentava nesta lógica. A solidariedade era automática quando solicitada entre os estados-membros da CEE (actual UE).


Após a queda do Muro de Berlim (1989), a reunificação da Alemanha e a derrocada da antiga União Soviética, a antiga Alemanha que havia desaparecido, em 1945, com Adolf Hitler está de volta.


A crise económica foi a oportunidade de ouro para este renascimento da antiga Alemanha. Os gregos, pela voz da chanceler alemã foram ofendidos e humilhados. A Comissão Europeia, na pessoa do seu Presidente, quando falou em solidariedade europeia, foi insultada.


A nova (antiga) Alemanha, sem complexos em relação ao seu passado totalitário, quis dizer ao quem passava a mandar na UE.


A Alemanha dispensa pela primeira vez, de forma ostensiva, a muleta francesa, impondo uma política comunitária da qual é a principal beneficiária. A China foi a primeira potencia mundial a reconhecer este facto
 

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Católicos versus Protestantes, Norte versus Sul

Numa obra mundialmente famosa - A ética protestante e o "espírito" do capitalismo (1904/5) - , Max Weber, traçou as fronteiras económicas da Europa depois do século XVI: o sul, onde predomina o catolicismo, era o espaço dos perdulários, esbanjadores, iletrados, preguiçosos, gente com uma forte aversão ao trabalho e poupança. O norte, onde predomina o protestantismo era espaço do empreendorismo, poupança e trabalho. Esta divisão era definida pela religião, mais especificamente, por duas visões cristãs diferentes sobre o trabalho e o lucro.


A convivência entre estes dois espaços europeus nunca foi pacífica. Os católicos perseguiram os protestantes e vice-versa. A verdade é que cumulação de riquezas e de melhoria do bem estar a Norte, desde o século XVII que contrastava com a crescente decadência e pobreza dos países (católicos) do sul da Europa, como os mediterrânicos.


Na crise em que mergulhou a Europa, depois de 2008, os países protestantes protestantes, especialmente a Alemanha, pela voz da chanceler Alemã - Angela Merkel (Maio de 2011) -, acusaram os países católicos (Irlanda, Portugal, Espanha e Itália) ou mediterrânicos como a Grécia (ortodoxa), de serem os responsáveis pele crise europeia.


Desde adesão à CEE/UE limitam-se a esbanjar as ajudas que a Alemanha lhes "deu", eram uns "preguiçosos", incompetentes, pelo que deviam de ser castigados através de duras medidas de austeridade.
 

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<Grandes e Pequenos

Se em teoria a UE todos os estados-membros (28) são iguais, a verdade é que a realidade é muito mais complexa.

Dimensão


Embora a UE não possua nenhuma super-potência como os EUA, a China ou a Rússia, temtrês potências regionais: a Alemanha, Grã-Bretanha e a França, mas que há muito deixaram de ter uma capacidade de intervenção global. No quadro da UE o poder de decisão, sobretudo da Alemanha, é decisivo. O Tratado de Lisboa consagrou o poder destes estados no seio da UE.


Segue-se depois o grupo dos estados de média dimensão, a saber: Itália, Roménia, Espanha, Holanda e Polónia. O número de habitantes, superfície, PIB ou influência em certas regiões continentais ou do mundo, conferem-lhes um poder intermédio no seio da UE. O seu poder efectivo é muito menor do que julgam ter na UE. As três potências regionais procuram compensar a sua posição intermédia, al, mantendo o seu controlo, convocando alguns deles para participar em cimeiras restritas para discutirem assuntos da UE, ou elevando-os a membros do G7 ou G20.


O grupo dos chamados pequenos países, entre os quais se inclui Portugal, Suécia, Grécia, Bélgica, Irlanda, Dinamarca, Finlândia, Checa, ou o Luxemburgo, Malta, Eslovénia e a Lituânia, é o mais numeroso e diversificado de todos (19 países). Uns possuem uma influência local, outros incorporam redes de contactos globais. A sua coesão interna, riqueza, língua, experiência política nos foruns internacionais, diáspora, mas a sua proximidade geográfica aos centros de decisão da UE pode fazer toda a diferença entre eles. O seu poder de influência, devido à sua flexibilidade nas alianças estratégicas, pode ser muito superior ao que seria expectável.Todos os Tratados da UE pensados para limitar o poder do pequenos países.
 

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Exigências

As diferenças entre os "grandes" e os "pequenos" são particularmente notórias quando se coloca a questão das obrigações no cumprimento das regras comunitárias. Se um "pequeno" não cumpre é apontado, admoestado ou são exigidas sanções, se o mesmo acontece com um "grande" o caso é ignorado, encontradas justificações e até são introduzidas mudanças nas próprias regras.


Exemplos:


1. A regra europeia do défice abaixo dos 3,0% do PIB, entre 1999 e 2015, foi violada em 165 vezes: 51 ocasiões foi permitido por o países estarem em recessão, mas não em 114 ocasiões de acordo com um estudo do Instituto de Investigação Económica alemão Ifo. Entre os que ultrapassaram mais vezes conta-se a França (11 vezes), Portugal (10) e outros países.


2. Em Maio de 2016, quando de debatia a questão de penalizar dos países que em 2015 tinham violado a regra dos 3%, a saber a França, Espanha e Portugal. O presidente da Comissão Europeia - Jean-Claude Juncker - veio publico afirmar que a questão não se podia colocar em relação à França, "Porque é a França" (!!!).


De acordo com os tratados da UE, um país deve ser penalizado quando ultrapassa o deficie de 3%, mas também quando tem um excedente comercial (superavit), o limite fixado é de 6%. Acontece que ultrapassou nos últimos anos este limite. Sanções? Nem pensar! "Porque é a Alemanha" (!!!).

3. Em Fevereiro de 2016, a UE perante a ameaça de saída da Grã-Bretanha, negociou com este país um regime de exceção que não estava previsto em nenhum Tratado, "Porque é a Grã-Bretanha".
 

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Democracia na União Europeia

A União Europeia (UE), apesar de todos os avanços feitos para a aproximar dos cidadãos europeus, está longe de ser uma organização supra-nacional democrática. Os seus principais orgãos - Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Conselho da União Europeia, Comissão Europeia, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Banco Central Europeu - estão completamente desligados dos cidadãos da UE.

Estamos perante uma organização supra-nacional, cujo poder e dimensão não pára de aumentar. Conta actualmente com mais de 43 mil funcionários (2012), a maioria dos quais oriundos das regiões onde estão instalados os seus principais centros de decisão. Os ordenados e privilégios de todos os que trabalham para a UE são um verdadeiro escândalo público.

O Parlamento Europeu, com os 785 deputados (UE-27), é um excelente exemplo desta falta de democraticidade. Desde Junho de 1979 são eleitos directamente. A sua escolha é da competência exclusiva dos partidos nacionais. Em Portugal, os cidadão limitam-se a votar em listas de nomes cujas ideias ninguém conhece, nem depois acompanha a sua actividade parlamentar. Está generalizada a convicção por toda a Europa, que a escolha destes euro-deputados, funciona com uma espécie de recompensa monetária para alguns militantes partidários, mas também, como um expediente usado para afastar da cena política nacional dos que se revelam incómodos para os directórios partidários.

A actividade política da esmagadora maioria destes euro-deputados, em Bruxelas ou Estrasburgo, é nula. As decisões mais revelantes são tomadas por apenas dois ou três directórios, entre os oito "grupos políticos", em que os parlamento europeu se encontra dividido.
 

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Lóbis e Corrupção na UE

Dada dimensão do mercado económico da UE - 503, 7 milhões de habitantes (27 Estados, 2012), e a enorme centralização das suas decisões - 75% da legislação nacional é proveniente da UE -, é natural que nos seus principais centros de decisão (Bruxelas e Estrasburgo), pululem osgrupos de pressão (lóbis) para influenciar directa ou indirectamente as decisões e a legislação comunitária.

Calcula-se que só em Bruxelas existem cerca de 15.000 a 20.000 lobistas que a trabalhar para países, regiões, empresas, organizações patronais e sindicais, associações de cidadãos, ONGs, etc.

O estado Alemão é um dos que mais investem nesta pressão sobre os orgãos de decisão da UE. Mais de 200 funcionários do Parlamento Alemão (Bundestag), por exemplo, trabalham junto do Parlamento Europeu a recolherem e tratarem informação, de modo a anteciparem-se a qualquer decisão. Não é por acaso, que as sedes dos principais centros de decisão da UE estejam situados junto à fronteira da Alemanha, de forma a permitir um mais fácil controlo.

Em resultado dos enormes negócios envolvidos, a corrupção no seio da UE atinge hoje todos os níveis, desde comissários, altos dirigentes, deputados até aos simples funcionários. Um número crescente deles têm sido demitidos ou demitem-se, como o comissário John Dalli, responsável das pasta da saúde e defesa do consumidor (Outubro de 2012). A maioria dos corruptos, depois de fazer o respectivo "serviço" nas estruturas da UE, transfere-se para as empresas que os subornavam
 

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A Europa no Mundo

O discurso sobre a decadência da Europa não é novo. A novidade está no facto de que no passado, se falava dedecadência cultural, e hoje se fala sobretudo de decadência económica e política. A Europa, o "museu do mundo", assumiu a sua irrelevância internacional vivendo de recordações de um passado "glorioso".


Ao longo do século XX foram constantes os sinais desta decadência: a resolução da Iª Guerra Mundial (1914-1918) e depois da 2ª. (1939-1945), embora tenham começado na Europa, só terminaram, em grande parte, devido à intervenção de uma potência externa - os EUA. Nada disto foi, no entanto, suficiente para abalar a confiança dos europeus na Europa, mergulhados que estavam num discurso europocentrico.


A "crise europeia" começou nos anos 80 do século XX, com aquilo que se denominou chamar de "globalização". Uma conceito que mascara todavia uma realidade mais complexa.


A crise não começou no mundo, mas na Europa: As empresas europeias na procura de maiores lucros,deslocalizaram as suas unidades produtivas para os países de mão-de-obra barata (China, India, etc). A maioria dos países europeus, decidiram abandonar a industria, pescas e agricultura, e centrarem-se nos serviços (comércio, turismo e finanças). A própria CEE/UE acelerou este processo dando incentivos ao encerramento de unidades produtivas.


Os cidadãos dos países que integravam a UE foram estimulados a consumirem e a viajarem para fora da Europa, recorrendo a uma qualquer linha de crédito, a juros extremamente baixos. O endividamento público e privado disparou.


A UE para agravar a situação, em 2002, adoptou uma moeda forte - o Euro -, que estimulava as importações, e incentivava os encerramentos ou deslocalizações na maioria do sectores produtivos para os países de mão-de-obra barata.


O resultado de tudo isto foi o aumento brutal do défice comercial dos países da UE. Odesemprego galopou. Assistiu-se à fuga de capitais e investimentos para fora da Europa, em particular para os países que forneciam de produtos à UE. A partir do inicio do século XXI acelerou a diminuição do peso dos produtos oriundos da UE no comércio mundial, representando actualmente pouco mais 18% (2013).
 

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Mercado Comum Contra a Europa ?

As críticas contra a União Europeia não são de hoje, mas de sempre. Para muitos a ideia de um mercado comum não passa de uma união alfandegária. O objectivo não é aproximar os povos europeus, mas de os explorar num mercado livre, onde só os mais fortes sobreviverão.
 

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O Euro, uma moeda maldita?

Dez anos depois de ter entrado em circulação (2002), a conclusão é consensual: o euro foi mal concebido. Muitos são as deficiências que tem sido apontados: Havia países, como a Grécia, que não deviam ter sido admitidos na zona euro; Uma moeda demasiado forte diminui a capacidade competitiva de países, como Portugal, provocando a destruição dos seus sectores produtivos; Não foram previstos regras e sanções eficazes, baseadas em tratados, para dos países incumpridores dos limites do defíce do Estado (3%) ou da dívida pública (60% do PIB); A Alemanha e a França, como é sabido, foram os primeiros incumpridores dos critérios de convergência; A falta de controlo na concessão do crédito barato e abundante, depois de 2002, estimulou o endividamento dos estados, famílias e empresas;Os estados, uma vez que haviam perdido o controlo da política cambial, pouco ou nada podiam fazer para alterarem a situação. A lista de graves deficiências do Euro podia prosseguir. Em síntese, podemos dizer que falhou a regulação política do sistema, dados que os conceptores do euro estavam convictos nas virtudes da auto-regulação.



A moeda única tornou-se, para uma boa parte dos europeus, num problema, atribuindo-lhe inúmeros males. No discurso oficial de Bruxelas, o problema não está no Euro, mas naquilo que faltou criar com o Euro: Um orçamento, política fiscal, regulação bancária e políticas comuns. O Euro pressupunha afinal, um sistema federalista. Bem vistas as coisas, a moeda única foi e é um sucesso, o que falhou foi a criação dos Estados Unidos do Euro
 

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O Factor Demográfico

A melhoria da qualidade de vida na União Europeia, teve como reverso a diminuição da taxa de natalidade e o envelhecimento da população. A situação em muitos países teria sido muito pior, não fossem os milhões de imigrantes recebem. A UE deixou de poder "funcionar" sem a continua captação de milhões de imigrantes.


Em consequência do envelhecimento da população, os custos com o sistema de saúde e de reformas não tem parado de aumentar. Esta situação tem evidentes reflexos na capacidade de inovação, produtividade e dinamismo económico dos países mais afectados.


Uma análise do indice de envelhecimento na UE, espelha com clareza as razões do debate que percorre toda a Europa. A UE, a 27, em 2011, apresentava um indice de envelhecimento de 113, 2% (nº. de pessoas com 65 anos ou mais, por cada 100 jovens, com idades entre 0 e 14 anos). Neste ano, o recordista do envelhecimento era justamente a Alemanha, o "motor económico" da UE, com 154,9%.


Seguia-se a Itália - 145,9%, Bulgária - 140,2%, a Grécia -135,4%, Portugal e a Letónia com 129,6%, Austria - 121, 1%, Lituânia -120,6%,Eslovénia - 116%, Espanha -113,7%, Hungria - 115,6%, Suécia - 111,8%, Checa - 109%, Finlândia e Malta - 108,1%, Bélgica- 101,5%,Roménia - 99,1%, Dinamarca - 96%, Reino Unido- 95,8 %, Holanda - 91,5%, França- 91%,Polónia - 90,6%para só citar estes países.


A crise económica, depois de 2008, em países como Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha o Itália estão a provocar a emigração em massa para o outros países de vastas camadas da população mais jovem e qualificada, acelerando o seu processo de envelhecimento e diminuindo as suas capacidades de inovação.
 
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