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Irão a ferro e fogo

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Responsável da polícia de Zahedan demitido após tumultos violentos


As autoridades iranianas demitiram dois altos responsáveis da segurança em Zahedan, incluindo o chefe de polícia, após tumultos violentos que deixaram dezenas de mortos no final de setembro, informaram hoje os meios de comunicação estatais.

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Desde 30 de setembro, a cidade de Zahedan - capital da província do Sistão-Baluchistão, uma das mais pobres do Irão - está a ser atingida por uma onda de violência que já provocou a morte de seis membros das forças de segurança, segundo as autoridades.



A violência nesta cidade ocorre quando o país também é assolado por protestos desde a morte de Mahsa Amini, um jovem curda iraniana de 22 anos, em 16 de setembro, três dias após a sua prisão pela polícia da moralidade por alegadamente usar incorretamente o véu islâmico.


O Conselho de Segurança do Sistan-Baluchistan anunciou as conclusões de uma investigação realizada a pedido do Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, de acordo com um comunicado de imprensa publicado pela agência de notícias oficial Irna na noite de quinta-feira.


"Em 30 de setembro em Zahedan, após o fim das orações de sexta-feira pelos sunitas, uma multidão (mais de 150 pessoas) atacou a esquadra da polícia nº 16, adjacente ao local de oração, com a intenção de assumir o controlo", referiu a nota.


Segundo a investigação, parte da multidão estava armada, os manifestantes "atiraram pedras e abriram fogo" e as forças de segurança responderam com "gás lacrimogéneo e disparos de espingardas".


No comunicado indica-se que devido à "proximidade da esquadra do local das orações de sexta-feira, a retirada incompleta da mesquita (...) os disparos da polícia infelizmente feriram e mataram vários cidadãos que rezavam e peões inocentes que não estavam envolvidos" nesses eventos.


O Conselho reconheceu "negligência por parte de alguns oficiais", anunciando a demissão do "comandante da esquadra nº 16 e do comandante da polícia de Zahedan".


Além disso, o Conselho comprometeu-se a indemnizar as famílias das "vítimas inocentes" e a levar o caso à justiça.


Figuras locais aumentaram as tensões depois de relatarem "uma violação" de uma jovem atribuída a um polícia da província e acusarem as forças de segurança de disparar contra pessoas reunidas perto da mesquita de Zahedan.


Segundo o conselho, "algumas pessoas armadas aproveitaram o clima para atacar os cidadãos" e vandalizar bens públicos, o que exigiu uma intervenção das forças de segurança, durante a qual "foram mortos vários indivíduos armados, enquanto seis membros das forças de segurança morreu", incluindo um oficial. O número de vítimas civis é de 35 pessoas.


Organizações de direitos humanos fora do Irão citaram um número de mortos de mais de 90.


Centenas de pessoas manifestaram-se em Zahedan em 21 de outubro. As autoridades relataram a detenção de dezenas de "marginais" à margem dos protestos.


Fazendo fronteira com o Paquistão e o Afeganistão, a província de Sistan-Baluchistan é palco frequente de ataques ou confrontos entre forças da lei e grupos armados. É onde habita a minoria balúchi, que adere principalmente ao islamismo sunita e não ao islamismo xiita dominante no Irão.



nm


 

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Irão. Autoridades recusam entregar corpos de manifestantes, diz ONU


A ONU acusou hoje as autoridades iranianas de se recusarem, em alguns casos, a entregar às famílias os corpos de manifestantes abatidos durante os protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini.

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OIrão tem sido abalado por protestos desde a morte de Amini, em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada "polícia dos costumes" por alegadamente usar o véu islâmico de forma incorreta.




"Estamos particularmente preocupados com as notícias de que os manifestantes feridos estão a ser transferidos dos hospitais para os centros de detenção, e que as autoridades se recusam a entregar os corpos das pessoas mortas às suas famílias", disse a porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, citada pela agência espanhola EFE.


Shamdasani disse que, em alguns casos, as autoridades impõem condições para entregar os corpos às famílias, incluindo a proibição de realizarem funerais públicos ou de prestarem declarações a jornalistas.


Há informações de que alguns manifestantes detidos também não receberam tratamento médico, disse a porta-voz durante uma conferência de imprensa em Genebra.


O Governo iraniano não comentou ainda as alegações do ACNUDH.


As autoridades iranianas não têm revelado o número de mortos nos protestos, mas organizações de defesa dos direitos humanos disseram que ascenderá a duas centenas.


O regime iraniano acusou o Ocidente de se imiscuir nos seus assuntos internos e disse que os inimigos do Irão estavam a inventar conspirações contra o país.


Trata-se de uma das maiores ondas de protestos no Irão desde a revolução de 1979, que derrubou o regime do então xá Reza Pahlevi e levou à instauração da república islâmica.


Cerca de 20 relatores da ONU e outros peritos apelaram, esta semana, para a criação de um mecanismo internacional para investigar a situação dos direitos humanos no Irão, na sequência da repressão dos protestos.


Pediram também que a questão seja discutida numa sessão especial do Conselho de Segurança da ONU.



nm

 

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Irão culpa serviços secretos de EUA, Reino Unido e Israel por protestos


A Inteligência do Irão acusou hoje a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), os serviços secretos britânicos (MI6) e a Mossad, de Israel, incitarem os protestos após a morte da jovem Mahsa Amini.


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"Documentos de inteligência disponíveis mostram que a CIA, em cooperação com serviços de inteligência aliados e representantes reacionários, antes do início da agitação, usou métodos (...) para lançar um motim a nível nacional no Irão com o objetivo de cometer crimes contra a grande nação", especificou.


Essas operações para "lançar as bases" e "intensificar as pressões externas" contra Teerão teriam sido realizadas "em estreita colaboração" com a inteligência britânica, os serviços secretos israelitas no estrangeiro e a inteligência saudita, além de vários outros países.


"Há várias informações confiáveis de que o planeamento e a execução operacional da maioria dos distúrbios foram feitos pela Mossad com os grupos terroristas mais poderosos", destacou em comunicado, recolhido pela agência de notícias IRNA.


Teerão acusou de forma severa Washington por incitar "descontentamento público" e instrumentalizar "eventos mundiais".


"O Governo terrorista dos Estados Unidos, após se desmoralizar em enfrentar a grande nação do Irão nas arenas militares e sancionar cruel e desumanamente [o país], investiu nos últimos anos numa rede maldosa de organizações cúmplices para interligar e influenciar setores sociais", realçou.


Da mesma forma, as principais redes sociais e aplicações de mensagens instantâneas -- tanto a Meta (dona do WhatsApp e do Instagram) quanto o Twitter -- violaram, segundo Teerão, todas as leis internacionais durante os distúrbios iranianos ao manipular "deliberadamente" algoritmos como uma "arma estratégica".


"Apenas entre 20 de setembro e 20 de outubro, mais de 50.000 novos utilizadores persas criaram identidades falsas no Twitter para trabalhar contra a República Islâmica do Irão", enfatizou, acrescentando que "o Twitter faz um grande esforço para ajudar a ampliar e destacar notícias falsas".


Em relação ao Instagram, a Inteligência iraniana expressou que "ao despertar as emoções da sociedade iraniana, especialmente dos jovens, o Instagram tentou criar desespero, aumentar o nível de violência e criar uma divisão social em diferentes camadas da sociedade".


A Organização das Nações Unidas (ONU) disse hoje que está cada vez mais preocupada com o número de mortes registadas nos protestos no Irão e pediu às autoridades que abandonem o uso excessivo da força e que ouçam a reivindicação "legítimas" dos manifestantes.


"Condenamos todos os incidentes que resultaram na morte ou ferimentos graves de manifestantes e reiteramos que as forças de segurança devem evitar qualquer uso desnecessário ou desproporcional da força contra manifestantes pacíficos", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.


Na sua conferência de imprensa diária, Dujarric pediu às autoridades iranianas que "respeitem os direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres e o direito de reunião pacífica, liberdade de expressão e liberdade de associação".


"Pedimos às autoridades que abordem as reivindicações legítimas da população, incluindo as relativas aos diretos das mulheres", acrescentou, considerando que esta crise "pode e deve ser resolvidas através do diálogo".




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Ativistas dizem que forças iranianas mataram duas pessoas em Zahedan


Ativistas disseram hoje que as forças de segurança do Irão mataram pelo menos duas pessoas em Zahedan, depois de terem aberto fogo contra manifestantes, ameaçando aumentar as tensões no país.

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Localizada na província iraniana do Sistão-Baluchistão, Zahedan assistiu à violência mais mortal até agora das últimas semanas de protestos no Irão.



As manifestações na cidade eclodiram devido à alegada violação sexual de uma menina por parte de um polícia, encaixando-se nos protestos pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em setembro, que se propagaram por todo o país.


Ativistas estimam que apenas em Zahedan cerca de 100 pessoas foram mortas desde que uma manifestação ocorrida em 30 de setembro desencadeou uma violenta resposta policial.


No entanto, a agência de notícias estatal IRNA divulgou uma declaração do conselho de segurança da província, dizendo que o chefe da polícia de Zahedan e outro agente foram demitidos.


O texto reconheceu pela primeira vez que a polícia disparou e matou pessoas que rezavam numa mesquita próxima dos protestos de 30 de setembro.


A versão do conselho de segurança da manifestação alegou que 150 pessoas, incluindo homens armados, atacaram uma esquadra e tentaram tomá-la durante os protestos.


O "conflito armado e os disparos da polícia, infelizmente, levaram aos ferimentos e à morte de vários fiéis e transeuntes inocentes que não tiveram nenhum papel nos distúrbios", indicou a nota.


Todavia, o documento afirmou que apenas 35 pessoas foram mortas, enquanto ativistas estimam que as forças de segurança mataram cerca de três vezes mais.


O conselho de segurança do Sistão-Baluchistão reconheceu "negligência por parte de alguns funcionários" e prometeu indemnizações às famílias das "vítimas inocentes", além de ações legais contra os envolvidos.





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Autoridades endurecem repressão nas universidades e expulsam estudantes




As autoridades iranianas endureceram a repressão nas universidades com a expulsão de estudantes das faculdades e residências pela sua participação nos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, para além da detenção de um número indeterminado de estudantes universitários.

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Fontes universitárias disseram à agência EFE que nas últimas horas houve numerosas expulsões de estudantes de universidades e residências estudantis em Teerão, pelo seu papel nos protestos que estão a abalar o país.






Além disso, várias universidades registaram sábado fortes confrontos com as forças de segurança.


O Irão tem sofrido protestos desde a morte de Amini, a 16 de setembro, depois de ter sido detida três dias antes pela polícia da moral por usar incorretamente o véu islâmico, mobilizações lideradas por jovens apelando ao fim da República Islâmica.


As mobilizações têm evoluído desde o seu início, com as universidades a serem o seu epicentro.


Embora tenha havido tentativas de controlar as faculdades com inspeções nos portões para limitar quem entra e a presença da polícia de choque no 'campus', a repressão tem sido algo limitada, com algumas exceções.


Nas últimas horas isto mudou, de acordo com fontes consultadas pela EFE e vídeos de ativistas partilhados em redes sociais.


"Até agora os estudantes podiam protestar num clima de relativa liberdade", disse uma fonte universitária à EFE, que solicitou o anonimato, acrescentando: "Isto acabou".


Vídeos partilhados nos meios de comunicação social pelo coletivo 1500tasvir mostraram uma forte repressão policial no sábado na Universidade de Azad, na cidade de Mashad, a capital espiritual do Irão no noroeste do país.


Num dos vídeos, os estudantes são vistos a fugir da polícia para evitar serem espancados.


Na Universidade de Teerão, eclodiram confrontos entre estudantes e a Basijis, a milícia voluntária leal à República Islâmica.


"Basiji, guardas revolucionários, vocês são o nosso ISIS", cantavam os estudantes.


Horas antes, estudantes masculinos e femininos da universidade tinham comido juntos nos espaços abertos da universidade para protestar contra a política de segregação de género do país.


À noite, o dormitório estudantil no campus de Teerão foi "atacado" pela polícia à paisana, segundo os ativistas, e foi efetuado um número desconhecido de detenções.


Cenas semelhantes tiveram lugar em universidades de todo o país, de acordo com ativistas.


A repressão das universidades começou pouco depois de o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, general Hosein Salami, ter avisado os jovens em protesto no sábado de que esse seria o último dia de agitação e de lhes ter pedido que não saíssem à rua para não arruinarem o seu futuro.


"Hoje é o fim dos tumultos. Não saia mais para as ruas", disse o líder da poderosa força de elite, cuja missão é salvaguardar o sistema teocrático da República Islâmica.


Entretanto, as agências de informação secreta do Irão têm afirmado que os protestos estão a ser fomentados pela norte-americana CIA, com a cooperação dos serviços do Reino Unido, Israel e Arábia Saudita.


Os protestos sobre a morte de Amini são sobretudo de jovens e mulheres que gritam "Mulheres, vida, liberdade!", cantando 'slogans' antigovernamentais e queimando véus, um dos símbolos da República Islâmica, o que há não muito tempo seria impensável.


Pelo menos 108 pessoas foram mortas e 12.500 presas nos protestos, de acordo com a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.


Além disso, a magistratura iraniana acusou 1.019 pessoas em oito das 31 províncias do país pelo seu envolvimento nos protestos, e os primeiros julgamentos começaram ontem em Teerão.




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Jornalistas iranianos denunciam detenção de vários colegas




Jornalistas iranianos denunciaram hoje a detenção de vários colegas pelas autoridades do Irão no contexto do movimento de protesto desencadeado após a morte sob custódia policial de Mahsa Amini há mais de um mês.

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O Irão tem sido palco de protestos desde a morte, em 16 de setembro, da jovem curda iraniana, que morreu três dias após ter sido presa em Teerão pela polícia da moral por violar o rigoroso código de vestuário do país, que inclui o uso do véu em público.






Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas durante os protestos, descritos como "tumultos" pelas autoridades. Centenas de outras, incluindo mulheres, foram presas.


O diário reformista Sazandegi noticiou hoje que "mais de 20 jornalistas ainda estão detidos", especialmente em Teerão, mas também em outras cidades. Várias outros foram convocadas pelas autoridades, acrescentou o jornal.


Segundo os meios de comunicação locais, mais de 300 jornalistas e fotojornalistas iranianos assinaram uma declaração denunciando as autoridades por "prenderem colegas e os privarem dos seus direitos de cidadania após as detenções".


"Foi-lhes negado o acesso aos seus advogados, interrogados e acusados antes de serem presentes a tribunal", acrescenta a declaração, apelando às autoridades para que libertem os jornalistas.


Numa declaração publicada no jornal Etemad, a Associação de Jornalistas de Teerão classificou como "ilegal" e "em conflito com a liberdade" da imprensa "a abordagem securitária" da profissão de jornalista.


O sindicato referia-se a um longo relatório publicado na sexta-feira pelos serviços de segurança do país sobre as origens dos protestos e a alegada "intervenção dos EUA nos recentes tumultos" no Irão.


No mesmo documento, acusaram os ocidentais de organizarem "cursos de formação" para iranianos com o objetivo de mudar o poder no Irão.


Em particular, acusava dois jornalistas, identificando-os pelas iniciais dos seus nomes, de terem recebido tal formação e de terem "atuado como fontes primárias para os meios de comunicação social estrangeiros".


Segundo os meios de comunicação locais, o relatório referia-se à jornalista Elaheh Mohammadi, do diário Sazandegi, e ao fotógrafo Niloufar Hamedi, do jornal Shargh, que tinham ajudado a divulgar o caso de Mahsa Amini e que estiveram detidos durante semanas.


"O nosso jornalista e o nosso jornal (...) atuaram no âmbito da sua missão jornalística", disse o editor do Shargh Mehdi Rahmanian, acrescentando que Hamedi não foi o primeiro a relatar a morte da jovem mulher.


O jornal Sazandegi criticou o relatório dos serviços secretos, acrescentando que "visar os jornalistas levaria à destruição dos meios de comunicação social".



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Irão vai iniciar julgamento público de mil detidos na onda de protestos


O Irão vai iniciar esta semana julgamentos públicos de mil pessoas acusadas de envolvimento nos protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, em setembro, anunciou hoje o gabinete judicial de Teerão.

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Os julgamentos serão realizados em público em tribunais revolucionários na capital iraniana, disse o gabinete, segundo a agência espanhola EFE.



"Estes são indivíduos que cometeram atos de sabotagem durante a recente agitação e enfrentam sérias acusações, tais como agressão e morte de forças de segurança ou atear fogo a propriedade pública e privada", disse o gabinete.


O chefe do poder judicial iraniano, Gholamhosein Mohseni Ejei, disse que os julgamentos serão realizados com "rapidez e precisão", especialmente daqueles que tentaram subverter o sistema islâmico.


"Aqueles que tentaram subverter o regime e dependem de estrangeiros serão punidos de acordo com as leis", disse Ejei.


As acusações de colaboração com governos estrangeiros podem acarretar a pena de morte no Irão.


Pelo menos 1.019 pessoas foram acusadas em oito das 31 províncias iranianas pelo seu envolvimento nos protestos, mas o número poderá ser mais elevado, uma vez que cada região tem vindo a anunciar os seus casos.


O Irão tem enfrentado protestos desde a morte de Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida pela polícia moral por usar incorretamente o véu islâmico.


Os protestos são liderados principalmente por jovens e mulheres que pedem liberdade e o fim da República Islâmica, algo impensável há pouco tempo.


Nos últimos dias, a repressão das manifestações endureceu, especialmente nas universidades, na sequência de um ultimato dos Guardas Revolucionários para que os jovens parassem de protestar.


Os protestos estão a ser fortemente reprimidos pelas forças de segurança e resultaram em 108 mortos e 12.500 detidos, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo.



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Grupo de homens ataca vigília pró-democracia pelo Irão em Berlim


Três pessoas ficaram feridas na sequência do ataque.



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Um grupo de homens com máscaras atacou uma vigília em Berlim de apoio aos movimentos feministas e democráticos no Irão, no domingo de madrugada, rasgando tarjas e agredindo ativistas presentes na capital alemã.



Através do Twitter, a polícia de Berlim confirmou a ocorrência de um ataque no protesto junto à embaixada iraniana, contando que "três desconhecidos atacaram participantes da vigília em frente à embaixada iraniana na zona de Dalhem".



"Três homens ficaram feridos e outro disse que foi ameaçado com uma arma", acrescentaram as autoridades. A segurança da embaixada foi também alertada.




O Deutsche Welle, ctiando a agência de notícias alemã dpa (Deutsche Presse-Agentur), disse que duas tarjas foram rasgadas pelos atacantes. As faixas diziam "Iranianos querem democracia" e "Mulheres, Vida, Liberdade", dois 'slogans' adotados por ativistas iranianos para pedir o fim do regime ditatorial no país e uma maior liberdade de direitos e igualdade para as mulheres.



Os homens terão ainda agredido pessoas no interior de uma carrinha junto à vigília. A polícia alemã garantiu que está a investigar o incidente.



A luta feminista iraniana está na base dos protestos que se intensificaram ao longo do último mês. Depois de o regime iraniano ter promulgado leis que tornaram ainda mais restrito o vestuário permitido às mulheres em público, especialmente no uso obrigatório do hijab, uma jovem curda chamada Mahsa Amini morreu detida pelas forças de segurança do país, por não respeitar as leis de indumentária.



Em resposta, milhares de mulheres confrontaram diretamente as autoridades, andando na rua sem hijab e cortando os cabelos em público, como um protesto pela desigualdade de tratamento.



A partir daí, o nome de Mahsa Amini passou a ser um símbolo para os movimentos pró-democracia no Irão, que pedem o fim do regime teocrático do ayatollah Ali Khamenei.



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Manifestantes mantêm-se nas ruas do Irão apesar da repressão




A contestação e os protestos continuam no Irão pela sétima semana consecutiva apesar do aumento de repressão, os julgamentos e as condenações à morte, descrevem hoje organizações de defesa dos direitos humanos.

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Sem precedentes desde 2019, os protestos -- que as autoridades descrevem como "tumultos" -- foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini a 16 de setembro.






Mahsa Amini, de 22 anos, morreu três dias depois de ter sido detida e violentamente agredida pela polícia de moral e costumes em Teerão, por incumprimento do rígido código de vestuário imposto às mulheres pela República Islâmica, porque era visível parte do seu cabelo, apesar de envergar o obrigatório 'hijab' (véu islâmico), segundo organizações não-governamentais.


Na semana passada, as autoridades alertaram os manifestantes que era hora de sair das ruas, mas os protestos continuam inabaláveis, com manifestações em áreas residenciais, universidades e nas principais avenidas.


De acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, 160 pessoas foram mortas nas manifestações e outras 93 em distúrbios separados em Zahedan (sudeste).


As organizações alertam ainda que as cerimónias de luto, organizadas de acordo com a tradição no 40.º dia após a morte, provavelmente se transformará numa manifestação contra o poder.


No distrito de Ekbatan, em Teerão, moradores adotaram 'slogans' de protesto como "Morte ao ditador" na noite de segunda-feira, diante das forças de segurança que usaram granadas de efeito moral, segundo imagens publicadas em vários órgãos de comunicação.



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Irão preocupado com jornalistas presas por divulgarem caso Amini


O destino de duas jornalistas iranianas, que ajudaram a divulgar o caso Mahsa Amini, foram detidas há mais de um mês e recentemente acusadas de espionagem, está a causar crescente preocupação entre os defensores de direitos humanos.


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As jornalistas Niloufar Hamedi, de 30 anos, e Elaheh Mohammadi, de 35 anos, foram detidas no início dos grandes protestos que eclodiram no Irão após a morte de Mahsa Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, que inclui o uso do véu em público.



Os protestos, descritos como tumultos pelas autoridades iranianas, são os maiores, em escala e natureza, desde a Revolução Islâmica de 1979.

Niloufar Hamedi, do jornal Shargh, que se deslocou ao hospital onde Mahsa Amini estava em coma antes de morrer, foi detida em 20 de setembro, segundo sua família.

Já Elaheh Mohammadi, do diário Ham Mihan, tinha viajado para Saghez (província iraniana do Curdistão), cidade natal de Mahsa Amini, para cobrir o funeral da jovem, onde ocorreu uma das primeiras manifestações deste grande movimento de protesto. A jornalista foi detida em 29 de setembro.

As duas jornalistas estão detidas na prisão de Evin, em Teerão, de acordo com mensagens divulgadas nas redes sociais pelas famílias, noticiou hoje a agência France-Presse (AFP).

Estas estão entre os 51 jornalistas detidos no Irão, na sequência de uma vaga de detenções pelas autoridades desde o início dos protestos, segundo dados divulgados pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Destes, apenas 14 fora libertados mediante pagamento de uma fiança.

O Centro de Defensores dos Direitos Humanos no Irão (CHRI) com sede em Nova Iorque, referiu em comunicado que está "profundamente preocupado" com a situação dos dois jornalistas.

Este organismo destacou ainda que os jornalistas "estão a detidos sem respeito pelos procedimentos legais internacionalmente reconhecidos e podem enfrentar anos de prisão caso sejam condenados".

A organização não-governamental (ONG) instou ainda a comunidade internacional a mobilizar-se por estas duas mulheres, "que sofrem, sem proteção, com a fúria das autoridades iranianas, tal como os milhares de pessoas detidas arbitrária e ilegalmente no Irão".

Na semana passada, uma declaração conjunta do Ministério de Inteligência do Irão e dos serviços de inteligência da Guarda Revolucionária, o exército ideológico de Teerão, acusou as duas jornalistas de serem espiãs e utilizarem o seu estatuto de jornalistas como "disfarce".

O comunicado afirma que ambas as mulheres concluíram programas de treino no exterior e acusa-as de terem incentivado a ira da família de Mahsa Amini e as manifestações que eclodiram após o enterro da jovem.

"Deve-se mencionar também que as duas [jornalistas] foram as primeiras fontes que permitiram fabricar esta informação para os 'media' estrangeiros", acusa ainda o comunicado.

De acordo com o CPJ, esta acusação significa que as duas mulheres "podem enfrentar a pena de morte" se forem formalmente acusadas e condenadas por espionagem.

Para a CHRI, esta declaração está "cheia de acusações infundadas", incluindo uma falsa acusação de que Hamedi postou na sua conta no Twitter uma foto de Mahsa Amini que se tornou viral nas redes sociais.

"Esta caça às bruxas é uma tentativa cobarde da República Islâmica de culpar as duas jornalistas pelas suas próprias falhas, desviar a atenção das políticas repressivas que deram origem a este movimento de protesto espontâneo e crescente", sublinhou o diretor da CHRI, Hadi Ghaemi.

No domingo, mais de 300 jornalistas e fotojornalistas iranianos assinaram uma declaração criticando as autoridades por terem "prendido colegas e privando-os dos seus direitos", incluindo "o acesso a um advogado".

Questionado pela agência Isna sobre um grande número de jornalistas e fotógrafos detidos, o diretor-geral para os órgãos de comunicação locais do Ministério da Cultura, Iman Shamsaï, sublinhou que "ninguém foi preso em Teerão devido a atividades dos 'media'".

A contestação e os protestos continuam no Irão pela sétima semana consecutiva apesar do aumento de repressão, os julgamentos e as condenações à morte, descrevem hoje organizações de defesa dos direitos humanos.

Na semana passada, as autoridades alertaram os manifestantes que era hora de sair das ruas, mas os protestos continuam inabaláveis, com manifestações em áreas residenciais, universidades e nas principais avenidas.

De acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, 160 pessoas foram mortas nas manifestações e outras 93 em distúrbios separados em Zahedan (sudeste).




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Jornalista iraniana detida após entrevistar o pai de Mahsa Amini


"O pai de Mahsa Amini: Eles estão a mentir!" é o título do artigo, publicado no site Mostaghel a 19 de outubro, que motivou a intervenção do regime iraniano contra Nazila Maroufian.

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Nazila Maroufian, jornalista iraniana que trabalha para o site de notícias Ruydad 24, foi detida no domingo, após ter realizado uma entrevista ao pai de Mahsa Amini, jovem que morreu, a 16 de setembro, após ter sido detida pela polícia da moralidade em Teerão pelo uso incorreto do hijab.



"O pai de Mahsa Amini: Eles estão a mentir!" é o título do artigo, publicado no site Mostaghel a 19 de outubro, que motivou a intervenção do regime iraniano contra a jornalista natural de Saghez, na província iraniana do Curdistão (tal como Mahsa Amini), reporta o Le Parisien.


O site em causa viria, depois, a retirar o texto da sua plataforma, que contraria a explicação dada pelas autoridades iranianas de que a morte da sua filha se deveu a problemas de saúde.


A jornalista foi detida quando se encontrava na casa de familiares, tendo depois sido transferida para a prisão de Evin, em Teerão, de acordo com a informação avançada pela organização não-governamental norueguesa Hengaw, que cita uma chamada telefónica tida com a família de Nazila Maroufian.


"Não tenho intenção de cometer suicídio e não tenho nenhuma doença subjacente", escreveu ainda a jornalista antes do momento da detenção, fazendo uma referência direta aos riscos que sabia estar a correr por publicar a peça jornalística que teve como principal fonte o pai de Mahsa Amini.


Recorde-se que, para além de Nazila Maroufian, as duas jornalistas que ajudaram, inicialmente, a divulgar o caso de Mahsa Amini estão também detidas na prisão de Evin.


Uma delas é Niloufar Hamedi, de 30 anos, que trabalha para o jornal Shargh. Foi detida no dia 20 de setembro, segundo fontes familiares, depois de ter visitado o hospital onde a jovem curda esteve em coma antes de perder a vida.


Por sua vez, Elaheh Mohammadi, de 35 anos, deslocou-se a Saghez para cobrir o funeral de Mahsa Amini, onde teve lugar uma das primeiras manifestações desta vaga de protestos. A repórter do diário Ham Mihan viria a ser detida a 29 de setembro.


De acordo com o Comité de Proteção dos Jornalistas sediado em Nova Iorque, as detenções recentes de jornalistas no Irão não se ficam por aqui. Na verdade, as contabilizações desta entidade dão conta de que 54 jornalistas foram presos pelas autoridades iranianas durante a sua tentativa de repressão destes violentos protestos, que duram já há quase dois meses e que provocaram centenas de mortos. Desde então, apenas uma dúzia destes profissionais foi libertada sob fiança.



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Crianças entre pelo menos dez mortos em novos protestos no Irão, diz AI


A Amnistia Internacional (AI) denunciou esta sexta-feira que pelo menos dez pessoas, incluindo crianças, morreram no sudeste do Irão depois das forças de segurança terem disparado contra um grupo de manifestantes na província de Sistão-Baluchistão.

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"AAI está profundamente preocupada com o novo derrame de sangue após o corte da Internet e informa que mais forças de segurança foram enviadas de Zahedan para Kash", destacou esta organização não-governamental (ONG) numa publicação das redes sociais.


De acordo com imagens e relatos de testemunhas recebidos desde Cash, na província de Sistão-Baluchistão, desde as 14h00 (11h00 em Lisboa) as forças de segurança dispararam munições contra "manifestantes pacíficos", sublinhou a AI, que divulgou vídeos dos incidentes.


Zahedan, capital do Sistão-Baluchistão, é um dos epicentros dos protestos contra as autoridades iranianas que eclodiram há quase dois meses, após a morte de Mahsa Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, que inclui o uso do véu em público.


O clérigo xiita e imã Sayad Shahraki da mesquita Mulay Motaqian foi morto esta sexta-feira a tiro por um grupo de homens armados na cidade de Zahedan, revelou o chefe de polícia daquela província, Sardar Ahmad Taheri.


Shahraki, um dos principais representantes da comunidade xiita numa cidade predominantemente sunita e balúchi, foi baleado na cabeça e no peito.


Os suspeitos fugiram e os serviços médicos não conseguiram salvar a vida do líder religioso, segundo o chefe de polícia, citado pelo portal de notícias reformista iraniano Entejab.


Zahedan foi palco de uma violenta repressão em 30 de setembro, na qual as forças de segurança mataram 92 pessoas, incluindo 12 crianças, segundo organizações civis.


Os protestos na cidade começaram depois da violação, em junho, de uma menina balúchi por um polícia, tendo-se alastrado depois com a morte de Amini em 16 de setembro.


Quatro membros das forças de segurança também foram mortos em 30 de setembro, dia que ficou conhecido como Sexta-feira Negra de Zahedan e que levou à demissão imediata de agentes de segurança por uso de força excessiva contra manifestantes.


A escala dos protestos, descritos como motins pelas autoridades iranianas, não tem precedentes no Irão desde a revolução islâmica de 1979.


Dezenas de pessoas, sobretudo manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde o início do protesto, segundo as autoridades. Centenas de outras pessoas, incluindo mulheres, foram presas.



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Protestos continuam nas ruas do Irão apesar do aumento da repressão


O Irão assistiu, este sábado, a novas manifestações estudantis e greves em empresas, apesar do aumento da repressão, sete semanas após a morte de Mahsa Amini, adiantaram defensores dos direitos humanos.

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Segundo ativistas, as forças de segurança usaram hoje novos métodos contra os manifestantes nas universidades de Teerão, revistando estudantes e obrigando aqueles que usavam máscara a retira-la para os identificar.




Apesar disso, os estudantes protestaram na Universidade Islâmica de Mashhad, no nordeste do Irão, gritando "Eu sou uma mulher livre, vocês são os pervertidos", segundo um vídeo divulgado pela BBC Persian.

"Morre um estudante, mas não aceita a humilhação", gritaram estudantes da Universidade Gilan, em Rasht, no norte do Irão, num vídeo enviado por um ativista.

Os protestos na cidade começaram depois da violação, em junho, de uma menina balúchi por um polícia, tendo-se alastrado depois com a morte de Amini, em 16 de setembro.

Quatro membros das forças de segurança também foram mortos em 30 de setembro, dia que ficou conhecido como Sexta-feira Negra de Zahedan e que levou à demissão imediata de agentes de segurança por uso de força excessiva contra manifestantes.

A escala dos protestos, descritos como motins pelas autoridades iranianas, não tem precedentes no Irão desde a revolução islâmica de 1979.

Dezenas de pessoas, sobretudo manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde o início do protesto, segundo as autoridades. Centenas de outras pessoas, incluindo mulheres, foram presas.



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Irão ameaça de morte dois jornalistas no Reino Unido


Dois jornalistas que trabalham para a Iran International, um canal de televisão em língua persa com sede em Londres, receberam ameaças de morte de Teerão, noticiou hoje o grupo proprietário do canal.



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"Jornalistas irano-britânicos que trabalham no Reino Unido receberam ameaças de morte por parte dos Guardas da Revolução" (o exército ideológico de Teerão), fez saber a Volant Media através de um comunicado.



Segundo o grupo, dois jornalistas receberam "avisos e ameaças credíveis", o que levou a polícia de Londres a "informar oficialmente os dois jornalistas de que estas ameaças representam um risco iminente, credível e significativo para as suas vidas e as vidas das suas famílias".


De acordo com o grupo Volant Media, "outros jornalistas da Iran International foram informados diretamente pela Polícia Metropolitana sobre estas ameaças".


O canal de televisão tem vindo a cobrir os protestos no Irão desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma mulher curda iraniana de 22 anos, que morreu três dias depois de ter sido presa em Teerão pela polícia por violar o código de vestuário da república islâmica, que exige que as mulheres usem o véu.


Os protestos - numa escala não vista no país nos últimos três anos - foram reprimidos com violência, sendo o balanço na ordem das quase duzentas mortes, de acordo com organizações não-governamentais.



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Irão. Detenção de mulheres jornalistas, greves e exigência de referendo


A contestação contra a repressão dos protestos pela morte de Mahsa Amini prossegue no Irão, com greves em várias cidades e o movimento reformista exigindo um referendo, enquanto o regime reage detendo mulheres jornalistas.


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A onda de protestos desencadeada pela morte em Teerão, a 16 de setembro, da jovem curda de 22 anos Mahsa Amini, três dias depois de violentamente agredida e detida pela "polícia da moral" por infringir o rígido código de vestuário feminino, porque embora envergasse o 'hijab' (véu islâmico), este deixava ver parte do seu cabelo, está a fazer com que a República Islâmica continue de forma sistemática a tentar silenciar as mulheres no país.




Segundo a organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF), enquanto os protestos se sucedem, as autoridades estão a deter um número "sem precedentes" de mulheres jornalistas.


"Além de o regime iraniano continuar a reprimir as manifestações provocadas pela morte de Mahsa Amini, quase metade dos jornalistas detidos desde meados de setembro são mulheres. Duas delas podem ser condenadas à morte", denunciou a RSF.


"O número crescente de mulheres jornalistas detidas revela de forma simbólica a intenção do regime iraniano de reduzir sistematicamente as vozes das mulheres ao silêncio", acrescentou a ONG num comunicado.


Esta semana, as autoridades indiciaram Nilufar Hamedi e Elahe Mohammadi, duas jornalistas que contribuíram para divulgar o caso de Mahsa Amini, por "propaganda contra o sistema" e "conspiração para agir contra a segurança nacional", acusações passíveis de punição com pena de morte, fazendo com que a RSF apele para a sua libertação "imediata e incondicional".


Desde o início das manifestações, pelo menos 42 jornalistas foram detidos no Irão, de acordo com a RSF. Oito deles foram libertados, ao passo que 34 estão ainda sob custódia policial, 15 dos quais são mulheres, precisou a organização com sede em Paris.


"Atualmente, há cinco vezes mais mulheres presas que antes do início dos distúrbios. O número de mulheres jornalistas atrás das grades nunca foi tão elevado", indicou a ONG.


As jovens têm estado na vanguarda da contestação, algumas retirando e queimando os respetivos 'hijab', gritando palavras de ordem contra o regime e desafiando as forças de segurança nas ruas.


O poder está a tentar asfixiar estas manifestações, que constituem o maior desafio à República Islâmica desde a revolução que a instituiu, em 1979, com as forças policiais a disparar sobre os manifestantes utilizando munições reais, granadas de gás lacrimogéneo e balas de chumbo e as autoridades a impor restrições de acesso à internet e a bloquear aplicações como o Instagram e o WhatsApp.


No oeste do Irão, decorreram hoje greves em várias cidades por ocasião de cerimónias de luto para assinalar o 40.º dia desde a morte de quase cem manifestantes vítimas de repressão em Zahedan, relatou outra ONG, a Iran Human Rights (IHR).


A 30 de setembro, as forças de segurança dispararam sobre iranianos que protestavam em Zahedan, capital da província de Sistão-Baluchistão, contra a violação de uma adolescente local de 15 anos imputada a um comandante da polícia de Chabahar, outra cidade da província.


Segundo a IHR, sediada na Noruega, 92 pessoas foram mortas naquele dia e, desde então, mais 28 morreram em protestos em Zahedan e noutros pontos da província.


No total, a repressão das manifestações pela morte de Mahsa Amini - transportada já em coma a 13 de setembro do local onde se encontrava detida para um hospital, onde morreria três dias depois -- já fez mais de 186 mortos, entre os quais mulheres e crianças, precisou a IHR, além de milhares de detenções, incluindo de dissidentes, jornalistas e advogados.


"O que se passou [a 30 de setembro] em Zahedan é, segundo o Direito Internacional, um exemplo claro de massacre de civis", declarou o grupo de defesa dos direitos curdos no Irão Hengaw, na rede social Twitter.


As autoridades iranianas indicaram que pelo menos seis polícias foram mortos durante os tumultos no Sistão-Baluchistão.


Segundo analistas políticos, os habitantes desta província pobre de maioria sunita -- e não xiita, como o resto do Irão, pelo que é vítima de discriminação -- inspiraram-se na contestação ligada à morte de Mahsa Amini.


"As manifestações de 2022 concentram iranianos revoltados e frustrados com o mesmo objetivo, derrubar o regime teocrático" do país, disse Saeid Golkar, professor adjunto na Universidade do Tennessee, em Chattanooga, citado pela agência de notícias francesa AFP.


Hoje, a principal coligação do campo reformista iraniano instou à realização de um referendo para sair da "crise" nascida do movimento de contestação pela morte da jovem curda Mahsa Amini.


"A Frente das Reformas iraniana exige mudanças imediatas, corajosas e inovadoras" por parte do Estado, para iniciar "um diálogo eficaz à escala nacional", escreveu o movimento no comunicado divulgado no seu 'site' da internet.


Formada em março de 2021 pelo círculo próximo do ex-Presidente reformista Mohammad Khatami, a Frente das Reformas é composta por partidos do campo reformista.


"Esta primeira ação é inclusive possível com base na (...) atual Constituição e aplicando-a integralmente, incluindo (...) o artigo 59.º, sobre a realização de um referendo", acrescentou o movimento no comunicado.


A Constituição iraniana prevê a realização de um "referendo e faz uma referência direta aos votos do povo" em questões económicas, políticas, sociais e culturais de grande importância.


"As decisões práticas dos líderes do país nesta matéria podem efetivamente travar a crise e abrir horizontes aos cidadãos desiludidos, insatisfeitos e revoltados", acrescentou o movimento.




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Dois espanhóis detidos no Irão. Um deles seguia a pé para o Qatar


ONG confirmou a detenção de Santiago Sanchéz, o espanhol que saiu de Madrid a pé rumo ao Qatar, para apoiar a seleção espanhola no Mundial. Foi também detida uma mulher, identificada como Ana Baneira, de 24 anos.

Dois espanhóis detidos no Irão. Um deles seguia a pé para o Qatar






Pelo menos dois cidadãos espanhóis foram detidos pelas autoridades iranianas durante protestos contra o governo do Irão. A informação foi confirmada pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Activists News Agency (HRANA), sediada nos Estados Unidos da América.


De acordo com a ONG, confirma-se que um dos detidos se trata de Santiago Sanchéz, o adepto que decidiu ir a pé desde Madrid até Doha para apoiar a seleção espanhola no Mundial do Qatar e que desapareceu no início de outubro.


Foi também detida uma mulher, identificada como Ana Baneira, de 24 anos. Os detalhes da sua detenção não são conhecidos.


No final de outubro, a estação de televisão Iran Internacional revelou que Santiago Sánchez - desaparecido desde 1 de outubro, após ter passado a fronteira do Iraque para o Irão - tinha sido detido juntamente com um “tradutor” em Saqez, durante uma visita à campa de Mahsa Amini, a jovem de 22 anos que morreu após ser detida pela polícia da moralidade por não utilizar corretamente o véu islâmico. Segundo o mesmo canal, o espanhol fora transferido para uma prisão no Teerão.


Santiago Sánchez Cogedor, natural de Madrid, fez-se ao caminho no início de janeiro deste ano e passou por 11 países, sempre relatando as “aventuras” nas redes sociais. As notícias deixaram de chegar a 1 de outubro, quando revelou à família e amigos que se encontrava na fronteira do Curdistão iraniano, sendo o Irão o último território a visitar antes de viajar de barco para o Qatar.

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Pelo menos 328 mortos e quase 15 mil detidos nos protestos do Irão


Pelo menos 328 pessoas foram mortas e 14.825 detidas nos protestos no Irão desencadeados pela morte de uma mulher em 16 de setembro após ser detida pela polícia de costumes, avançou hoje o grupo Ativistas dos Direitos Humanos.


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Segundo o grupo, que acompanha os protestos há 54 dias, o anúncio do número de vítimas visa enfrentar o silêncio mantido pelo Governo do Irão há várias semanas e as informações avançadas pela imprensa estatal, que garante que as forças de segurança não mataram ninguém.



As manifestações, que são já consideradas a maior ameaça ao regime teocrático do Irão desde a Revolução Islâmica, em 1979, deverão intensificar-se nos próximos dias, à medida que as pessoas vão para as ruas para marcar o luto dos 40 dias pelos primeiros manifestantes mortos, uma cerimónia comum em vários países do Médio Oriente.

Apesar de o Governo e o Exército terem renovado as ameaças contra a dissidência local e o mundo em geral, as várias cerimónias do luto dos 40 dias ameaçam tornar os protestos em confrontos cíclicos entre um público cada vez mais desiludido e as forças de segurança que recorrem a uma violência cada vez maior.

No dia 26 de outubro, quando se assinalou o 40º dia desde a morte da jovem Mahsa Amini, centenas de pessoas reuniram-se à frente do seu túmulo, apesar de o gabinete do governador provincial ter anunciado que "a família não ia assinalar a data".

O dia foi assinalado com vários protestos, sobretudo em universidades.

Vídeos divulgados hoje na internet a partir do Irão -- apesar dos esforços do Governo para suprimir a internet -- mostram manifestações em Teerão e outras cidades, onde é possível ver o uso de gás lacrimogéneo contra gritos de "Morte ao Ditador", um canto que se tornou comum nos protestos contra o líder supremo do Irão, Ali Khamenei.

Não ficou imediatamente claro se houve feridos ou detidos nestes protestos, embora a agência de notícias estatal iraniana IRNA tenha reconhecido as manifestações como sendo as de Isfahan.

Entretanto, o comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária Islâmica, Amir Ali Hajizadeh, anunciou hoje, sem apresentar provas, que as suas forças adquiriram mísseis hipersónicos.

Os mísseis hipersónicos voam a uma velocidade cinco vezes superior à velocidade do som, representando uma ameaça aos sistemas de defesa antimísseis.

Acredita-se que a China e os Estados Unidos estejam a tentar adquirir este tipo de armas, enquanto a Rússia afirma já estar a colocá-las em campo e garante que já as usou na Ucrânia.

O Irão culpa a Arábia Saudita, o Reino Unido, Israel e os EUA por fomentarem distúrbios no país, tendo os responsáveis do Governo avisado que a "paciência pode esgotar-se" numa ameaça velada a estes países.

Mahsa Amini morreu num hospital em 16 de setembro, três dias após ser detida pela polícia da moralidade por usar o véu islâmico alegadamente de forma incorreta. Desde então, os protestos mantêm-se, sendo duramente reprimidos pelas forças de segurança.

A indignação no Irão pela morte de Mahsa Amini provocou a maior onda de protestos contra o Governo desde as manifestações contra o aumento dos preços da gasolina de 2019, num país rico em petróleo.



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Irão. Primeira condenação à morte ligada aos "motins"


Um tribunal de Teerão condenou à morte hoje, pela primeira vez, uma pessoa acusada de participar nos "motins" no Irão, indicou a agência da autoridade judicial Mizan 'online'.

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Segundo o veredicto que ditou a condenação à pena capital, a pessoa julgada foi considerada culpada de "ter incendiado um edifício governamental, de perturbar a ordem pública, de reunião e conspiração para cometer um crime contra a segurança nacional, e inimigo de Deus e corrupção na terra", precisou a agência, sem divulgar qualquer nome ou idade.



Um outro tribunal da capital iraniana condenou cinco pessoas a penas de prisão que vão de cinco a 10 anos por "reunião e conspiração para cometer crimes contra a segurança nacional e perturbar a ordem pública".

Trata-se de tribunais de primeira instância e os condenados podem recorrer, precisou a Mizan.

O Irão tem sido abalado por uma vaga de manifestações desde a morte, no passado dia 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, detida três dias antes pela polícia da moralidade por violar o rígido código de vestuário da República Islâmica.



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Justiça acusa 440 pessoas por participarem em protestos


A justiça iraniana acusou hoje 440 pessoas por terem participado em protestos que se têm desencadeado no país desde 16 de setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini.





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Opresidente do tribunal da província de Markazi, Abdol Mahdi Musavi, informou que 276 dos manifestantes presos nesta província foram considerados culpados, mas isto não quer dizer que estejam condenados e quem deve decidir isso "são os tribunais penais de primeira instância e recurso", disse à agência de notícias oficial iraniana, IRNA.



Por sua vez, o presidente do Tribunal da província do sul Hormozgán, Moytaba Ghahremaní, informou que, por esse motivo, na citada província foram feitas acusações contra 164 pessoas, cujos expedientes foram enviados para o tribunal para irem a julgamento.


As autoridades iranianas não referiram o número total de detidos nem mortos no país, mas a Organização Não Governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo, estima que haja 326 mortos.


O Irão vive uma série de protestos desde a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, após ter sido presa, três dias antes, pela polícia da moral por estar a usar o véu islâmico incorretamente, o que está a ser duramente reprimido pelas forças de segurança.


Os protestos estão a ser liderados, sobretudo, por jovens e mulheres que gritam 'slogans' como "mulher, vida, liberdade" contra o Governo e queimam véus, um dos símbolos da República Islâmica e algo impensável até há pouco tempo.




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Irão. Apelos a protestos após Justiça decretar primeira sentença de morte


A emissão da primeira sentença de morte pela Justiça iraniana para um ativista que participou nas mobilizações de protesto contra o autoritário regime teocrático no Irão levou hoje várias associações locais a reforçar os apelos a manifestações idênticas.



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Os novos apelos, que reforçam os já em curso e que abalam o Irão há cerca de dois meses, coincidem com o aniversário dos protestos desencadeados há três anos, na altura provocados pelo aumento dos preços dos combustíveis e nos quais 300 pessoas, segundo a Amnistia Internacional (AI), morreram na repressão policial.




"Convocamos a juventude dos bairros de Teerão a participar, nas ruas, em ações de protesto no aniversário de novembro sangrento de 2019. O fim do regime está próximo", disse o grupo de ativistas nas redes.


O Irão está mergulhado numa série de protestos desde 16 de setembro passado, dia em que Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, foi morta após ter sido presa três dias antes pela Polícia da Moralidade por usar incorretamente o véu islâmico, manifestações que estão a ser duramente reprimidas pelas forças de segurança iranianas.


Os protestos estão a ser liderados sobretudo por jovens e mulheres, em que são gritadas palavras de ordem como "mulher, vida, liberdade" e lançados 'slogans' contra o Governo, ao mesmo tempo que se assiste nas ruas à queima de véus, um dos símbolos da República Islâmica, algo impensável há pouco tempo.


Os novos apelos para mais protestos ocorrem um dia depois de um tribunal de Teerão ter condenado à morte um ativista, acusado de "inimizade com Deus e corrupção na terra", naquela que é a primeira condenação por participação no que Teerão considera "motins".


Além disso, o ativista também foi condenado por "incendiar um edifício pertencente ao Governo, perturbação da ordem pública e reunião e conspiração para cometer crimes contra a segurança nacional".


Ao mesmo tempo, outro tribunal em Teerão condenou cinco outros ativistas a penas de prisão entre os cinco e 10 anos por "perturbação da ordem pública, reunião e conspiração para cometer crimes contra a segurança nacional".


As autoridades judiciais acusaram mais de 2.000 pessoas de vários crimes pela participação nas mobilizações, em que é pedido o fim da República Islâmica, e em que muitas delas incorrem numa pena capital.


Nesse sentido, a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, alertou hoje para o risco de execuções rápidas após o anúncio da primeira pena de morte.


"A comunidade internacional deve avisar fortemente a República do Irão sobre as consequências da execução de manifestantes. Chamar os respetivos embaixadores e implementar medidas de direitos humanos mais eficazes contra funcionários são algumas consequências a serem consideradas", indicou a IHR num comunicado.


Segundo o mais recente balanço da organização, nas últimas semanas, o número de mortes às mãos das forças de segurança iranianas chega a 326, incluindo 43 menores.


Também hoje, o Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou que realizará uma sessão especial a 24 deste mês para discutir "a deterioração dos direitos humanos e do Irão", na sequência de um pedido apresentado pela Alemanha e pela Islândia e aprovado por mais de um terço dos 47 países membros.


Sábado, o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu novas sanções à escala da União Europeia (UE) contra o Irão, em resposta à repressão das manifestações pacíficas.


O pedido alemão foi mal recebido no Irão, cujo Ministério dos Negócios Estrangeiros considerou a posição alemã como "intervencionista, provocadora e pouco diplomática".


O porta-voz do ministério, Nasser Kanani, assegurou que o Irão, em matéria de direitos humanos, baseia-se sempre no "princípio da responsabilidade" e defende a dignidade humana e os oprimidos, enquanto a Alemanha sempre atuou de modo irresponsável.




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