Irão a ferro e fogo

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Famílias dos jogadores do Irão terão sido ameaçadas com prisão e tortura


Informação foi divulgada pela CNN.

Famílias dos jogadores do Irão terão sido ameaçadas com prisão e tortura








As famílias dos jogadores que se encontram a representar o Irão no Mundial do Qatar terão sido ameaçadas com prisão e tortura, esta segunda-feira, caso a seleção iraniana não entoe o hino antes da partida com os Estados Unidos da América, agendada para esta terça-feira.


A informação foi divulgada pela CNN com base numa fonte que acompanha atentamente a ação das forças de segurança iranianas (IRGC) presentes no Qatar, com o intuito de acompanhar a seleção sob o leme de Carlos Queiroz.


Além disso, os jogadores da seleção do Irão - entre os quais está Mehdi Taremi (FC Porto) - encontram-se proibidos de conviverem fora do grupo de trabalho ou até de se encontrarem com indivíduos estrangeiros, de forma a não ser encarado como um ato contra o regime de Teerã.


Recorde-se que, no primeiro jogo do Mundial, diante da Inglaterra (6-2), os jogadores não entoaram o hino nacional, algo que já não aconteceu no jogo frente ao País de Gales (0-2), alegadamente por receio de represálias.


Os adeptos do Irão têm protestado contra o governo iraniano com recurso a faixas e mensagens políticas, sendo que, esta segunda-feira, no Portugal-Uruguai, um adepto invadiu o campo com uma bandeira arco-íris, em que uma das mensagens era o pedido de respeito para com as mulheres iranianas.


O Irão defronta, esta terça-feira, os Estados Unidos da América, com o objetivo de marcar presença nos 'oitavos' do Mundial do Qatar.



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General iraniano reconhece mais de 300 mortes durante os distúrbios


Um general iraniano reconheceu hoje a morte de mais de 300 pessoas durante os protestos que decorrem em todo o país em defesa dos direitos humanos, sendo as primeiras declarações oficiais sobre o número de baixas em dois meses.


General iraniano reconhece mais de 300 mortes durante os distúrbios





Esta estimativa é consideravelmente menor do que o número relatado pela organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, um grupo com sede nos EUA que acompanha de perto os protestos desde que estes eclodiram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral em Teerão, por ter legalmente violado o código rígido de imposto de vestuário às mulheres na República Islâmica.


O grupo ativista refere que 451 manifestantes e 60 elementos das forças de segurança foram mortos desde o início dos choques e que mais de 18.000 pessoas foram detidas.


Os protestos em todo o país foram desencadeados pela morte desta jovem, mas rapidamente se transformaram em apelos à queda da teocracia islâmica que governa o Irão desde a revolução de 1979.


O general Amir Ali Hajizadeh, comandante da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, corpo paramilitar do Irão, adiantou a um 'site' próximo desta força de segurança interna que mais de 300 pessoas foram mortas, incluindo "mártires", uma aparente referência às forças de segurança.


A mesma fonte também sugeriu que muitos dos mortos eram iranianos comuns não envolvidos nos protestos.


Hajizadeh não forneceu um número exato ou revelou quais os dados que sustentam a sua estimativa.


Este comandante reiterou a alegação oficial de que os protestos foram fomentados por inimigos do Irão, incluindo países ocidentais e a Arábia Saudita, sem fornecer provas.


No entanto, os manifestantes dizem estar fartos de décadas de repressão social e política e negam ter qualquer agenda estrangeira.
Os protestos se espalharam por todo o país e atraíram o apoio de artistas, atletas e outras figuras públicas.


A sobrinha do líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, pediu recentemente às pessoas que pressionem os seus governos a cortar os laços com Teerão por causa da violenta repressão às manifestações.


Num vídeo divulgado 'online' pelo seu irmão que mora na França, Farideh Moradkhani instou "pessoas conscientes do mundo" a apoiar os manifestantes iranianos.


O vídeo foi partilhado esta semana, após a alegada detenção de Moradkhani em 23 de novembro, de acordo com o grupo ativista.


Os protestos, agora no seu terceiro mês, enfrentaram uma repressão brutal das forças de segurança iranianas que utilizaram munições reais, balas de borracha e gás lacrimogéneo para reprimir as manifestações.


O Governo do Irão anunciou hoje que não vai cooperar com a missão independente das Nações Unidas que se prepara para investigar as violações contra as liberdades fundamentais no país após a morte do jovem Mahsa Amini.


"O Irão não vai cooperar de nenhuma forma com a missão sobre certos problemas com os direitos humanos", disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani.


"Teerão condena o uso impulsivo das questões sobre direitos humanos contra nações independentes", sublinhou o porta-voz diplomático iraniano.


A resolução estabelece a criação de uma missão independente de investigação que vai ter como objetivo "recolher e analisar provas" de violação dos direitos humanos na sequência da repressão.



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Dois ex-internacionais do Irão libertados depois de detidos nos protestos


Dois ex-internacionais da seleção de futebol do Irão foram libertados sob fiança, após terem sido detidos este mês na sequência dos protestos que decorrem em todo o país, anunciaram hoje as autoridades iranianas.


Dois ex-internacionais do Irão libertados depois de detidos nos protestos







O anúncio foi feito horas antes de o Irão, orientado pelo treinador português Carlos Queiroz, defrontar os Estados Unidos no Mundial do Qatar, partida decisiva que as autoridades estão a promover amplamente, enquanto lidam com protestos internos.


Parviz Boroumand, já retirado, foi detido há quase duas semanas sob a acusação de participar nos protestos, enquanto Voria Ghafouri, ainda no ativo, foi preso na semana passada por alegadamente insultar a seleção nacional de futebol e fazer propaganda contra o governo.



Ghafouri tem criticado abertamente as autoridades iranianas ao longo da sua carreira, opondo-se à proibição da presença feminina em jogos de futebol, bem como à política externa de confronto do Irão, que levou a sanções ocidentais incapacitantes.


Mais recentemente, Ghafouri expressou simpatia pela família de uma mulher de 22 anos cuja morte enquanto estava sob custódia da polícia de moralidade do Irão iniciou os últimos protestos.


Estes protestos marcam um dos maiores desafios aos governantes do Irão desde a Revolução Islâmica de 1979, que os levou ao poder.


Pelo menos 452 manifestantes foram mortos e mais de 18.000 pessoas foram detidas desde o início dos distúrbios, de acordo com o Human Rights Activists in Iran, um grupo que monitora os protestos.



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Repressão às manifestações no Irão causou pelo menos 448 mortos


A repressão às manifestações desencadeadas no Irão pela morte, em setembro, de uma jovem curda após ser detida pela polícia da moralidade, causou pelo menos 448 mortes de civis, indicou hoje uma organização de defesa dos direitos humanos.


Repressão às manifestações no Irão causou pelo menos 448 mortos




Segundo a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, o balanço apenas contempla a morte de civis e não inclui as de membros das forças de segurança.


A IHR refere que, das 448 mortes que conseguiu confirmar, 60 têm menos de 18 anos, nove delas raparigas, e 29 mulheres.


Na semana passada, as forças de segurança abateram pelo menos 16 pessoas, 12 delas em áreas habitadas pela minoria curda, onde os protestos foram particularmente significativos.


O balanço subiu sobretudo após a verificação dos óbitos registados nas semanas anteriores, sublinha a ONG.


A 16 de setembro, a jovem curda Mahsa Amina, de 22 anos, morreu depois de ter passado três dias sob a custódia da polícia da moralidade iraniana, no último já em coma num hospital em Teerão, por alegado uso indevido do 'hijab', o véu islâmico, o que constitui uma "violação" ao rígido código de vestuário no país.


As primeiras manifestações eclodiram nas localidades curdas do noroeste, em particular em Saghez, cidade natal de Amini, mas os protestos generalizaram-se a outras cidades.


Hoje de manhã, pela primeira vez, as autoridades iranianas reportaram que mais de 300 pessoas morreram nos distúrbios desde meados de setembro, contagem que inclui a morte de dezenas de agentes das forças de segurança em confrontos com manifestantes ou assassinados.


Na quinta-feira passada, o Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu, apesar da oposição de Teerão e de Pequim, abrir uma investigação internacional sobre a repressão às manifestações.


"As autoridades da República Islâmica sabem muito bem que a cooperação de sua parte com a missão de investigação da ONU revelaria crimes em maior escala", disse o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam.


"É por isso que não é esperada a cooperação de Teerão", acrescentou.


Amiry-Moghaddam adiantou que mais da metade das mortes foram registadas em regiões povoadas por sunitas Baloch ou minorias étnicas curdas.


A IHR revelou que o maior número de mortes foi registado na região do Sistão-Baluchistão (sudeste), onde 128 pessoas morreram após manifestações alheias ao movimento de protesto desencadeado pela morte da jovem curda iraniano Mahsa Amini, que contava 22 anos, ainda que tenha alimentado a revolta contra o poder em todo o país.


Segundo a IHR, depois do Sistão-Baluchistão, o maior número de mortes foi registado nas províncias ocidentais do Curdistão, de população curda, e do Azerbaijão Ocidental, onde 53 e 51 pessoas morreram, respetivamente.



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Mulheres protestam no sudeste conservador do Irão, diz ONG


As mulheres na Sistão-Baluchistão participaram hoje nos protestos desencadeados no Irão pela morte de Mahsa Amini, uma ocorrência rara nesta província conservadora do país, divulgou a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights (IHR).

Mulheres protestam no sudeste conservador do Irão, diz ONG





Nas ruas de Zahedan, capital da província de minoria sunita num Irão predominantemente xiita, dezenas de mulheres exibiam cartazes com os dizeres "Mulher, vida, liberdade", lema do movimento de protesto, de acordo com vídeos divulgados na Internet.


"Com ou sem o véu islâmico, avante a revolução!", entoavam as mulheres vestidas com lenços negros que cobriam o corpo [xador], segundo imagens de vídeo publicadas no Twitter e verificadas pela AFP.


"É raro" ver mulheres manifestando-se em Zahedan, disse à agência de notícia AFP o diretor da IHR, com sede em Oslo, Mahmood Amiry-Moghaddam.


As mulheres no Sistão-Baluchistão estão entre as "mais oprimidas" no Irão, e as manifestações de hoje são as mais organizadas desde o início do movimento nacional de protesto, acrescentou Amiry-Moghaddam.


"Mulheres e minorias (...) podem, graças a estas manifestações, sair às ruas e reivindicar os seus direitos humanos fundamentais", afirmou.


O Irão tem sido abalado por uma onda de protestos desde a morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma curda de 22 anos detida pela polícia da moralidade em Teerão três dias antes de morrer, por alegadamente violar o rigoroso código de indumentária do país ao não se cobrir totalmente com o véu islâmico.


O Irão acusa os Estados Unidos, o maior seu inimigo, e aliados norte-americanos de fomentarem o que chama de "motins".


No início desta semana, as autoridades iranianas relataram pela primeira vez a morte de mais de 300 pessoas desde o início das manifestações.


Milhares de iranianos e cerca de 40 estrangeiros também foram detidos e mais de 2.000 pessoas foram indiciadas, segundo autoridades judiciais.



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Procuradoria-Geral do Irão anuncia fim da 'polícia da moralidade'




O Irão aboliu a polícia da moralidade, uma força que detinha especialmente mulheres que não usavam o véu islâmico de acordo com os códigos ditados pelo país, informou o procurador-geral do país, Mohamad Jafar Montazeri.


Procuradoria-Geral do Irão anuncia fim da 'polícia da moralidade'






Essa polícia "não tem nada a ver com o poder judicial", sublinhou Montazeri ao fazer o anúncio no sábado à noite, citado pela agência de notícias iraniana ISNA.


Os analistas consideram o fim da polícia da moralidade como uma cedência ao movimento popular de protesto que o país vive há três meses.


Montazeri explicou que o judiciário continuará a fiscalizar o comportamento em nível comunitário e destacou que o vestuário feminino continua a ser muito importante, principalmente na cidade sagrada de Qom, ao sul de Teerão.


"O mau 'hijab' (véu islâmico) no país, especialmente na cidade sagrada de Qom, é uma das principais preocupações do poder judicial, bem como da nossa sociedade revolucionária, mas se deve notar que a ação legal é o último recurso e medidas culturais precedem qualquer outro", justificou Montazeri em discurso em encontro com clérigos em Qom.


A cidade de Qom é o centro teológico do Irão, onde estão localizados as principais escolas religiosas do país e onde milhares de peregrinos e estudantes de todo o mundo visitam e estudam.


O Irão vive protestos generalizados desde 16 de setembro, após a morte sob custódia policial da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que havia sido detida justamente pela polícia da moralidade por supostamente usar o véu islâmico de forma inadequada.


Os protestos incluem a demanda pelo fim da República Islâmica.



"Isto não é um protesto, isto é uma revolução", "não queremos a República Islâmica", "morte ao ditador", são algumas das frases que os manifestantes gritam nas manifestações de rua ou à noite das janelas das suas casas e escrevem nas paredes do prédio desde setembro passado.



Segundo o Conselho de Segurança do Irão, desde o início dos protestos "mais de 200 pessoas" morreram, mas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, como a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, estimam o número de mortos em 448 devido à forte repressão policial.



Além disso, pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas de vários crimes pela sua participação nas mobilizações, das quais seis foram condenadas à morte.



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Casa de atleta iraniana que competiu sem hijab foi "destruída"




Davood, irmão de Elnaz Rekabi, terá publicado uma fotografia nas redes sociais onde, alegadamente, mostra uma parte destruída do jardim. "Onde estás tu, Justiça?", questionou.


Casa de atleta iraniana que competiu sem hijab foi destruída





A casa de Elnaz Rekabi, a atleta iraniana de escalada que, em outubro passado, participou numa competição na Coreia do Sul sem um hijab a cobrir-lhe a cabeça, terá sido "destruída" pelas autoridades, avança o Iran Wire, um meio de comunicação independente do país.


A habitação, de acordo com a mesma publicação, situava-se na província iraniana de Zanjan.


O irmão de Elnaz, Davood, terá também publicado uma fotografia nas redes sociais onde, alegadamente, mostra uma parte destruída do jardim. "Onde estás tu, Justiça?", questionou. "Tudo o que [a vida] nos der, nós aceitamos. Seja tristeza, felicidade, amargura ou veneno", acrescentou Davood.


De recordar que, em outubro, depois de ter competido e conquistado a medalha de bronze na final do campeonato asiático de escalada, na Coreia do Sul, Elnaz Rekabi ficou incontactável, temendo-se o pior.


Após usar um hijab, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros, nas primeiras eliminatórias do campeonato, Rekabi, de 33 anos, deixou o lenço de lado e competiu de cabelo solto na final, com a bandeira do Irão ao peito, apesar de as mulheres serem obrigadas, por lei, a usar o hijab quando participam em competições, mesmo fora do Irão.


O gesto foi visto como uma demonstração de apoio às mulheres iranianas que se têm manifestado contra a obrigatoriedade do uso do hijab após a morte de Mahsa Amini.


Face às suspeitas, o governo de Teerão 'apressou-se' a negar que Rekabi tivesse sido detida, adiantando que tinha deixado Seul num voo com destino a Teerão.


De regresso ao seu país, a atleta fez questão de esclarecer que o facto de ter competido sem lenço não tinha sido intencional. Citada pela Reuters, Elnaz Rekabi explicou, na altura, que foi chamada para escalar de "forma imprevista" e que o véu lhe caiu, não tendo tido tempo de o colocar corretamente.



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Apelos a novos protestos no Irão após abolição da polícia da moralidade


Ativistas iranianos convocaram hoje protestos para os próximos três dias, com mobilizações e greves, após o procurador-geral do Irão ter anunciado que a polícia da moralidade, na origem de meses de protestos no país, "foi encerrada".

Apelos a novos protestos no Irão após abolição da polícia da moralidade





"Aunidade é um dos fatores para a vitória", disse um grupo de jovens dos bairros da capital, Teerão, nas redes sociais, apelando a uma greve hoje, seguida de manifestações nos subúrbios, na terça-feira, e de uma reunião na praça central de Azadi, na quarta-feira.


O Irão tem sido afetado por meses de protestos, que culminaram em apelos ao derrube dos líderes religiosos da República Islâmica, após a morte de Masha Amini, 22 anos, que tinha sido detida pela polícia da moralidade por uso incorreto do véu islâmico.


Em quase três meses de protestos, mais de 400 pessoas morreram e pelo menos duas mil foram detidas e acusadas de vários crimes por participarem nas mobilizações, entre as quais seis foram condenadas à morte.


No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri revelou que a polícia da moralidade "foi encerrada", indicou a agência noticiosa ISNA. A agência não forneceu detalhes e os 'media' estatais não se referiram a esta suposta decisão.


A agência noticiosa Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto da força, estabelecida em 2005 com a tarefa de deter e questionar pessoas que violassem o código de vestuário islâmico em vigor.


Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres que surgem em público sem o véu islâmico, mesmo que ainda contrarie a lei iraniana.


O procurador-geral Montazeri não especificou sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a sua extinção era aplicável a nível nacional e de forma permanente. No entanto, acrescentou, o sistema judiciário iraniano "continuará a examinar o comportamento a nível da comunidade".


Na sexta-feira, a ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.


"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.




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Estatuto da polícia da moralidade incerto após anúncio de abolição


Um deputado iraniano afirmou hoje que o Governo do Irão está a "prestar atenção às verdadeiras reivindicações do povo", um dia após um alto responsável ter indicado que a polícia da moralidade, na origem de meses de protestos no país, foi abolida.

Irão. Estatuto da polícia da moralidade incerto após anúncio de abolição





Aatividade da polícia da moralidade, responsável para imposição das leis em vigor, começou a ser questionada após a detenção de Masha Amini, 22 anos, por uso incorreto do véu islâmico e que morreu sob detenção.


A sua morte originou uma vaga de crescentes protestos e que culminaram em apelos para o derrube dos líderes religiosos do República islâmica.
No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri revelou que a polícia da moralidade "foi encerrada", indicou a agência noticiosa ISNA. A agência não forneceu detalhes e os 'media' estatais não se referiram a esta suposta decisão.


Em declarações divulgadas pela ISNA, o deputado Nezamoddin Mousavi referiu-se hoje a uma abordagem menos conflituosa face aos protestos.


"O Governo e o parlamento insistiram que prestar atenção às reivindicações das pessoas, que são sobretudo económicas, é a melhor forma de garantir a estabilidade e enfrentar os tumultos", disse, na sequência de um encontro à porta fechada com diversos responsáveis oficiais iranianos, incluindo o Presidente Ebrahim Raisi.


Mousavi não se pronunciou sobre a dissolução da polícia da moralidade.


A agência noticiosa Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto da força, estabelecida em 2005 com a tarefa de deter e questionar pessoas que violassem o código de vestuário islâmico em vigor.


Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres que surgem em público sem o véu islâmico, mesmo que ainda contrarie a lei iraniana.


O procurador-geral Montazeri não especificou sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a sua extinção era aplicável a nível nacional e de forma permanente. No entanto, acrescentou o sistema judiciário iraniano "continuará a examinar o comportamento a nível da comunidade".


Na sexta-feira, a ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.


"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.


O anúncio de sábado poderá significar uma tentativa de apaziguar a população e encontrar uma forma para terminar com os protestos que, segundo organizações de direitos humanos, já provocaram a morte de pelo menos 470 pessoas.


Mais de 18.000 pessoas foram detidas nos protestos e na violenta repressão das forças de segurança, de acordo com o Human Rights Activists no Irão, um grupo que tem monitorizado as manifestações.




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Irão. Poder judicial anuncia que alguns manifestantes vão ser executados


As autoridades judiciais iranianas anunciaram hoje que vão ser executados em breve alguns dos condenados à morte por participação nas manifestações contra o regime que se prolongam desde o final de setembro.


Irão. Poder judicial anuncia que alguns manifestantes vão ser executados



Gholamhosein Mohseni Ejei, responsável pelo poder judicial do Irão, afirmou que foram confirmadas por instâncias superiores algumas das condenações à morte de manifestantes acusados de "corromperem a terra" e de estarem em "guerra contra Deus".


De acordo com o jornal Shargh, as condenações vão ser "aplicadas em breve", disse Ejei durante um discurso perante os membros do Conselho Supremo do Poder Judicial.


Pelo menos seis pessoas foram já condenadas à morte pela participação nos protestos que se registam no país desde o passado dia 16 de setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini por não levar o véu islâmico.


Os seis manifestantes foram acusados de "guerra contra deus" assim como de terem "corrompido a terra", conceitos que se englobam nos delitos contra o Islão e a segurança pública do Irão.


As autoridades judiciais acusaram mais de duas mil pessoas de diversos crimes pela participação nos protestos contra a manutenção da República Islâmica.
Pelo menos 21 pessoas podem vir a ser condenadas à morte pela participação nas manifestações.


Ejei disse ainda que "vários desordeiros" foram condenados a penas de prisão, sem especificar o tempo da condenação.


Entre os condenados a penas de prisão encontra-se o repórter fotográfico Ahmadreza Halabisaz, que disse ter sido condenado a cinco anos de cadeia.


O tribunal que condenou Halabisaz não autorizou que o réu tivesse acesso a advogados de defesa.


Em quase três meses de protestos morreram mais de 400 pessoas e pelo menos 15 mil manifestantes foram detidos, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede na Noruega.


A forte repressão policial e a atuação do poder judicial não evitaram as convocatórias para as manifestações que se vão realizar nos próximos três dias.


No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri disse à agência INSA que a polícia da moralidade "foi encerrada".


A agência não forneceu detalhes e os jornais estatais não se referiram a esta suposta decisão.


A agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto desta força policial, estabelecida em 2005, que tem como função deter e questionar pessoas que violam o código de vestuário islâmico.


Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres sem o véu islâmico nos espaços públicos, em contrariedade com a legislação.


O procurador-geral Montazeri não forneceu mais detalhes sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a extinção do corpo é aplicável a nível nacional e de forma permanente.


No entanto, acrescentou Montazeri, o sistema judiciário iraniano "vai continuar a examinar o comportamento ao nível da comunidade".


Na sexta-feira, a agência ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.


"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.



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Mais de 500 pessoas foram já executadas no Irão em 2022, diz ONG


O Irão executou mais de 500 pessoas em 2022, ultrapassando largamente o número de execuções em 2021 e aumentando a preocupação com o crescente recurso à pena de morte na República Islâmica, indicou hoje a Iran Human Rights.


Mais de 500 pessoas foram já executadas no Irão em 2022, diz ONG





Pelo menos 504 pessoas foram executadas no país desde o início deste ano, disse esta organização não-governamental (ONG), que está a tentar confirmar outros casos de condenados que tenham sido executados por enforcamento.


Esta informação surge numa altura em que se multiplica o medo quanto à cada vez maior condenação à pena capital pelas autoridades iranianas de pessoas envolvidas no movimento de contestação social pacífico desencadeado no país em meados de setembro, após a morte de uma jovem às mãos da polícia da moralidade, por não levar o 'hijab' (véu islâmico) a cobrir-lhe o cabelo na totalidade.


A contagem da ONG Iran Human Rights inclui quatro pessoas que, segundo os órgãos de comunicação oficiais, foram executadas no domingo, depois de terem sido condenadas por "cooperação" com Israel, inimigo declarado da República Islâmica.


Segundo a organização sediada na Noruega, essas pessoas foram executadas apenas sete meses após a sua detenção, "sem julgamento justo, à porta fechada perante o Tribunal Revolucionário".


"As suas penas são desprovidas de qualquer validade jurídica", lamentou o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, num comunicado.


"Estas execuções têm por objetivo espalhar o medo na sociedade e desviar a atenção do público das falhas dos serviços de informações da República Islâmica", acrescentou.


Outra pessoa recentemente executada foi uma mulher condenada pelo assassínio do padrasto, segundo indicou o IHR.


Várias ONG expressaram preocupação quanto ao número de mulheres executadas no Irão, muitas vezes condenadas por terem matado os maridos ou familiares próximos, em situações em que eram vítimas de violência doméstica -- ou seja, em legítima defesa.


O número de mulheres executadas este ano é já o mais elevado dos últimos cinco anos, observou a organização.


O Irão está agora a executar mais condenados que qualquer outro país, exceto a China, revelou a Amnistia Internacional, que contabilizou 314 execuções em 2021.



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Polícia da moralidade poderá ser substituída por novas tecnologias




O Centro de Promoção da Virtude e Proibição do Vício do Irão afirmou hoje "que a missão da polícia da moralidade terminou", mas sublinhou que estão a ser estudadas novas tecnologias para controlar o vestuário das mulheres.


Irão. Polícia da moralidade poderá ser substituída por novas tecnologias


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"A missão das patrulhas da polícia da moralidade terminou", declarou Ali Janmohamadi, porta-voz do Centro de promoção da virtude e proibição do vício, em declarações ao diário Jamaran.


No entanto, Janmohamadi indicou que "estão a ser tomadas decisões sobre a castidade e o véu, para que, se Alá quiser, se apliquem num âmbito mais moderno, com o uso de novas tecnologias".


O funcionário defendeu que existe um forte sentimento popular para que se respeitem "a castidade e o 'hijab'", véu feminino, pelo que "as autoridades policiais e judiciais devem tomar medidas".


As autoridades iranianas utilizam tecnologias, incluindo câmaras rodoviárias, para multar as mulheres que conduzem sem o véu obrigatório, e que podem implicar até dois meses de prisão.


O regime iraniano está confrontado há mais de dois meses com protestos após a morte de Mahsa Amini, detida pela 'polícia da moralidade' por uso incorreto do véu, e desde então esta unidade especial deixou de percorrer as ruas do país.


As revoltas iniciaram-se devido à morte da jovem curda mas adquiriram nova dimensão, com os manifestantes a questionarem a República Islâmica fundada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979.


Em cerca de três meses de protestos, e segundo diversas organizações, terão sido mortas mais de 400 pessoas e cerca de 2.000 acusadas de diversos delitos pela participação nos protestos, com seis condenações à morte.


Janmohamadi terá desta forma confirmado o anúncio emitido no final da passada semana sobre o fim das atividades da 'polícia da moralidade', um corpo que desde 2005 exige que as mulheres respeitem o código sobre vestuário imposto pela República Islâmica.


O procurador-geral do país, Mohamad Yafar Montazeri, afirmou que o polémico corpo "não tem nada a ver com o poder judicial e foi suprimido por quem o criou", no que foi interpretado como o fim da força.


No entanto, os meios conservadores negaram de seguida a supressão da 'polícia da moralidade', que depende do Ministério do Interior e do Conselho Supremo Cultural da Revolução.


O Centro de Promoção da Virtude e Proibição do Vício do Irão vigia o comportamento moral no país, e entre os seus membros incluem-se os ministros do Interior, das Informações e da Cultura, entre outros.


A 'polícia da moralidade' existe na sua atual forma desde 2005, mas previamente assumiu outras designações e era gerida por diversos organismos responsáveis pela aplicação das leis em vigor.



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Lojas e serviços encerram no primeiro de três dias de greve geral




Muitas lojas e serviços estiveram hoje encerrados no Irão, naquele que foi o primeiro de três dias de greve geral convocada por organizações sociais e políticas para protestar contra a repressão às recentes manifestações no país.


Irão. Lojas e serviços encerram no primeiro de três dias de greve geral







Os vídeos publicados nas redes sociais mostram estabelecimentos fechados nas principais cidades, como Isfahan, Shiraz, Sanandaj, Ilam ou Urmia.


Na Internet também foram publicados vídeos de lojas encerradas noutras cidades, embora sejam gravações cuja veracidade não pôde ser verificada.


Em Teerão, alguns comerciantes receberam ameaças de multas se fechassem, mas muitos decidiram não abrir portas.



Além do apelo à greve, foi solicitado aos cidadãos que evitem comprar nestes três dias.


Milhares de manifestantes saíram à rua nas últimas semanas numa onda de protestos desencadeada pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana detida pela "políca da moralidade" em Teerão por alegadamente usar o véu islâmico de forma incorreta.


Amini morreu alguns dias depois de ser presa num hospital.


As autoridades iranianas registaram pelo menos 300 mortes nas manifestações e tumultos, que atribuem à influência estrangeira.



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Cinco pessoas condenadas à morte pelo homicídio de um paramilitar


Cinco pessoas foram condenadas à morte e onze a "longas penas de prisão", incluindo três menores de idade, pelo homicídio de um paramilitar durante os protestos no Irão, anunciou hoje o porta-voz do Poder Judiciário iraniano.

Irão. Cinco pessoas condenadas à morte pelo homicídio de um paramilitar







Estas últimas sentenças elevam para 11 o número de pessoas condenadas à morte devido aos distúrbios que acontecem em todo o país há mais de dois meses.


Na segunda-feira, os cinco condenados à morte foram considerados culpados pela morte em novembro de Ruhollah Ajamian, membro da milícia Bassij, ligada à Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irão, declarou Massoud Setayeshi.


"Qualquer um pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal", disse o porta-voz.


Os cinco foram acusados de "corrupção na terra", uma das acusações mais graves do código penal iraniano.


Além disso, onze pessoas, incluindo "três jovens com menos de 18 anos" foram condenadas a "longas penas de prisão", acrescentou Setayeshi.
Uma mulher também foi condenada, mas o porta-voz não especificou a sua sentença.


O Irão tem sido palco de protestos desde a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, uma curda iraniana de 22 anos que morreu três dias após a sua detenção pela polícia da moralidade em Teerão.


Mahsa Amini foi acusada de ter violado o estrito código de vestimenta do Irão ao usar de forma incorreta o 'hijab' [véu islâmico].


De acordo com os meios de comunicação locais, Ruhollah Ajamian foi morto em 03 de novembro em Karaj, a 30 quilómetros a oeste de Teerão, durante uma manifestação que marcava o 40.º dia de luto pela morte de uma manifestante.


Segundo a procuradoria iraniana, os condenados agrediram o paramilitar desarmado, despiram-no, esfaquearam-no, espancaram-no e depois arrastaram o seu corpo nu pela rua.

O Conselho de Segurança do Irão referiu que, desde o início dos protestos "mais de 200 pessoas" morreram, mas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, como a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, estimam o número de mortos em 448 devido à forte repressão policial.


Além disso, pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas de vários crimes pela sua participação nas mobilizações.


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Irão. Greve fecha parte do comércio e repressão de protestos estudantis




O Irão viveu hoje uma jornada de greve com o comércio parcialmente fechado e sobretudo manifestações de estudantes universitários contra o regime teocrático do país, reprimidas pelas forças de segurança.


Irão. Greve fecha parte do comércio e repressão de protestos estudantis





Foi o terceiro e último dia de concentrações e greves convocado por ativistas no contexto dos protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da jovem curda iraniana Mahsa Amini, após ter sido violentamente agredida e detida pela polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino na República Islâmica.


Às primeiras horas da manhã, o trânsito era menos intenso que o habitual em Teerão, circunstância que se repetiu no final da jornada laboral, que normalmente às quartas-feiras -- a sexta-feira iraniana -- é palco de grandes engarrafamentos que hoje não se registaram.



Um número indeterminado de comerciantes manteve encerrados os respetivos estabelecimentos em toda a cidade, mas é difícil obter uma percentagem, dadas as limitações a que estão sujeitos os informadores, a precariedade das redes de internet e a falta de informação oficial.


Nas redes sociais, ativistas divulgaram vídeos com imagens de muitos estabelecimentos comerciais fechados noutros pontos do país, mas trata-se de imagens cuja veracidade não é possível verificar.


No entanto, os protestos nas universidades do país foram hoje especialmente significativos, depois de uma certa calma que reinou nas faculdades nas últimas semanas.


Assim, houve manifestações nas várias universidades de Teerão, Isfahan, Rasht e Mashad, indicaram associações de estudantes.


Em algumas delas, como a prestigiada Universidade Sharif, de Teerão, ou a Universidade Ferdosi, de Mashad, ocorreram confrontos entre os estudantes e agentes policiais.


Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.


A jovem foi detida na capital a 13 de setembro, porque o 'hijab' (véu islâmico) que envergava não lhe cobria totalmente o cabelo, e horas mais tarde transportada, em coma, para o hospital onde morreria três dias depois.


Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e milhares de detidos -- alguns dos quais já condenados à morte em julgamentos sumários e executados.


Embora tenham começado devido à morte da jovem às mãos da polícia da moralidade, os protestos evoluíram e agora os manifestantes reivindicam o fim da República Islâmica fundada em 1979 pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.


Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.


Além disso, o desaparecimento das patrulhas dessa força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e outras normas sociais rígidas no país.


Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab", passarão a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.


Uma das figuras públicas que mais recentemente se juntaram aos protestos foi Badri Hosseini Khamenei, irmã do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, e residente no país, que escreveu uma carta na qual afirma esperar "assistir em breve à vitória do povo e à derrocada do regime despótico que governa o Irão".


"Oponho-me às ações do meu irmão", escreveu, numa carta hoje divulgada na internet pelo seu filho, que vive em França, Mahmud Moradkhani.


"O regime da República Islâmica de Khomeini e Ali Khamenei nada mais trouxe que sofrimento e opressão ao Irão e aos iranianos. O povo do Irão merece liberdade e prosperidade, e a sua revolta é legítima e necessária para recuperar os seus direitos", escreveu a irmã do atual ayatollah iraniano na missiva.


Em quase três meses de protestos, pelo menos 2.000 dos milhares de detidos foram acusados de diversos crimes pela sua participação na contestação, 11 dos quais foram condenados à morte.




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Mulheres do Irão 'heroínas do ano' para a revista Time




As mulheres do Irão receberam hoje a menção especial de "heroínas do ano" pela revista Time, que aplaude o seu movimento de "luta pela liberdade" com uma reportagem ilustrada por três mulheres retratadas de costas.


Mulheres do Irão 'heroínas do ano' para a revista Time


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O artigo da revista, assinado pela jornalista iraniana-americana Azadeh Movaeni, descreve a evolução da luta das mulheres iranianas através de atos de desobediência até aos protestos que começaram há cinco anos, liderados pela chamada geração Z.


No centro dos protestos mais recentes está a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa pela polícia moral por violar o código de vestuário das mulheres, e que provocou "a revolta mais prolongada nos 43 anos de história da República Islâmica", segundo a publicação.


Azadeh Movaeni, no artigo, destaca que as jovens que hoje lideram o movimento pelas mulheres já mostravam o seu "caráter de luta" antes da morte de Masha Amini, pois conseguiram "abolir efetivamente o 'hijab' [véu islâmico] obrigatório" e conduzir a uma modesta modernização do código de vestuário no Irão.



Estima-se que 400 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança no Irão, estando as autoridades judiciais a tentar endurecer a punição para alguns dos detidos, cuja idade, segundo a jornalista, é de apenas 15 anos, mostrando o alcance social do movimento.


O espaço da Time para as mulheres iranianas inclui uma entrevista com a ativista Roya Piraei, cuja mãe foi morta a tiro por forças de segurança quando protestava contra a morte de Amini, em setembro passado, e uma entrevista à atriz Angelina Jolie, envolvida em causas humanitárias.




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Irão anuncia primeira execução de prisioneiro detido nos protestos


O Irão disse hoje ter aplicada a pena de morte ao primeiro prisioneiro condenado por um crime supostamente cometido durante os protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini.


Irão anuncia primeira execução de prisioneiro detido nos protestos



Aagência de notícias Mizan, detida pelo sistema judicial do Irão, avançou a execução de Mohsen Shekari, acusado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital, Teerão.


Segundo a Mizan, Shekari foi preso em 25 de setembro e condenado em 20 de novembro no Tribunal Revolucionário de Teerão, onde normalmente os julgamentos são à porta fechada.



Shekari terá confessado durante o julgamento ter recebido "pagamentos" para agredir agentes das forças de segurança, alegou a agência de notícias.



O prisioneiro foi a julgamento sob a acusação de "moharebeh", uma palavra farsi que significa "travar guerra contra Deus". Essa acusação tem sido feita contra outros detidos, nas décadas desde a implantação da República Islâmica do Irão, em 1979, e acarreta a pena de morte.



Ativistas alertam que outros podem em breve também condenados, já que os procuradores iranianos dizem que pelo menos sete pessoas receberam sentenças de morte até agora pelo seu envolvimento nas manifestações.



A "execução de Mohsen Shekari deve motivar fortes reações, caso contrário, enfrentaremos execuções diárias de manifestantes", escreveu o diretor do grupo ativista Iran Human Rights, com sede em Oslo.


"Esta execução deve ter rápidas consequências práticas internacionalmente," acrescentou Mahmood Amiry-Moghaddam, na rede social Twitter.


A execução surge um dia depois do Irão ter vivido uma jornada de greve, com o comércio parcialmente fechado e sobretudo manifestações de estudantes universitários contra o regime teocrático do país, reprimidas pelas forças de segurança.


Foi o terceiro e último dia de concentrações e greves convocado por ativistas no contexto dos protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da curda iraniana Mahsa Amini, após ter sido violentamente agredida e detida pela polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino na República Islâmica.


Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.


Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e pelo menos 15 mil detidos.


Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.



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Quem era Mohsen Shekari? O primeiro executado pelos protestos no Irão


Mohsen Shekari, de 23 anos, foi enforcado após ter sido considerado culpado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital iraniana.

Quem era Mohsen Shekari? O primeiro executado pelos protestos no Irão



Mohsen Shekari, um jovem de 23 anos, foi executado, na quinta-feira, no Irão, após ter sido condenado por um crime alegadamente cometido durante os protestos pela morte da jovem Mahsa Amini, que abalam o país desde setembro. Tinha sido considerado culpado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital iraniana, Teerão.


Em declarações ao jornal The Guardian, o tio de Shekari, que se encontra na Dinamarca, contou que o jovem “era atlético e forte” e “quando viu as forças de segurança a atacar os manifestantes, retirou as proteções da berma da estrada e colocou-as no meio da rua para bloquear o caminho”.


Segundo Mahmoud Shekari, o jovem trabalhava num café e era o principal assalariado da família, que não sabia que o jovem seria executado. A mãe de Shekari tinha sido avisada várias vezes pelas autoridades iranianas para não comentar a prisão do filho e, quando o visitou na noite anterior, foi-lhe ordenado que se mantivesse em silêncio.


O jovem não teve direito a um advogado de defesa e tinha vários sinais de tortura no corpo, adiantou ainda o tio, que acusa as autoridades iranianas de terem “iniciado um jogo para torturar a família” ao não libertarem imediatamente o corpo do jovem. Segundo Mahmoud Shekari, a família foi encaminhada para dois cemitérios, mas quando lá chegou, foi-lhes dito que o corpo não se encontrava lá.


A agência de notícias Mizan, detida pelo sistema judicial do Irão, revelou que Shekari foi preso a 25 de setembro e condenado quase dois meses depois, a 20 de novembro, no Tribunal Revolucionário de Teerão.


Shekari terá confessado durante o julgamento ter recebido "pagamentos" para agredir agentes das forças de segurança e foi acusado de ‘moharebeh’, uma palavra farsi que significa "travar guerra contra Deus".


O grupo ativista Iran Human Rights condenou a execução e afirmou que a morte de “Mohsen Shekari deve motivar fortes reações, caso contrário, enfrentaremos execuções diárias de manifestantes”. “Esta execução deve ter rápidas consequências práticas internacionalmente'”, acrescentou Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor do grupo, na rede social Twitter.


Também a Organização das Nações Unidas (ONU) lamentou a morte e afirmou ter receios acerca do futuro de outros 11 manifestantes que foram condenados à morte. "Apelamos à suspensão imediata das execuções. A pena de morte é incompatível com os direitos humanos", frisou.


A execução foi ainda lamentada por vários líderes da comunidade internacional.


Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.


Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e pelo menos 15 mil detidos.


Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.




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Pelo menos 20 de manifestantes enfrentam possível execucação no Irão


Pelo menos duas dezenas de manifestantes iranianos enfrentam uma possível execução como resposta das autoridades à sua participação nos protestos contra o Governo, segundo uma reportagem publicada hoje pelo jornal local Etemad.

Pelo menos 20 de manifestantes enfrentam possível execucação no Irão



O referido jornal deu a conhecer uma lista elaborada pelas autoridades iranianas em que 25 manifestantes são acusados de "travar uma guerra contra Deus", acusação que, segundo a lei iraniana, é punível com a morte.


Na lista dos 25 acusados está o 'rapper' Mohsen Shekari, que foi executado na quinta-feira de manhã, acusado de agredir um segurança com uma arma, incitar ao terror e bloquear uma autoestrada.


As autoridades judiciais iranianas já anunciaram que novas execuções serão realizadas, enquanto grande parte da comunidade internacional e os setores nacionais mais críticos, como o próprio Etemad, pedem às autoridades que revejam as sentenças e evitem novas execuções.


A morte de Shekari já atraiu forte condenação no país e no exterior, embora líderes políticos iranianos, incluindo o Presidente Ebrahim Raisi, tenham descrito a execução como uma resposta legítima à agitação em todo o país.


Os manifestantes ameaçaram agir em resposta e espalharam a mensagem "Esperem pela nossa vingança" nas redes sociais. Enquanto isso, internacionalmente, a população iraniana também anunciou novos protestos antigovernamentais ao longo do fim de semana.


O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia após ser presa por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestimenta islâmicos.


Desde então, enquanto ocorriam as mobilizações, as autoridades reprimiam-nas violentamente, ganhando assim novas sanções da comunidade internacional por questões relacionadas aos Direitos Humanos.


No entanto, de Teerão não consideram que estão a dar argumentos para as mobilizações e acusam os "inimigos" do Irão e os "mercenários" de estarem por detrás dos protestos massivos.


As autoridades consideram que a maioria dos iranianos continua a apoiar o sistema islâmico.


Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights.
As autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.


Após quase três meses de contestação social, foi anunciada, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação, agora agravada pela execução do primeiro manifestante.


Além disso, o desaparecimento das patrulhas dessa força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e outras normas sociais rígidas no país.


Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab", passarão a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.


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Irão executa segunda pessoa por participação em protestos


O Irão disse hoje que executou o segundo preso detido numa onda de protestos antigovernamentais, noticiou a agência Mizan, da Autoridade Judicial iraniana.


Irão executa segunda pessoa por participação em protestos





O homem executado foi identificado como Majidreza Rahnavard, acusado de esfaquear até à morte dois membros das forças de segurança e ferido quatro, no dia 17 de novembro, em Mashhad, no nordeste do país, acrescentou a Mizan.


Na quinta-feira, o Irão executou o primeiro preso detido nas manifestações.


Pelo menos duas dezenas de manifestantes iranianos enfrentam uma possível execução como resposta das autoridades à participação nos protestos contra o Governo, de acordo com uma reportagem publicada, no sábado, pelo jornal local Etemad.


A publicação deu a conhecer uma lista elaborada pelas autoridades iranianas em que 25 manifestantes são acusados de "travar uma guerra contra Deus", acusação que, ao abrigo a lei iraniana, é punível com a morte.


Na lista dos 25 acusados está o 'rapper' Mohsen Shekari, o primeiro manifestante a ser executado, na quinta-feira de manhã, acusado de agredir um segurança com uma arma, incitar ao terror e bloquear uma autoestrada.


A morte de Shekari atraiu forte condenação no país e no exterior, embora líderes políticos iranianos, incluindo o Presidente, Ebrahim Raisi, tenham descrito a execução como uma resposta legítima à agitação em todo o país.


Os manifestantes ameaçaram agir em resposta e espalharam, nas redes sociais, a mensagem: "esperem pela nossa vingança". Enquanto isso, a nível internacional, a população iraniana também anunciou novos protestos antigovernamentais.


O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia depois de ter sido detida por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestuário islâmicos.


Desde então, protestos são reprimidos violentamente pelas autoridades, que ganham novas sanções impostas pela comunidade internacional por questões relacionadas com os Direitos Humanos.


No entanto, Teerão considera que a maioria dos iranianos apoia o Governo e acusa inimigos do país e mercenários de estarem por detrás dos protestos maciços.


Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.


Por seu lado, as autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.


Depois de quase três meses de contestação social, foi anunciada a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, sem que este anúncio não acalmou a situação.


Mas o desaparecimento das patrulhas daquela força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e de outras normas sociais rígidas no país.


Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab" [véu islâmico], vão passar a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.



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