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Historial do Benfica.

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Rui Costa--Já marcou ao Benfica mas ao Sporting não

Rui Costa nunca marcou um golo ao Sporting em jogos oficiais... embora até já tenha facturado frente ao seu Benfica, quando alinhava na Fiorentina. O maestro disputou apenas seis partidas oficiais, todas para o campeonato, diante do velho rival, quatro na sua primeira passagem pela Luz e duas nesta segunda. O balanço é positivo, com três vitórias, uma derrota e dois empates.



O n.º 10 chegou aos seniores do Benfica na época de 1990/91, ano em que também jogou emprestado no Fafe, mas nessa temporada, em que Eriksson conduziu as águias ao título, não defrontou os leões. Na época seguinte, alinhou em 21 partidas do campeonato mas voltou a não ser opção do técnico sueco nos dérbis. A estreia só aconteceu em 1992/93, pela mão de Tomislav Ivic.

A 17 de Outubro de 1992, os rivais defrontaram-se em Alvalade, num jogo que ficou célebre pelo golo de Balakov logo aos 12 segundos. Iordanov fez o 2-0 final na segunda parte. Rui começou no banco e entrou aos 43 minutos para o lugar de Yuran. “O habilidoso futebolista foi jogar na posição de ponta-de-lança, que nada tem a ver com as suas características”, escreveu o CM na altura.

Do dérbi da segunda volta, o maestro guarda melhores recordações. O Benfica venceu por 1-0 na velha Luz, golo de Paulo Futre. Rui Costa foi titular e saiu aos 82 minutos, entrando Hernâni. A crónica do CM teceu elogios ao então jovem de 20 anos: “Pacheco e Rui Costa semearam o perigo junto à baliza leonina.”

Na temporada seguinte (93/94), o Benfica foi campeão, com Toni ao leme, e os jogos com os leões foram determinantes. Na primeira volta, na Luz, Rui Costa jogou pela primeira vez os 90 minutos num dérbi. Num jogo escaldante, realizado uma semana depois de Sousa Cintra despedir Robson e contratar Queiroz e do acidente de Cherbakov que o deixou paraplégico, o Benfica venceu por 2-1. Os leões estiveram a ganhar, com um golo de Figo, mas Yuran empatou e um míssil de Isaías arrumou a questão a oito minutos do fim. Para o CM, Rui Costa foi “versátil, veloz” e “um dos homens mais difíceis de controlar”. O maestro esteve perto de marcar pela primeira vez ao rival. “Espectacular slalom aos 67 minutos, isola-se, e falha o segundo golo por centímetros”, lia-se no CM.

Na épica partida da segunda volta, o Benfica venceu por 6-3 em Alvalade, com uma exibição perfeita de João Pinto (três golos), e deu passo decisivo para obter o título. Rui Costa, surpreendentemente, ficou no banco e só entrou aos 71 minutos, quando o Benfica já vencia por 5-2.

Na época passada, a do regresso à Luz, as lesões impediram Rui Costa de jogar o dérbi de Alvalade, na primeira volta, que o Benfica venceu por 2-0 (golos de Ricardo Rocha e Simão). O maestro actuou os 90 minutos no jogo da Luz, que terminou empatado (1-1), golos de Liedson e Miccoli. Já nesta temporada, na Luz, foi titular e saiu aos 88', num jogo que acabou sem golos.

DÉRBIS DISPUTADOS

1992/93 (17/10/92) Sporting-Benfica, 2-0 Entrou aos 43'

1992/93 (21/3/93) Benfica-Sporting, 1-0 Foi titular e saiu aos 82'

1993/94 (18/12/93) Benfica-Sporting, 2-1 Jogou os 90’

1993/94 (14/5/94) Sporting-Benfica, 3-6 Entrou aos 71'

2006/07 (29/4/07) Benfica-Sporting, 1-1 Jogou os 90’

2007/08 (29/9/07) Benfica-Sporting, 0-0 Foi titular e saiu aos 88'

EMPATE

Na primeira volta, na Luz, Rui Costa foi titular e saiu aos 88’. O jogo terminou sem golos.
Bernardo Esteves
 

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Rui Costa é o melhor jogador que já treinei na minha carreira

José Antonio Camacho assegura ao Correio Sport que não lhe restava outro caminho senão demitir-se. O técnico espanhol diz que sentiu falta de confiança no seu trabalho mas não guarda rancor a ninguém. E garante que teve uma boa relação com Rui Costa, que considera ser o melhor jogador que já treinou.



- Correio Sport – Continua a pensar que tomou a melhor decisão ao pedir a rescisão de contrato?

– Às vezes podemos equivocar-nos mas estamos aqui para tomar decisões. O Benfica está em 2.º lugar na Liga, continua na Taça de Portugal, mas creio que não houve confiança suficiente para que eu continuasse a trabalhar.

- Sentiu que não havia confiança no seu trabalho?!

- Não sou eu que o digo, os jornalistas também viram qual era a situação. Talvez pesasse mais uma situação, talvez pudesse ser outro o problema, mas a seguir ao jogo com a União de Leiria perguntei às pessoas do clube se viam solução para o problema e se mantinham a confiança no meu trabalho. Senti que não havia essa confiança.

- Refere-se à reunião que precedeu o anúncio da sua saída, ao lado do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira?

– Depois do jogo, conversei com o presidente e os assessores. Falei também com alguns jogadores e perguntei-lhes se achavam que havia solução, sobretudo para o que estava a acontecer nos jogos em casa, em que perdemos pontos com equipas muito inferiores ao Benfica. Todos acharam que a equipa estava mal e não se via a possibilidade de haver uma reacção positiva. E disseram que havia que fazer alguma coisa para mudar o rumo dos acontecimentos.

- Afinal, pediram-lhe ou não que ficasse?

– Ninguém insistiu para eu continuar. Eles não estavam a ver nenhuma possibilidade de a equipa reagir à crise de resultados, eu também não, por isso decidi que teria de ser eu a buscar uma solução ao problema, retirando pressão à equipa e criando-lhe motivação extra. Isso talvez só fosse possível com a mudança de treinador.

- Foi um risco ter assumido o comando da equipa com o plantel incompleto e muitas lesões?

– Tinha de tentar, pensava que íamos reforçar a equipa, mas isso não veio a acontecer. Disseram-me que não se podia trazer os reforços que pedi, e quando não se pode não se pode.

- Não se podia porquê, por ter pedido jogadores muito caros?

– Pedi jogadores de nível. Sempre disse que para virem reforços, teriam de ser jogadores que fizessem a diferença. Reforçar por reforçar não fazia sentido, para isso mais vale apostar em jovens oriundos da formação.

- Pediu Soldado, Gilberto e quem mais?

– Pedi também jogadores portugueses, com valor para reforçar a equipa. Mas não adianta agora falar de nomes, porque posso ser mal interpretado.

- Mesmo assim, é difícil explicar o que está a acontecer ao Benfica nesta fase...

– Se tivesse uma explicação já teria solucionado o problema. É difícil explicar. Talvez seja desmotivação, mas não percebo como. Quando estás a ganhar por 2-1 e tens tudo para chegar ao fim e somar três pontos, não acredito que se deixe escapar a vitória por uma mera desmotivação.

- Se tivesse pegado na equipa desde o início teria sido diferente?

- Logicamente, cada treinador tem os seus métodos e a sua maneira de ser. Eu e o meu antecessor somos diferentes. Mas admito que se pegasse na equipa de início algumas coisas teriam sido diferentes.

- Alguns críticos dizem que foi um erro ter revelado a nomeação de Rui Costa como director desportivo com a época no seu início. Também pensa dessa maneira?

– Particularmente, não vi nada diferente, portanto não vejo isso como um erro. Mas também não posso saber qual é o pensamento de um jogador ao dirigir-se ao companheiro que no ano seguinte vai ser seu director desportivo. São coisas que dependem da personalidade de cada um e não posso adivinhar o pensamento de um jogador. Mas, pessoalmente, dei-me bem com Rui Costa.

- Houve muita especulação com o abraço que deram a seguir ao jogo com o Sporting, em Alvalade...

– Não sei porquê, são coisas do futebol, num momento particularmente difícil da minha vida pessoal. O resto são especulações.

- Rui Costa tem o perfil ideal para ser o director desportivo?

– Penso que sim. Com as ideias que tem do futebol, Rui Costa pode ser muito útil ao Benfica como director desportivo.

- Ficou surpreendido com o seu rendimento em campo?

– Nesse aspecto, devo dizer que Rui Costa é o melhor jogador que já treinei na minha carreira. E digo isso porque, aos 36 anos, tendo em conta aquilo que pensei que ele podia dar, foi aquele que me demonstrou o que é jogar e treinar a 100 por cento. Felizmente, na minha vida encontrei grandes futebolistas, mas Rui Costa foi o melhor.

- Desde que chegou, afirmou sempre que o acesso à Liga dos Campeões era a grande prioridade. Sentiu que não havia condições para lutar pelo título?

– Nada disso, tivemos possibilidades de ganhar ao FC Porto e lutar com eles pelo título. Mas derrotaram-nos na Luz e tudo ficou mais difícil. Há que reconhecer que o FC Porto teve um começo demolidor, em que não perdiam pontos. Aquela derrota deixou-nos a sete pontos de distância e a partir daí tudo se tornou mais difícil. Ir à Champions League era importante em todos os aspectos para o Benfica e por isso procurei motivar os jogadores nesse sentido.

Em sua opinião, a diferença de pontos reflecte a diferença de valor entre FC Porto e Benfica?

– Não sei, eles mantiveram a mesma equipa, jogam juntos desde o início da Liga e isso dá-lhes vantagem. Por outro lado, criou-se uma expectativa muito grande no Benfica, talvez porque o presidente disse que este era o melhor plantel dos últimos dez anos. Os jogadores do Benfica encontraram pela frente outros grandes jogadores.

- Se soubesse que não iria haver reforços teria dispensado nove jogadores em Janeiro?

– Pensava que ia ter pelo menos quatro reforços. Makukula era um dos avançados preferidos, depois queria, pelo menos, um lateral e um médio. Mas se não pôde ser não pôde ser. O plantel ficou curto, talvez com mais qualidade mas com muitas lesões.

- Porquê tantas lesões?

– Não sei. Lembro que quando eu cheguei o Benfica tinha batido o recorde da Europa, com sete lesões musculares. Tive de chamar dois juniores, Miguel Vítor e Romeu Ribeiro, mantive no plantel o Bynia, que já estava emprestado ao Estrela da Amadora. Não havia médios. Ao contrário do que sucedeu na minha primeira passagem pelo Benfica, desta vez quase não tivemos o Petit. Não fez mais que dois ou três jogos seguidos. Com o Nuno Gomes aconteceu o mesmo. A época podia ter sido diferente sem estas situações.

- Da primeira vez, lançou Manuel Fernandes, agora Bynia. São jogadores comparáveis?

– Neste momento, a equipa sente a falta de Bynia quando ele não joga. É um excelente recuperador de bolas e tem grande carácter. Se não joga, nota-se.

- Chegou a despedir-se dos seus jogadores?

– Sim, despedi-me deles na segunda-feira, por volta das três e meia da tarde...

- Foi um momento difícil?

– Foi difícil porque, normalmente, uma equipa de futebol é como uma família e os tempos não voltam a ser os mesmos. Mas disse-lhes que tinham de reagir e procurar corresponder às expectativas dos adeptos.

- Teria gostado de ver Chalana eliminar o Getafe?

– Seria um motivo de enorme alegria para mim, porque o Fernando Chalana é um benfiquista de toda a vida. Trabalhou connosco na nossa primeira vez no Benfica e voltou agora. Penso que ele adquiriu experiência suficiente para transmitir à equipa a reacção de que necessita neste momento.

- Acreditou que o Benfica pudesse ultrapassar o Getafe?

– Sim, porque o Getafe estava destroçado pelas lesões e o Benfica costuma ter grande rendimento fora de casa. Mas o Getafe é uma das equipas-sensação de Espanha, é um adversário difícil para qualquer equipa neste momento. Há que levantar a cabeça e seguir em frente.

- Que sensação lhe provoca toda esta situação?

– Não sei, apenas posso dizer que tenho muito respeito pelo Benfica. Desejo muita sorte ao clube, o tempo que passei na Luz foi estupendo. Não guardo rancor a ninguém. Tirei alto rendimento da equipa em alguns períodos. O problema são os jogos em casa. É um mistério. Há jogos em que se precisa de um treinador mas há muitos em que uma equipa nem precisa do treinador. É uma questão de carácter, sentir a necessidade e a obrigação de cumprir o objectivo. Para isso não precisa nem do presidente, nem do treinador.

- Voltaria a treinar o Benfica?

– Acho muito difícil. Levo grande impressão do clube, é difícil encontrar em todo o Mundo adeptos como os do Benfica, tão pacientes e agradecidos. Mas é tudo tão recente que nem vale a pena estar a colocar a hipótese nesta altura.

- Disse que continua amigo de Luís Filipe Vieira. Que lhe diria nesta hora?

– Continuo amigo do presidente e desejo-lhe a melhor sorte do Mundo. Penso que é altura de o Benfica construir uma equipa que esteja a um nível superior ao do estádio, treinador ou centro de estágio e à altura da nossa ‘afición’. Muitos analistas falam da situação económica mas é uma questão secundária. Não é isso que faz a alegria dos adeptos. A base que existe é boa, com mais três ou quatro reforços pode-se formar uma grande equipa, até porque já lá está o Fillipe Bastos (médio defensivo brasileiro de 17 anos) que é um grande talento.
António Pereira
 

G@ngster

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Benfica - Rui Costa recebe medalha de ouro de Lisboa

CÂMARA APROVA PROPOSTA POR UNANIMIDADE



A Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, a atribuição da medalha de ouro da cidade a Rui Costa. A proposta subscrita pelo presidente António Costa (PS), qualifica o médio do Benfica como "uma das maiores figuras do futebol português das últimas décadas".

"A Câmara Municipal de Lisboa não deve alhear-se do momento assinalável que constitui o encerramento da carreira deste grande futebolista português", considera a deliberação, lembrando o facto de o ex-internacional português se despedir dos relvados no final desta temporada, o que deverá acontecer a 11 de Maio, no Estádio da Luz.

"Além da excelência da sua carreira de jogador profissional, Rui Manuel César Costa deu sempre mostras de um assinalável 'fair play', reconhecido por todos os intervenientes do fenómeno futebolístico, incluindo adversários desportivos, tornando-se um bom exemplo para todos os jovens desportistas", defende ainda a autarquia lisboeta.

Em 18 anos de carreira, Rui Costa conquistou um Mundial de sub-20, um campeonato nacional, uma Taça de Portugal, um campeonato italiano, 3 Taças de Itália, uma Supertaça de Itália, uma Supertaça europeia e uma Liga dos Campeões, ao serviço de Benfica, AC Milan e Fiorentina.

Pela Selecção Nacional, o Maestro realizou 94 encontros e apontou 26 golos, despedindo-se da camisola das quinas na final do Euro'2004.
 

ronaldo7

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axo que este texto esta muito bem feito.:espi28:
xo tem e uma coisa o rui costa devia de ter ficado mais uma epoca,foi uns dos melhores jogadares do benfica esta ultima epoca.:36_2_51::Espi06::Espi06:
 

G@ngster

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'O Maior' faria hoje 60 anos

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Chamaram-lhe muitas coisas. ‘O rapaz do brinco’. Génio. Louco. Nos tempos do V. Setúbal, dois colegas deram com ele frente a um espelho, durante um estágio, a falar para a própria imagem: "Ó meu Deus, porque me fizeste tão belo?" A alcunha ficou, ‘Meu Deus’. Devido a uma certa fanfarronice, também lhe chamavam ‘Gargantas’. Mas para si mesmo era apenas ‘O Maior’. E isso resumia a sua vida. O maior, para o Bem e para o Mal.



Se fosse vivo, Vítor Baptista faria hoje 60 anos. Nasceu em Setúbal e no Vitória iniciou-se no futebol aos 13 anos, quando já trabalhava como electricista. No percurso juvenil de-senvolveu qualidades acima da média e aos 18 anos o seleccionador José Maria Pedroto chamou-o à selecção de juniores. Estávamos em 1967, ano de outra estreia, na equipa sénior do Vitória, contra o Leixões, em jogo da Taça de Portugal. Era ainda júnior e do clube recebia em géneros: refeições pagas na Pensão Vitória.

A emergência de um talento que não tardaria a ser cobiçado obrigou os dirigentes a oferecer-lhe contrato profissional. 'Dois contos e quinhentos por mês', recorda Fernando Tomé, antiga glória do futebol sadino e o melhor amigo de Vítor Baptista nesses tempos. 'Tratávamo-nos por ‘irmão’. Houve um jornalista que um dia até nos chamou ‘irmãos siameses’.' Tomé relembra o Vítor Baptista desses tempos como 'um menino grande'. 'Para ele, a vida era uma brincadeira, um grande jogo. Tinha coração de ouro, dava a camisa pelos amigos, mas não levava as coisas a sério. Isso haveria de ser-lhe fatal.'

Após avançar do meio-campo para o ataque, Vítor Baptista marcou 33 golos pelo V. Setúbal em duas épocas. Era o jogador mais cobiçado do futebol português, com o passe avaliado em 6 mil contos. Uma fortuna em 1971. O Vitória fazia tudo para segurar a pérola mas era impossível. Surgem notícias de conversações com o Sporting, e isso bastou para o Benfica ‘perder a cabeça’:eek:fereceu uma das suas estrelasde sempre, José Torres, juntou-lhe dois jogadores de bom potencial, Matine e Praia, acrescentou 3 mil contos – e ganhou a corrida.

Na Luz, Vítor Baptista viria a conquistar cinco títulos de campeão nacional. Jogava na Selecção, ganhava bom dinheiro – e fazia todos os dias a viagem entre Setúbal e Lisboa no seu fantástico Jaguar 4.2, um ícone automobilístico da época. Estava no topo.

Sem que se saiba muito bem quando e onde, Vítor Baptista iniciou então uma descida vertiginosa ao Inferno. Enquanto o corpo aguentou, conciliou futebol e vícios. Voltou ao V. Setúbal, jogou no Boavista, andou por divisões secundárias – e acabou perdido nos distritais. Onde já só recebia uma sandes como ‘ordenado’. Para alimentar a dependência da droga e do álcool, começou a roubar. Foi condenado e esteve preso. Mãos amigas tentaram ajudá-lo mas já era demasiado tarde. Morreu com 50 anos. Passou pela vida quase à velocidade da bola saída dos seus pés. Ou terá sido a vida que passou por ele?

PERFIL

Vítor Baptista começou a jogar futebol nas escolas do V. Setúbal com 13 anos. Com idade de júnior, estreou-se na equipa sénior (1967). Jogou no Benfica de 1971/72 a 1977/78. Voltou ao V. Setúbal (1979). Seguiram-se Boavista, Earth Quakes (Estados Unidos), Amora, Montijo, U. Tomar, Monte da Caparica – e acabou no Estrelas do Faralhão, equipa dos regionais de Setúbal, em 1985/86

UMA VIDA DIFERENTE

O isqueiro de Pedroto: Ao serviço do V. Setúbal, Vítor Baptista teve uma tarde de glória nas Antas. Ao intervalo do jogo com o FC Porto, Pedroto, treinador sadino, acendeu um cigarro com um isqueiro de ouro que V. Baptista cobiçou. O técnico promete-lhe a preciosidade se ele marcar dois golos. Ele marcou mesmo e ao segundo correu para o banco a reivindicar o prémio.

Motorista com boné: Vítor Baptista mudou-se para o Benfica mas continuou a morar em Setúbal. Comprou um Jaguar e nos primeiros tempos arranjou um motorista para o conduzir aos treinos. Um motorista com boné.

História de fim triste: Quando a sua vida já era um pântano, Vítor Baptista trabalhou, por caridade da Câmara de Setúbal, num jardim e depois no cemitério. Vivia numa barraca. Mas dizia-se rico. 'Nasci nu e agora tenho um trapo para me vestir. Vou mais rico desta vida do que quando vim ao Mundo.'

ESTÓRIAS DE UM PERCURSO ACIDENTADO

O brinco: A história do brinco é incontornável. Perdeu-o num dérbi após marcar o golo do Benfica que deu a vitória sobre o Sporting. Nunca o encontrou e no final do jogo queixou- -se: 'Perco dinheiro a trabalhar. O brinco valia 12 contos e o prémio de jogo são só 8.'

O ‘Maior’: Em Outubro de 1976, Vítor Baptista renova pelo Benfica. Dá então uma entrevista ao jornal ‘A Bola’ que faz história. A uma pergunta do jornalista Joaquim Rita, responde: 'Sou o melhor jogador português. Há outros bons, como o Chalana, mas eu sou o melhor.' Nascia uma lenda.

Rebelde: O episódio ficou conhecido como ‘o caso de Chipre’. Antes de um jogo entre selecções, Vítor Baptista chegou atrasado a um treino. Após a chamada de atenção, insulta Juca, o seleccionador. Chama 'malucos' aos colegas. Nunca mais jogou na Selecção.

Adeus à Luz: Em 1977, sai do Benfica porque exige 650 contos mensais. O clube dá 450 e um Porsche Carrera. Recusa e regressa a Setúbal, por 100 contos/mês. Já no Boavista, ‘vinga-se’ com um golo na vitória por 2-1, na Luz.

MEMÓRIAS

Toni (treinador e ex-colega no Benfica): O Vítor Baptista era um jogador de ontem e de hoje. Nos nossos dias seria pago a peso de ouro, pois tinha aptidões físicas e técnicas fora do comum. Foi uma lástima vê-lo entrar no mundo da droga. Era um ser solidário e muito amigo do seu amigo. Algumas ‘amizades’ levaram-no ao abismo.

Octávio (ex-colega no V. Setúbal): Sempre revelou uma forma muito própria de estar na vida. No momento certo faltou- -lhe uma voz amiga. Os clubes, naquele tempo, não estavam preparados para lidar com algumas situações. O que aconteceu depois é lamentável. Prefiro recordá-lo como o grande jogador que foi.

Tomé (ex-colega no V. Setúbal): Era um bom coração. No regresso a Setúbal, depois de jogar no Benfica, não quis jogo de apresentação. Preferiu uma tourada, que ele próprio organizou. A receita, fez saber, seria metade para ele e metade para o Asilo Paula Borba. Mas nunca houve tourada porque se esqueceu de arranjar os touros. Era assim o Vítor.
Mário Pereira
 

G@ngster

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Benfica: O arranque para a glória

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Faz hoje meio século. Neste dia 29 de Maio mas no ano de 1960, o Benfica disputou a última jornada do Campeonato referente à época 1959/60, sagrando-se campeão nacional. Longe estariam os seus jogadores de pensar que estavam a dar o primeiro passo rumo à caminhada europeia que na época seguinte haveria de os conduzir à conquista da Taça dos Campeões Europeus, início da mais brilhante época da história do clube.



Por:Mário Pereira

O adversário foi o Belenenses. O palco o Estádio da Luz, cheio como um ovo, pronto para assistir a mais uma vitória, coroando da melhor forma um Campeonato exemplar em que a equipa ainda não tinha perdido um único jogo. Contudo, os azuis do Restelo não foram parceiros de ocasião e acabaram, de algum modo, por estragar a festa pois venceram por 2-1, golos de Matateo e Tonho, consumando uma reviravolta a partir do golo inaugural do jogo, para o Benfica, marcado por José Augusto. Valeu que a vantagem de dois pontos sobre o Sporting deu para segurar o título.

Devido à derrota, a festa no relvado nem foi uma das mais rijas. Porém, a noite lisboeta encheu-se de vermelho, não necessariamente no Marquês de Pombal.

Assegurado o direito de representar o País na Taça dos Clubes Campeões Europeus, primeiro nome da actual Liga dos Campeões e com outro formato, o Benfica embarcou então para uma aventura sem precedentes. Que iria terminar, no dia 31 de Maio de 1961 – faz depois de amanhã 49 anos –, com a vitória na final de Berna frente ao Barcelona, por 3-2. Nascia então o Benfica europeu.

SAIBA MAIS

BELA GUTTMANN

O Campeonato de 1959/60, que projectou o Benfica para a conquista da Taça dos Campeões, foi ganho na época de estreia no clube do treinador húngaro Bela Guttmann, ex-FC Porto.

75

golos marcados em 26 jogos, em 1959/60. José Augusto foi o melhor marcador da equipa, com 19 golos.

1

derrota apenas na campanha europeia de 1960/61, frente ao Ujpest, da Hungria, por 2-1. Em casa, o Benfica ganhou por 6-2.

JOGO DO ANO

O encontro que lançou o Benfica para o título nacional de 1959/60 aconteceu na antepenúltima jornada: vitória por 3-2 frente ao Sporting.
 
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