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Historial do Benfica.

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Defesas-Centrais

Raúl (22/09/37) - Líder, atento e seguro

Jogou 7 épocas, entre 62/63 e 68/69. Fez 264 jogos (240 como central) e marcou 5 golos.
Estreou-se a 23/08/62, em Gotemburgo, contra um misto dessa cidade sueca, sendo, então, Fernando Riera o treinador do Clube.

Nessa época, substituiu o experiente Germano no centro da defesa e fez parte do onze que disputou nesse ano a final da Taça dos Campeões Europeus.

Na época de 63/64, o treinador Lajos Czeisler estreou no Benfica o 4º defesa (central), colocando Raúl ao lado de Germano.

Evidenciando classe, Raúl comandava a defesa com serenidade. Era seguro e dominador do seu espaço de acção. Sempre atento, protagonizava sem dificuldades intervenções certas e "cortes" oportuníssimos.

Tinha uma extraordinária visão defensiva e revelava-se exímio a intervir no momento exacto. Adivinhava com astúcia de onde vinha o perigo e anulava com eficiência a acção ofensiva contrária.

Detentor de um bom pontapé, marcou 4 golos de fora da área. Jogou 11 encontros pela Selecção Nacional. Pelo Benfica, conquistou 6 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal.
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Defesas-Centrais

Mozer (19/09/1960) - Arrojo e Presença

Jogou 5 (2+3) épocas, de 87/88 a 88/89, e de 92/93 a 94/95, marcando 20 golos em 183 jogos.

Estreou-se a 26/07/87, frente ao Grasshoppers, em Davos, na Suíça, local que serviu para o treinador Ebbe Skovdhal preparar a época de 87/88.

Titular indiscutível nas duas primeiras épocas e em 93/94, jogava preferencialmente do lado esquerdo. Jogador possante, era uma presença notada no seu sector. Muito difícil de ultrapassar, dava confiança a toda a equipa.

Oferecia segurança ao reduto defensivo. Iniciava lances de ataque com facilidade, servindo na perfeição os médios ou mesmo os avançados. Devido à sua estatura, marcou 10 golos de cabeça na sequência de bolas paradas.
Impunha respeito aos adversários.

Foi o 15º jogador estrangeiro a jogar no Benfica e o 2º estrangeiro a capitanear a equipa. Internacional brasileiro, ajudou o Benfica a vencer 2 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal.
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Defesas-Centrais

Ricardo Gomes (13/12/64) - Categórico e Primoroso

Jogou 4 (3+1) épocas, de 88/89 a 90/91 e em 95/96, marcando 28 golos, em 158 jogos. Estreou-se a 15/08/88, no Estádio da Luz, tendo Toni como treinador, num jogo amigável com o Estrela da Amadora.

A sua chegada dotou o Benfica da melhor dupla de centrais do Mundo - Mozer e Ricardo, que actuaram juntos em 31 jogos na época de 88/89. Jogador de grande classe.

Fazia-se notar com facilidade, parecendo estar sempre no sítio certo e anulando com autoridade as investidas contrárias. Eficaz a desarmar, em antecipação, ou a "roubar" bolas, era com frequência que nasciam dos seus pés muitas jogadas de contra-ataque.

Apesar de ser um jogador correctíssimo, foi expulso uma vez, na sequência de um equívoco do árbitro Vítor Pereira, que o castigou após uma pretensa grande penalidade na final da Taça de Portugal de 95/96, disputada frente ao Sporting.
A sua estatura permitiu-lhe marcar 22 golos na sequência de lances de bola parada, entre os quais 15 de cabeça.

Foi o 23º estrangeiro a jogar no Benfica. Foi o 1º estrangeiro a capitanear o Benfica. Internacional brasileiro, ajudou o Benfica a vencer 2 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal.
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Médios-Centro

Coluna (06/08/1935) - Força, classe e liderança

Ingressou no Benfica em 1954, estreando-se, a 5 de Setembro desse ano, juntamente com Costa Pereira, num particular com o FC Porto, realizado no Estádio Nacional.

Iniciou-se na posição de avançado-centro, pela mão de Otto Glória, mas seria no centro do terreno que viria a revelar toda a sua classe, granjeando os elogios da imprensa estrangeira, que lhe reconheceu dotes futebolísticos só ao alcance dos predestinados.

O "Capitão", epíteto por que ainda hoje é carinhosamente tratado, cumpria com personalidade a sua missão de líder, assumindo-se como maestro da equipa.

Coordenava a acção em campo com a sua refinada leitura de jogo e o auxílio de um perfil técnico, táctico e físico exemplares.

Coluna destacava-se na organização do jogo, no controlo da bola, no remate poderoso e colocado e no "pulmão" robusto que lhe permitia intervir em todas as zonas do terreno.

Mestre no drible, no passe, no choque e na finalização, Mário Coluna transformou-se num "monstro sagrado" do desporto rei. Venceu as duas Taças dos Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica, apontando 1 golo em cada, e capitaneou a equipa nas finais europeias de 63, 65 e 68.

Em 1966, integrou a forte Selecção dos "Magriços". Um ano mais tarde vestiu a braçadeira de capitão ao serviço da selecção do Resto do Mundo, por ocasião da festa de homenagem a Zamora. Pelo Benfica, fez 677 jogos e marcou 150 golos, entre 54/55 e 69/70.

Despediu-se em 08/12/70, num jogo realizado na Luz, que serviu para homenagear a sua carreira e que contou com a presença de jogadores de nomeada internacional (Cruiff, Hurst, Suarez, Bobby Moore, entre outros). Pela Selecção Nacional somou 57 internacionalizações e marcou 8 golos.
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Albino (02/11/1912 - 25/02/93) - Dedicação e esforço

Defendeu as cores do Benfica durante 13 épocas, entre 32/33 e 44/45, marcando 25 golos em 462 jogos, tendo alinhado 371 vezes a médio centro. Começou nas categorias inferiores do Clube, fazendo o primeiro jogo pelos "infantis", em 29/30 (na época o equivalente aos juniores actuais).
Estreou-se na equipa principal em 26/12/32, no campo do Raio, em Braga, frente à selecção desta cidade. O treinador benfiquista era, então, Ribeiro dos Reis. Albino, o "Tempero", como era conhecido, foi um jogador de genica.

Magrizela e de aparência frágil, entregava-se à luta por completo, nunca virando a cara, numa altura em que a posição de médio centro era a de maior responsabilidade. Albino era o fulcro de todas as operações de defesa e de ataque, um jogador que percorria todo o campo, sem uma quebra, sem um desfalecimento.

Foi o atleta que melhor interpretou a mística do Benfica. No início da sua carreira, ocupou o lugar de médio direito (75 jogos), mas, depois da época 35/36, Lippo Herczka colocou-o a médio centro, posto em que se destacou.

Internacional em 10 jogos, ajudou o Benfica a conquistar 2 Campeonatos de Lisboa, 6 Campeonatos Nacionais (3 da I Liga e 3 da I Divisão), 1 Campeonato de Portugal e 3 Taças de Portugal, tendo jogado a final do Campeonato de Portugal e 2 finais da Taça.
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Francisco Ferreira (23/08/1919 - 14/02/1986) - Brilhante, entusiasta e generoso

Representou o Benfica durante 14 temporadas, entre 38/39 e 51/52. Fez 522 jogos (511 a médio esquerdo) e marcou 60 golos. Estreou-se no Estádio do Lumiar (actual José Alvalade), a 18/09/38, pela mão de Lippo Herczka, frente ao Belenenses, em jogo a contar para o Torneio de Preparação.

Era um jogador voluntarioso e de excelente condição atlética. Médio esquerdo brilhante, "Xico" Ferreira emprestava à competição um entusiasmo invulgar, um elevado espírito de luta e muita generosidade. Foi um jogador leal, de qualidades diversas - energia, entusiasmo, vibração, nervos e fogosidade.
Dotado de um fantástico pontapé esquerdo, tornou-se famoso também pelos longos lançamentos de linha lateral que executava. Devido a uma doença inoportuna, a um mês da Taça Latina, ele que era o capitão do Benfica não disputou a prova, ficando de fora do grupo de jogadores que de forma brilhante venceu o troféu.

É, ainda, o 3º jogador encarnado com mais jogos como capitão: 293. Internacional em 25 jogos, record no seu tempo, capitaneou a Selecção em 12 encontros. Pelo Benfica, venceu 4 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal, alinhando em todas as finais.
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João Alves (05/12/1952) - Virtuosismo e visão de jogo

Jogou 4 (1+3) épocas, em 78/79 e entre 80/81 e 82/83, obtendo 37 golos, em 177 jogos - 101 dos quais a médio centro esquerdo.

Iniciou-se no Clube na categoria de juniores, na época de 69/70, acabando por sair do Benfica quando passou ao escalão sénior.

Regressou à Luz por vontade de John Mortimore, numa digressão de final de época ao Canadá, em 77/78, jogando em Edmonton, a 23/06/78, com o Black Gold.

Era um jogador extraordinário, possuidor de uma técnica apurada, que lhe permitia colocar a bola onde queria, fazendo passes e tirando cruzamentos a "régua e esquadro".

Jogou com frequência a médio centro esquerdo, mas também à direita (59 jogos), em particular com Lajos Baroti como treinador, na época de 81/82.

Jogava, tal como o seu avô, de luvas pretas, o que o distinguia dentro de campo. Detentor de uma grande classe, Alves evidenciava-se pelo modo fino como tratava a bola. Era um jogador criativo, dotado de uma extraordinária visão de jogo, imaginando e realizando de modo eficaz as suas iniciativas.
Fez 36 jogos com a camisola da Selecção "A", que capitaneou uma vez e ao serviço da qual apontou um golo. Pelo Benfica, venceu 2 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal, não jogando, porém, a final de 82/83.

É que quando a Taça foi conquistada, na época seguinte, no campo do adversário, o estádio das Antas (a pedido do sr. Presidente do FC Porto...), Alves já não jogava no Benfica.
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Médios-Centro

Valdo (12/01/1964) - Técnica e Imaginação

Jogou 5 (3+2) épocas, de 88/89 a 90/91 e de 95/96 a 96/97. Marcou 40 golos em 219 jogos (76 a médio centro direito). Estreou-se a 07/08/88, no Torneio de Amsterdão, frente ao Flamengo.

Toni era, então, o treinador. Valdo foi um jogador de técnica apurada. Era capaz de colocar a bola com precisão em qualquer zona do campo.

Atleta dotado de grande capacidade imaginativa. Concebia jogadas fantásticas com uma facilidade espantosa. Primoroso a conduzir lances de contra-ataque ou no apoio aos avançados.

Revelou-se um elemento de influência preponderante na acção da equipa. O elevado nível de eficiência de que era dotado, permitiu-lhe marcar 9 golos de livre directo à entrada da grande área.

É, até à data, o 4º melhor benfiquista nesta "especialidade". Internacional brasileiro. Ajudou o Benfica a conquistar 2 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal.
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Simões (14/12/1943) - Virtuosismo, Rapidez e Excelência de passe

Estreou-se com a camisola do Benfica em 27/08/1961, no Estádio Nacional, frente ao Sporting, em jogo integrado no torneio "Dia de Angola". Tinha apenas 17 anos. Mas cumpriria o primeiro encontro em competições oficiais apenas no dia 19 do mês seguinte, no Uruguai, frente ao Peñarol, para a Taça Intercontinental.

Fez 611 jogos pelo Benfica, tendo marcado 90 golos. Jogador de talento extraordinário, de compleição atlética invulgar, baixo, de pernas arqueadas, mas possuidor de técnica e de velocidade apuradas, que dele fizeram um autêntico quebra-cabeças para os defesas adversários. Esquerdino nato, Simões evidenciou-se pelo seu espectacular virtuosismo, arrancando jogadas sensacionais com o seu drible e velocidade estonteantes. A criatividade era uma das suas imagens de marca.

Excelente na precisão do passe e na movimentação no terreno, era versátil a livrar-se dos adversários e municiava com uma eficiência extraordinária o ataque, sendo, muitas vezes, ele próprio quem assinava os golos. Fruto da irrequietude que revelava dentro de campo, foi apelidado de "rato Mickey". Ficou para sempre ligado ao sucesso do Benfica europeu da década de 60 e ao brilhante 3º lugar obtido pela selecção portuguesa no Mundial de 1966, tendo sido titular em todos os jogos da fase de qualificação e da fase final.

Vestiu 46 vezes a camisola das quinas e marcou 3 golos ao serviço da equipa nacional. Em 23/09/64, fez companhia a Eusébio e a José Augusto numa selecção da UEFA que actuou em Belgrado, na Jugoslávia. Em 1974/75, cumpriu a sua última época ao serviço do Benfica. Seguiram-se passagens curtas pelo Estoril-Praia e pelo U. Tomar, em Portugal, e pelos clubes norte-americanos do Boston Minutemen, San José Earth Quakes e Dalas Tornado, em que fez um total de 70 jogos e marcou 3 golos. Encerrou a sua carreira em 1979.
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Nené (20/11/1949) - Subtileza e golos

Jogou 18 épocas, entre 68/69 e 85/86. Fez 803 jogos. Marcou 473 golos. Rubricou 33 hat-tricks (24 de 3 golos, 5 de 4 golos e 4 de 5 golos!). O inesquecível número 7, "burilado" nos escalões de formação do Benfica, onde se iniciou a 25/05/67, na categoria de Juniores, estreou-se na equipa principal pela mão de Otto Glória, a 17/11/68, em jogo a contar para o Campeonato Nacional, realizado na Luz, frente ao V. Guimarães.

Era um jogador de eleição, sempre com os olhos na baliza adversária. É o 3º melhor marcador do Clube, o 1º em "bolas corridas" dentro da área (305 golos) e o 3º como cabeceador (88 golos). Foi um exímio executante de grandes penalidades (39 golos), castigo em que apurou uma técnica muito especial - a "paradinha".

Jogador veloz, iniciou-se como extremo direito, posição em que cumpriu 459 jogos, concretizando inúmeras assistências para os colegas do ataque. A partir da época de 76/77, o treinador John Mortimore, sentindo dificuldades em conseguir avançados, passou a utilizá-lo na posição de ponta-de-lança, lugar que viria a ocupar em 212 jogos, até ao final da sua longa carreira.

Avançado de resolução fácil frente à baliza, marcava golos de belo efeito e para todos os gostos. Internacional em 66 jogos, marcou 22 golos pela selecção lusa, que capitaneou 6 vezes. Ainda que "sem sujar os calções", Nené conseguiu tornar-se recordista de títulos no futebol português: ajudou o Benfica a vencer 10 Campeonatos Nacionais e 7 Taças de Portugal, jogando 5 finais e rubricando um hat-trick na final de 80/81, frente o FC Porto.

Foi o melhor marcador do Campeonato Nacional em 80/81, com 20 golos.
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José Augusto (13/04/1937) - Estilo, inteligência e habilidade

Estreou-se no Benfica a 01/09/59, frente aos espanhóis do Real Oviedo, em jogo de carácter particular realizado na Luz (1-0). Proveniente do Barreirense, onde cumpriu as suas primeiras 4 épocas como profissional. José Augusto regateou respeito e carisma com a camisola do Benfica, onde jogou durante 11 épocas.

Era dotado de uma excelente coordenação de movimentos. Em corrida, ultrapassava com uma elegância fora de série os adversários que lhe saltavam ao caminho. Tinha o dom de dominar e chutar a bola com qualquer um dos pés. No jogo aéreo, era igualmente um jogador de classe.

Apesar de durante a maior parte da sua carreira não ter ocupado a posição mais avançada no ataque, revelou-se sempre um exímio marcador, tendo apontado, ao serviço do Benfica, 207 golos em 479 jogos disputados. Lia o jogo com inteligência, salientando-se na exactidão do passe, nas desmarcações, na finta hábil, nas assistências teleguiadas e na colocação dos remates, que saíam dos seus pés ou da sua cabeça com uma precisão notável.

O seu estilo refinado alimentava o futebol espectáculo. Por todos os atributos que granjeou, chegou a ser considerado por alguma imprensa estrangeira como o melhor do mundo na sua posição.

Em 1964, alinhou duas vezes na Selecção Mundial, tendo apontado um golo. Ao serviço da equipa das quinas, fez 45 jogos e marcou 9 golos, tendo tomado parte na conquista da 3ª posição do Campeonato do Mundo de 1966, realizado em Inglaterra.Pelo Benfica, venceu 8 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal.
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Francisco Palmeiro (16/10/1932) - Veloz e ardiloso

Representou o Benfica durante 7 temporadas, entre 53/54 e 60/61, efectuando 178 jogos (117 a extremo direito) e marcando 49 golos (2 hat tricks). Estreou-se sob o camando técnico de Ribeiro dos Reis e José Simões, a 25/12/53, no Estádio Nacional, num jogo frente ao Independiente, da Argentina (Torneio Quadrangular Luso-americano). De início, conquistou a titularidade a interior, direito e esquerdo. A partir da época de 54/55, já com Otto Glória como timoneiro, fixou-se na posição de extremo direito.

Era um jogador veloz. Uma pedra chave na estratégia táctica de Otto Glória, integrando com facilidade o célebre esquema da diagonal, quer como interior recuado, tabelando com os médios, quer como extremo, ardiloso e dinâmico a conduzir jogo pelo seu flanco e preciso a assistir o avançado-centro.

Não marcou muitos golos, mas assinou dois tentos históricos: foi o primeiro jogador benfiquista a marcar um golo no Estádio da Luz, no dia da sua inauguração (01/12/54), e foi o primeiro jogador do Clube a marcar um golo na Taça dos Campeões Europeus, em Sevilha, no antigo Estádio Nérvion, a 19/09/57. Somou 3 internacionalizações e ficou "famoso" por ter marcado, na sua estreia, os 3 golos com que Portugal venceu a Espanha (3-1), em 03/10/56, no Estádio Nacional. Palmeiro ajudou o Benfica a conquistar 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal.
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Rogério (17/02/1922) - Arte e velocidade

Jogou 12 épocas no Benfica, entre 42/43 e 53/54. Fez 423 jogos e marcou 288 golos, com 20 hat-tricks pelo meio (10 de 3 golos, 6 de 4 golos e 4 de 5 golos). Estreou-se a 04/10/42, nas Salésias, frente ao Belenenses, tendo marcado um golo nesse jogo, em que, por vontade do treinador Janos Biri, actuou a ponta-direita. Mas Rogério foi um jogador versátil. Como extremo, alinhou à esquerda (223 jogos) e à direita (73 jogos).

Adaptava-se, também, a qualquer posto na linha avançada, fazendo com muito acerto o lugar de interior direito (102 jogos). Era um jogador extremamente habilidoso, com dois pés inteligentes e bastante veloz. Detinha um invulgar sentido de oportunidade e era subtil no trato da bola. A sua técnica apurada permitia-lhe a execução de malabarismos que trocavam os olhos aos adversários.

Aproveitando a sua velocidade e a sua destreza a jogar com ambos os pés, Janos Biri fixou-o na posição de ponta esquerda, em que fez fama. Todavia, o técnico Ted Smith, no Benfica desde 48/49, aproveitando o seu virtuosismo, utilizou Rogério com frequência no lugar de interior esquerdo, a partir de 49/50. Internacional em 15 jogos, o "Pipi", como ficou conhecido no meio futebolístico, marcou 2 golos pela Selecção.

Como jogador do Benfica, conquistou a Taça Latina, 3 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal. É o jogador português com mais golos em finais da Taça de Portugal - 15, tendo marcado 5 dos 8 tentos com que o Benfica derrotou o Estoril-Praia na final de 43/44!
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Cavém (21/12/1932) - Arrojo, voluntariedade e valentia

Jogou 14 épocas, entre 55/56 e 68/69, marcando 125 golos (5 hat-tricks - 3 de 3 golos e 2 de 4 golos) em 542 jogos. Estreou-se a 01/12/55, na festa do primeiro aniversário do Estádio do SLB, frente ao Valência, jogando na posição onde se viria a notabilizar: extremo esquerdo (238 jogos). O treinador era, então, Otto Glória. Cavém era um jogador imprevisível a driblar e a cabecear.

Um atleta brioso, que dava o máximo do seu esforço pela vitória. Era decidido, arrojado, voluntarioso e revelava um excelente sentido de oportunidade. Perfeito intérprete do futebol atlético, Cavém foi o maior polivalente do futebol português. Adaptável a qualquer posição, jogou em 9 lugares (só não foi titular como guarda-redes e como avançado-centro), distinguindo-se não só como extremo esquerdo mas também como defesa direito (197 jogos).

Foi esta a posição que ocupou até ao final da sua carreira, após a chegada de Riera, na época de 62/63. Internacional em 18 jogos, marcou 5 golos pela Selecção portuguesa. Pelo Benfica, foi Bicampeão Europeu, venceu 9 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal.

Detém o golo mais rápido em finais da Taça: no jogo decisivo de 58/59, disputado frente ao FC Porto, no Estádio Nacional, Cavém abriu o activo aos 27 segundos, fixando, ao mesmo tempo, o resultado do encontro.
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Chalana (10/02/1959) - Genialidade e magia

Foi, depois de Eusébio, o baluarte máximo do futebol benfiquista, reunindo, no grau supremo, qualidades que fizeram dele um jogador de excepção: habilidade, velocidade, génio e magia.

Foi uma espécie de mago do futebol. Tornou-se, por isso, num ídolo dos benfiquistas. Estreou-se no Clube pela mão de Mário Wilson a 07/03/76, frente ao Farense (3-0), na Luz, em jogo do Campeonato Nacional, tendo entrado ao intervalo para substituir Toni.

Senhor absoluto do corredor esquerdo, arrancava assistências fatais depois de baralhar com a sua finta desconcertante um ou mais defesas que lhe aparecessem no caminho.

O facto de possuir um pé esquerdo sobredotado não implicava a falta de arte no direito, que utilizava com a mesma naturalidade dos destros.

Chalana tratava o esférico com a mesma facilidade que os malabaristas profissionais executam os seus números de circo. O seu talento levava o êxtase às bancadas, fazendo delirar o público com os seus lances prodigiosos. Estreou-se na Selecção Nacional com apenas 17 anos, 8 meses depois de o fazer na equipa principal do Benfica.

Em 1984, por ocasião do Europeu de França, maravilhou o mundo do futebol com o seu engenho e a sua arte, contribuindo decisivamente para o 3º lugar alcançado pela equipa lusa.

A sua habilidade invulgar condenava-o muitas vezes a ser travado pelos adversários com entradas duras. E foram justamente as lesões que o afastaram dos relvados em diversos períodos da sua carreira.

Em 89/90, fez a última época de águia ao peito. Pelo Benfica, realizou 410 jogos, 308 como médio esquerdo, tendo marcado 64 golos. Venceu 6 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal. Pela Selecção, fez 27 jogos e marcou 2 golos.
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Avançados

Vítor Silva (20/02/1909 - 21/07/1982) - Intuição, Velocidade e Engenho

No Benfica durante 9 épocas, entre 27/28 e 35/36, Vítor Silva realizou um total de 236 jogos, (230 como avançado centro). Marcou 203 golos (17 hat-tricks: 13 de 3 golos, 3 de 4 golos e 1 de 6 golos). Estreou-se pelo Benfica a 01/01/28, num jogo amigável com o FC Porto, disputado nas Amoreiras.

O treinador Ribeiro dos Reis colocou-o, então, a interior esquerdo, posição em que cumpriu apenas dois encontros. À excelente intuição que revelava como avançado centro, aliava uma habilidade e uma execução técnica primorosas.

Num curto espaço de terreno, livrava-se facilmente de dois ou três adversários com fintas desconcertantes. Com os pés ou com a cabeça, tratava a bola mais em jeito do que em força, de modo subtil e pensado. Era imprevisível. Criou o golo "à Vítor Silva" - de cabeça, em "salto de peixe" ou com a nuca - aplicando o "golpe final" quando os guarda-redes se preparavam para segurar a bola.

A sua importância no futebol encarnado era tão grande que a equipa, muito por sua influência, passou a jogar o designado "futebol rainha-mãe" - passe curto e trocas consecutivas de bola, de forma a rentabilizar as capacidades de Vítor Silva. Internacional em 19 jogos, marcou 8 golos pela selecção.

Ajudou o Benfica a vencer um campeonato Regional e o 1º Campeonato Nacional da I Liga, bem como os 3 campeonatos de Portugal conquistados pelo Clube, alinhando, todavia, apenas numa final, em que marcou 2 golos.
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Avançados

Espírito Santo (30/10/1919) - Correcção, rapidez e agilidade

Jogou 14 épocas no Benfica, entre 36/37 e 49/50, tendo somado um total de 285 jogos (154 como avançado centro). Marcou 199 golos, rubricando 16 hat-tricks pelo meio - 11 de 3 golos, 4 de 4 golos e 1 de 9 golos (!). Estreou-se no Benfica aos 16 anos, a 20/09/36, no Campo dos Arcos, em Setúbal, contra o Vitória local, num jogo de carácter particular (o treinador Lippo Herczka colocou-o em jogo ao intervalo e aos 85 minutos Espírito Santo marcou o seu primeiro golo ao serviço do Benfica).

Era um avançado rápido, entusiasta e de correcção impecável. Possuía uma técnica altamente apurada e executava com precisão passes compridos para os extremos. O seu poder de elevação permitia-lhe fazer golos espectaculares de cabeça.

Exibia uma mobilidade invulgar e tinha um remate poderoso. Na época de 39/40, o novo treinador, Janos Biri, colocou-o na posição de extremo direito para aproveitar a sua velocidade. Viria a fazer 119 jogos neste posto, destacando-se, no geral, como um atleta de verdadeira classe.

Internacional em 8 jogos, marcou 1 golo pela Selecção Nacional. Ajudou o Benfica a vencer 1 Campeonato Regional, 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal.
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José Águas (29/09/1930 - 10/12/2000) - Impulsão e elegância

Jogou 13 épocas no Benfica, entre 50/51 e 62/63. Fez 514 jogos (482 como avançado centro). Marcou 438 golos, com 46 hat-tricks pelo meio - 34 de 3 golos, 11 de 4 golos e 1 de 5 golos.

Após a conquista da Taça Latina, a 18/06/50, o Benfica iniciou, com o treinador Ted Smith, uma digressão a África.
No 8º jogo dessa digressão, realizado a 19/08/50, a equipa benfiquista defrontou, no Lobito, a selecção desse distrito angolano, em que alinhava um tal de José Águas e que marcou, então, 2 golos ao Benfica.

Uma semana depois, a 25/08/50, em Sá da Bandeira, Águas estreava-se de águia ao peito frente à selecção de Huíla-Lubango, entrando aos 30 minutos de jogo para rubricar um... hat-trick!

Continuaria no Benfica até vencer, como capitão, duas Taças dos Campeões Europeus! Futebolisticamente muito culto, José Águas primava pela inteligência com que se movimentava no ataque, com ou sem bola.

Detinha uma intuição sagaz e era um exímio executante, ora com a cabeça (109 golos) ou com os pés. Para além de ser um grande goleador, também sabia criar jogo, fintando com assinalável mestria. O seu jogo de cabeça era do mais fino recorte.

Os seus golos em suspensão eram frequentes, graças ao extraordinário poder de impulsão que possuía e ao facto de saltar sempre no tempo certo. Internacional em 25 jogos, capitaneou a selecção em 7 encontros, tendo marcado 11 golos.

Foi o homem que recebeu e ergueu as 2 taças dos Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica. Venceu 5 Campeonatos Nacionais e 7 Taças de Portugal. Foi 5 vezes o melhor marcador do Campeonato Nacional - 51/52 (28 golos), 55/56 (28 golos), 56/57 (30 golos), 58/59 (26 golos) e 60/61 (27 golos).
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Santana (22/03/1936 - 24/04/1989) - Serenidade, elegância e técnica

Foi um dos muitos diamantes que o Benfica descobriu em terras do Ultramar. Representou o Clube durante 14 épocas, entre 54/55 e 67/68. Estreou-se na equipa principal sob o comando técnico de Otto Glória, a 21/10/56, na Luz, frente ao Caldas SC (1-0), em jogo do Campeonato Nacional. Santana era um estilista.

Executava com primor os lances que a sua inteligência desenhava. Era oportuno e exibia um futebol elegante. A subtileza com que tratava a bola quase dava a impressão de jogar de "pantufas". Excelente no passe, curto e em profundidade. Sereno. Tecnicista.

Foi Bicampeão Europeu, tendo marcado um dos 3 golos com que o Benfica bateu o Barcelona na final de Berna, em 1961. Na gloriosa campanha que conduziu a equipa ao jogo decisivo, esteve em todos os encontros, tendo feito 3 golos (2 ao Ujpest e 1 ao Aahrus).

Esteve, ainda, na final de 1963, perdida frente ao Milão. No plano nacional, somou 226 jogos e marcou 94 golos. Foi 6 vezes Campeão Nacional e venceu 3 Taças de Portugal. Fez 5 encontros pela Selecção.
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João Pinto (19/08/71) - Virtuosismo, magia e luta

Jogou 9 épocas no Benfica, entre 1992/93 e 1999/00, tendo feito um total de 346 jogos (237 como avançado de apoio ao ponta de lança). Marcou 107 golos e fez 4 hat-tricks - 3 de 3 golos e 1 de 4 golos.

Estreou-se no Clube num jogo de preparação da época 92/93, a 23/07/92, na Suécia, em Grimeton, frente ao clube local.
Mostrou, nesse jogo, ao treinador Tomislav Ivic, como jogava um avançado moderno, marcando... 4 golos!
No Benfica, João Pinto revelou-se um atacante extraordinário, com uma qualidade técnica notável e "demolidor no um para um".

Lutador a jogar, a fazer jogar e a marcar golos. Capitão da equipa encarnada desde cedo. O seu virtuosismo permitiu-lhe jogar como avançado flexível, destacando-se na posição de ponta de lança (43 jogos) e como médio ala (40 jogos).

Imprevisível, impressionava pela capacidade de improvisação, criando com facilidade lances de génio a partir do nada. Foi o melhor jogador benfiquista durante grande parte da década de 90. Um craque.

Enquanto atleta do Clube, registou 55 internacionalizações e marcou 18 golos ao serviço da Selecção Nacional. Ajudou o Benfica a conquistar 1 Campeonato Nacional (93/94 - época em que assinou um hat-trick frente ao Sporting, em Alvalade, contribuindo para o mítico triunfo de 6-3, num encontro que é ainda considerado por muitos como o jogo da sua vida) e 2 Taças de Portugal, tendo jogado ambas as finais, em que somou 3 golos.
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Torres (11/09/38) - Presença e talento

Representou o Benfica durante 12 épocas, entre 1959/60 e 1970/71, tendo realizado 347 jogos e marcado 284 golos.
Possuidor de um perfil físico invulgar, alto e esguio como um basquetebolista, Torres soube afirmar o seu estilo inconfundível de atacante, retirando o máximo proveito das suas características corporais.

O epíteto de "bom gigante", alcunha por que ficou conhecido no mundo do futebol, define bem a sua silhueta afectiva e física. Estreou-se a 25/10/59, na Luz, num jogo do Campeonato Nacional, com o SC Covilhã (2-1).

A sua ascensão na equipa não foi imediata. A posição que ocupava no terreno, estava entregue a um nome reputado: José Águas.

Na época de 62/63, acabaria por retirar a titularidade ao "mestre", que nessa temporada apenas cumpriu 4 jogos. Torres tornou-se rapidamente numa pedra fundamental do ataque "encarnado".

A facilidade com que se movimentava dentro da área faziam dele uma arma temível para os adversários. No jogo aéreo, "afogava" os defesas com os seus quase 2 metros de altura, colocando a bola no fundo das redes com autoridade e astúcia.
Nunca escondeu a sua tristeza por não ter participado na conquista dos 2 títulos europeus, em que não tomou parte fruto da lei tardia das substituições (na segunda final, Cavém lesionou-se.

Torres estava lá, preparado para alinhar. O regulamento não deixou...). A este sentimento juntou a "felicidade infeliz" de ter estado nas restantes 3 finais europeias da década de 60, em que foi vice-campeão.

No Campeonato do Mundo de 1966, deixou igualmente a sua marca indelével. Após ter sido dos mais utilizados na fase qualificação, desempenhou papel preponderante na fase final, ao alinhar em todos os encontros e marcando 3 golos.

Foi 33 vezes internacional. Pelo Benfica, venceu 9 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal. Foi o melhor marcador do campeonato português na época de 62/63, com 26 golos.
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'Inferno da Luz' Uma Luz que se apagou

Quando as novas gerações de adeptos do Benfica ouvem falar do ‘Inferno da Luz’ devem sentir dificuldade em imaginá-lo. O prestígio do recinto inexpugnável, na realidade construído exclusivamente por equipas de grande capacidade e força, assentava sobre sequências enormes de vitórias ao longo das temporadas, que se tornou impossível repetir a partir de meados dos anos 90, mais exactamente a presidência de Manuel Damásio e a passagem de Artur Jorge pelo lugar de treinador.



De facto, desde 1994, o Benfica sofreu em casa 23 derrotas, tantas quantas as registadas nos 50 anos anteriores. É uma transformação radical, para pior, que acentua a perda de influência social do emblema encarnado, entre as gerações mais jovens, com o mítico recinto a incutir cada vez menos respeito aos visitantes, nestes anos em que o marketing inventou o chamado ‘voo da águia’ a anteceder cada jogo – que se tornou até na única Vitória que os benfiquistas conseguem aplaudir na maioria das idas à Luz.

Neste ano, com José Antonio Camacho, o Benfica venceu menos de metade dos jogos, regressando à tendência do século XXI em que só uma vez, no ano do título com Trapattoni, conseguiu ultrapassar as 11 vitórias em casa. No ano passado, com um registo de 11-4-0, Fernando Santos conseguira a proeza rara de acabar o ano sem qualquer derrota caseira, o que já não acontecia desde o campeonato de 1994, ganho por Toni, com um recorde semelhante de 13-4-0.

O factor-casa é normalmente decisivo para a conquista de títulos e destaca-se como uma imagem de marca do FC Porto das últimas décadas. O Estádio das Antas também foi sempre um recinto muito complicado para os visitantes, com um recorde de mais de sete anos consecutivos sem qualquer derrota (de 82 a 89), que acabou por conferir-lhe um prestígio que ainda perdura nos nossos dias. Depois de um ano atípico em 1995, com cinco derrotas, o novo Dragão vem recuperando a sua imagem de bastião do Norte, com realce para a sequência de resultados desta temporada, em que apenas o Belenenses conseguiu não perder.

A grande diferença entre FC Porto e Benfica reside precisamente no número de pontos perdidos em casa e na fiabilidade das respectivas equipas, que se mede em primeiro lugar pela capacidade de garantir o essencial, as vitórias, à frente dos espectáculos e das grandes noites. O público do Dragão pode assobiar Quaresma ou Lucho mas fá-lo de barriga cheia, gozando a tranquilidade de uma sequência de triunfos quase sem defeito.

As dificuldades evidentes do Benfica dos nossos dias trouxeram à baila uma justificação insólita de Camacho, para quem a pressão do próprio estádio se teria tornado insuportável. Uma declaração mais do que insólita, até qualquer português sabe que o Benfica, exceptuando no Dragão e em Alvalade, actua sempre perante um público maioritário e pressionante.

Uma equipa que não consegue responder a essa pressão básica não está à altura das tradições do clube e não deixa grande margem para dar a volta à situação. Camacho e a sua equipa passam à História como dos mais frágeis, necessitando agora de operar uma absoluta transformação para escapar ao recorde negativo. Desde 1972, quando o campeonato passou a ter pelo menos 16 equipas, só uma vez o Benfica não chegou a pelo menos 10 vitórias em casa, mas esse triste recorde está seriamente em risco de ser igualado ou batido neste ano. Para fazer melhor que as nove vitórias da equipa de Autuori e Manuel José, em 1996/97, a de Camacho teria de ganhar as seis partidas que ainda lhe restam na Luz, o que se afigura altamente improvável considerando os antecedentes.

É um facto que o ‘Inferno da Luz’ já não existe, extinguiu-se. A televisão, os jogos à noite, o acomodamento do público e, sobretudo, a demolição do Terceiro Anel apagaram lentamente essa ‘chama imensa’ que aterrorizou adversários nacionais e europeus décadas a fio.

A MARCA DE JIMMY HAGAN

Por causa do modo controverso como saiu do Benfica, em conflito com a direcção que o desautorizou e com uma relação desgastada com os jogadores, o inglês Jimmy Hagan nem sempre recebeu o reconhecimento devido. Uma das suas proezas foi a sequência esmagadora de invencibilidade no Estádio da Luz, cedendo apenas três empates em três temporadas, com uma sequência de 21 vitórias consecutivas que, aliás, ainda estava a correr quando decidiu deixar o clube, no Outono de 1973, e que Fernando Cabrita ainda conseguiu prolongar por mais seis jornadas.

Tal como Hagan, também o seu compatriota John Mortimore geriu uma equipa invencível em casa ao longo de três temporadas, entre 1977 e 1979, vindo a sofrer apenas uma derrota durante a segunda passagem pelo clube, já nos anos 80, apresentando um fantástico registo de 64 vitórias em 75 jogos na Luz.

Outro treinador invencível foi o húngaro Lajos Baroti, bicampeão no início dos anos 80, conseguiu não perder qualquer partida da Liga, cedendo apenas dois empates em 30 jornadas. O técnico que lhe sucedeu, Sven-Goran Eriksson, manteve o andamento, com quatro empates em dois anos, o que contribuiu decisivamente para o registo de invencibilidade caseira que ainda hoje perdura, de 78 jogos consecutivos sem derrotas em casa, mesmo assim muito aquém do recorde do FC Porto, de 119 jogos.

Tal como Mortimore, Eriksson veio a perder em casa pela primeira vez apenas no seu quinto e último ano no clube, num jogo com o Boavista. Algo de idêntico marca a carreira de Toni, que esteve no cargo em três fases diferentes, empatando muitas vezes mas vindo a ser batido pela primeira vez somente na derradeira experiência, quando sucedeu ao alemão Heynckes, na fase decadente da velha Luz, pouco antes da traumatizante demolição.

JOGOS E DERROTAS

Hagan 44 0

Baroti 30 0

Mortimore 75 1

Eriksson 83 2

Toni 81 2

Guttmann 51 2

Otto Glória 65 3

Biri 78 4

Camacho 37 5

GLÓRIA DE FERNANDO SANTOS

Em 15 anos, Fernando Santos foi o único treinador do Benfica a acabar uma temporada sem ser derrotado em casa. Era a sua especialidade. Em cinco épocas ao serviço dos três grandes, regista 75 vitórias e apenas duas derrotas, em 86 partidas – notável para quem é tão contestado.

SAUDADES DOS DOMINGOS À TARDE

Com luz natural, a Luz era o verdadeiro inferno. A perda de ‘autoridade’ do estádio coincide com uma significativa alteração de hábitos – o fim dos jogos ao domingo à tarde e a transformação cénica da iluminação artificial, por causa da ditadura da TV.

ANTAS E DRAGÃO A MESMA TRADIÇÃO

O Dragão recompôs-se da época de Fernandez e Couceiro e está à altura da tradição das Antas. Será, porém, difícil bater o recorde de 119 jogos consecutivos (109 vitórias, 10 empates) de invencibilidade, interrompida em 1989 por um golo que celebrizou Aparício, V. Setúbal.

A ORDEM DOS NOVOS ESTÁDIOS

Os estádios do Euro’2004 estabeleceram uma nova ordem de ‘poder’: o Estádio do Dragão é hoje, destacadamente, o recinto mais difícil para os adversários, com uma percentagem de 75 % de vitórias, contra 72 % do Sporting no Alvalade XXI e de apenas 65 % do Benfica na nova Luz.

DRAGÃO: 75 % - 67 jogos/50 vitórias

ALVALADE XXI: 72 % - 74 jogos/53 vitórias

LUZ II: 65 % - 71 jogos/46 vitórias e 18 empates/7 derrotas

ANTIGO ESTÁDIO DA LUZ

DERROTAS DO BENFICA A JOGAR EM CASA

Nos primeiros anos do século XXI, o Benfica já sofreu em casa mais derrotas do que ao longo das três décadas de ouro, os anos 60, 70 e 80, quando vencer na Luz era, realmente, uma enorme proeza. Em toda a década de 60, o Benfica sofreu apenas três desaires em casa, um em 1962 (FC Porto) com Fernando Riera, outro em 1965 (Sporting) com Bela Guttmann e um terceiro já em 1970 (contra a CUF) com Otto Glória.

ANOS 40: 6

ANOS 50:14

ANOS 60: 3

ANOS 70: 4

ANOS 80: 4

ANOS 90: 13

SÉCULO XXI: 17
João Querido Manha
 

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Benfica pode conquistar a 100ª vitória em casa na Europa

O Benfica pode conquistar esta quinta-feira a 100ª vitória em casa em jogos das competições europeias. A equipa de José Antonio Camacho defronta, na Luz, os alemães do Nuremberga no encontro da primeira mão dos 16-avos-de-final da Taça UEFA.

É a 294ª partida dos encarnados em provas continentais, com um saldo bastante positivo sobretudo em casa.

Resultados dos 293 jogos do Benfica na UEFA:

Casa

V - 99
E - 30
D - 14

Fora

V - 40
E - 39
D - 63

Campo Neutro

Vitórias - 2
Empates - 1*
Derrotas - 5**

* No desempate por grandes penalidades, o Benfica perdeu 5-6 com o PSV.

** As finais da Taça dos Campeões de 1964/65 e 1967/68, formalmente em campo neutro, realizaram-se no país dos adversários, Inter e Manchester United, respectivamente

Todos os jogos, por competição:

Taça dos Campeões e Liga dos Campeões

Jogos: 177
Vitórias: 85
Empates: 40
Derrotas: 52
Golos: 320-187

Taça das Cidades com Feira e Taça UEFA

Jogos: 74
Vitórias: 35
Empates: 18
Derrotas: 21
Golos: 113-84

Taça das Taças

Jogos: 42
Vitórias: 21
Empates: 12
Derrotas: 9
Golos: 67-34

Totais:

Jogos: 293
Vitórias: 141
Empates: 70
Derrotas: 82
Golos: 500-305
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Medo de voar desde 1962-Viagens: Eusébio

Eusébio tem medo de andar de avião desde Maio de 1962, quando apanhou “um susto de morte” no regresso do Brasil, onde a Selecção Nacional foi efectuar dois jogos particulares diante do escrete.



“Estávamos a voar sobre o Senegal quando o avião começou a ter problemas. O piloto avisou que tinha sido detectada uma avaria e que decidiu aterrar de emergência em Dakar. Mas antes de pousarmos na pista passámos momentos dramáticos. A dada altura, o avião ficou com um cheiro insuportável a gasolina e muito fumo. Quando olhámos pela janela vimos o combustível a ser derramado”, começou por contar o Pantera Negra, lembrando que na altura “tinha 20 anos”.

“Até aterrarmos, só os mais experientes é que estavam descansados. Se bem me recordo, disseram-nos várias vezes que os aviões foram feitos para planar. Mas nem isso me acalmou. Eu estava mesmo em pânico”, acrescentou. Mas a aterragem em Dakar correu “bem”. “Pousámos com suavidade, rodeados por carros de bombeiros, sirenes, polícias”, observou.

No Senegal, a comitiva portuguesa esteve “várias horas” à espera que “arranjassem” o avião. “Foram mais de 16 horas”, diz José Augusto, um dos passageiros “do Boeing da Pan Air”.

“Passado esse tempo todo, o piloto foi ter connosco e disse que íamos seguir viagem. Ninguém o ouviu. Eu e a maioria dos outros jogadores não queríamos voltar a entrar no avião”, recorda Eusébio.

O impasse, no entanto, acabou por ser resolvido: “A dada altura, um tipo inglês que dizia ser o responsável pela manutenção dos aviões em Dakar foi falar com a comitiva nacional e garantiu-nos que o Boeing 707, creio, estava como novo. A malta estava toda sentada no chão. Levantámo-nos e fomos para o avião.”

No regresso a Lisboa, segundo o antigo jogador do Benfica, reinou o silêncio. “Ninguém disse fosse o que fosse. Só se ouvia os motores e as instruções do piloto. Eu, como muitos outros, passei o tempo a rezar.”

Mal o avião aterrou na Portela, Eusébio fez pela última vez algo que fazia sempre que pisava terra firme: “Bati palmas até me doerem as mãos. Mas o pior estava para acontecer. O avião que nos trouxe do Brasil fez a viagem de regresso algum tempo depois. Não chegou a aterrar. Contaram-me que caiu perto do (Aeroporto do) Galeão (Rio de Janeiro) e que morreram mais de 150 pessoas. É por isso que mesmo agora, com 66 anos, ainda tenho medo de andar de avião.”

AS ATERRAGENS NA MADEIRA

Tiago joga actualmente na U. Leiria mas é dos tempos que passou na Madeira, ao serviço do Marítimo, que guarda as piores recordações no que a viagens de avião se refere.

“Era uma tremenda aflição aterrar no Funchal. Recordo-me de um episódio que ocorreu quando voltávamos de um jogo no Continente. Havia muita turbulência e o piloto tentou fazer a aproximação, mas apercebeu-se de que ia apanhar a pista já quase a meio e teve que levantar voo outra vez. Acabámos por pousar em Porto Santo”, recordou ao Correio Sport o jogador, de 32 anos.

O RECEIO DE VOAR DO EMIGRANTE

Pedro Pauleta fez quase toda a carreira em clubes internacionais – Paris Saint-Germain (o actual), Bordéus, D. Corunha e Salamanca –, o que o obrigou a enfrentar o medo de voar por muitas ocasiões.

Os jogos caseiros, as deslocações para as competições internacionais e a Selecção Nacional fizeram com que o experiente avançado andasse em constantes viagens. O jogador, de 34 anos, é natural da ilha de São Miguel, Açores, e chegou a jogar em vários clubes locais... o que também o levou a realizar muitas viagens de avião.

MOMENTOS DE HORROR DE FERNANDO CHALANA

Fernando Chalana começou cedo a viajar de avião – aos 15 anos, com a selecção de juniores. Mas teve sempre dificuldade em ultrapassar o medo de voar. E ainda hoje sofre...

“Tenho pavor. Levantar e aterrar são momentos de horror. Se tremer muito agarro-me à cadeira e grito, o meu sistema nervoso reage com suores frios”, afirmou à revista ‘Sábado’ a antiga estrela do Benfica e da Selecção Nacional, de 49 anos.

“Sento- -me junto à janela, para ver tudo, mas se passar uma zona de nuvens fico muito impaciente. Ainda hoje me lembro de viagens terríveis”, acrescentou o treinador-adjunto das águias.

BERGKAMP O 'HOLANDÊS NÃO-VOADOR'

O antigo avançado Dennis Bergkamp é um dos casos mais famosos de jogadores com medo de andar de avião. O atleta, de 38 anos, recusava-se a voar, realizando muitas das deslocações de comboio ou de carro.

Devido a este pânico, a antiga estrela de Arsenal, Inter e Ajax ficou com a alcunha de ‘Holandês Não-Voador’. O medo de Bergkamp surgiu em 1994, durante o Mundial de Futebol dos Estados Unidos. Quando a sua selecção se preparava para viajar, um dos jornalistas a bordo começou a questionar o atraso da partida e falou de uma possível bomba a bordo.

O que provocou o pânico, particularmente em Bergkamp. Mas há outros nomes internacionais com medo de voar: o ex-seleccionador espanhol Javier Clemente e o avançado brasileiro Luís Fabiano (do Sevilha), entre outros.

TRAGÉDIO NO REGRESSO AO BRASIL

Eusébio diz que o avião que transportou a Selecção após a digressão ao Brasil (1962) caiu na viagem de regresso, perto do Aeroporto do Rio de Janeiro. “Morreram mais de 150 pessoas”

PROMOVER O EURO'2004

Eusébio da Silva Ferreira deu o seu nome a um avião da TAP para promover o Europeu de Futebol de 2004, que se realizou no nosso país. O Airbus A319, com capacidade para 132 passageiros, foi apresentado publicamente em Fevereiro de 2004 e o objectivo era chamar a atenção para a competição nas rotas europeias. “É uma grande honra para mim”, afirmou aquele que é considerado o melhor jogador português de todos os tempos.

"JOGADORES SABEM E VÃO LOGO TER COMIGO"

“O meu pânico só dura nos momentos antes de me sentar no avião. Mas como os jogadores do Benfica ou da Selecção sabem o que se passa, mal me vêem vão logo ter comigo e eu fico mais à vontade.”

DUAS DERROTAS COM A SELECÇÃO DO BRASIL

Em Maio de 1962, Portugal perdeu dois jogos diante do Brasil. O primeiro (dia 6), por 2-1 (Garrincha e Zequinha; Coluna), em São Paulo, e o segundo no Maracanã (dia 9), por 1-0, golo de Pelé.
Octávio Lopes
 
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